Sabe quando você acorda com a impressão de que se passou 5 minutos, mas na verdade já é de manhã? Então, isso é exatamente o que eu estou sentindo.
Ontem passou voando, segunda feira sempre pareceram chatas aos meus olhos, porém ontem até foi bem animada... Liguei para o Thiago ontem e ele disse que estava bem.
Me levanto e vou ao banheiro, lavo o rosto, faço minhas higienes e desço. Como qualquer coisa no café e já chamo minha mãe para irmos. Chego na escola, o tempo está meio nublado, acho que finalmente irá chover.
Entro na sala junto com o toque de sinal da primeira aula, Sarah está lá sentada no nosso cantinho, assim como Vitor e Vinicius, nem preciso dizer que eles só ficam com a gente agora né? Sento no meu lugar ao lado da Sah, acho bom dizer que ela e o Vinícius se aproximaram relativamente, ao contrário de eu e Vitor, que continuamos na mesma... Espera, que mesma? Não tem mesma, não tem nada!
***
Por volta da terceira aula foi que a chuva começou, primeiro sorrateiramente, com alguns pingos, até se tornar algo mais bruto, uma tempestade.
A quarta aula acaba e saímos em direção ao refeitório, por conta da chuva ele estava relativamente mais cheio, pois as pessoas que ficavam lá fora estavam todas aqui.
Corpos se colavam ao tentarmos abrir caminho por entre a multidão, ainda bem que Vinícius tinha saído antes e garantido nosso lugar.
Nos sentamos comendo nossos respectivos lanches, até que a Izabelle com suas amigas por nós, uma das garotas parecia estar com um problema sério no cabelo.
- Nossa, estragou a chapinha foi? - digo.
- Cuida da sua vida - Izabelle defende a outra.
- Parece que alguém esqueceu de ver a previsão do tempo - debocha o Vitor, ele olha pra mim e mostrou a palma da mão. Bato na sua mão fazendo um high five.
- Vai aproveitando Sophie, - ela aumenta uma sílaba do meu nome - Sua hora está chegando.
- Nossa, estamos morrendo de medo! - A Sarah finalmente entra na discussão, essa é minha amiga.
Ficamos observando Izabelle sair batendo os pés e bufando, com suas amigas atrás.
- Cuidado, ficar nervosa dá rugas! - grito antes dela sair e tenho certeza que ela ouviu, pois levou uma mão ao rosto. Ficamos gargalhando o resto do intervalo.
As duas últimas aulas passaram rápido, mas ainda estava chovendo forte. Bateu o sinal da saída, e eu fiquei esperando no portão, todos tinham ido embora.
Meu celular começa a tocar e é minha mãe.
- Filha, me desculpa.
- O quê aconteceu??
- Estou presa no engarrafamento por causa dessa chuva, você consegue ir embora?
- Claro mãe! - desligo.Mesmo sem ter a mínima ideia de como iria embora, não quis preocupar minha mãe.
- Precisa de carona? - um ser brota ao meu lado, dando-me um susto.
- Puta que pariu Vitor! - levo uma mão ao peito.
- Você tinha que ver sua cara - diz rindo e eu lanço-o um olhar fatal - Problemas?
- Não vai dar pra minha mãe vir me buscar...
- Quer uma carona??
- Mas você não está dirigin... - paro de falar quando vejo sua expressão. - Não! Não me fala que sua mãe deixou você dirigir!
- Ela não teve opção...
- Você é idiota? Lembra do que aconteceu da última vez?! Eu vou ligar pra polícia e dizer que um menor está dirigindo - ultimamente eu estava traumatizada com amigos menores de idade sofrendo acidentes de carro.
- Calma - ele segura minha mão que estava segurando o telefone. - Eu sei que você me ama não queria que eu sofresse outro acidente... - vendo minha expressão ele pisca divertidamente e me puxa. - Vamos, você não vai querer ir na chuva né?
Aceito o convite, mas não queria que ele dirigisse de novo... Todo o caminho até minha casa foi silencioso, até que chegamos.
- Está entregue.
- Você não vai dirigir nessa chuva até aquele fim de mundo, digo, sua casa - digo cruzando os braços.
- Tudo bem, mãe. Mas não vou ficar nesse carro esperando.
Olhei para ele como se fosse óbvio e saio do carro, ele vem atrás de mim e entramos em casa.
- Nem está tanta chuva... - ele diz enquanto tiro minha mochila das costas e coloco o celular em cima da mesa, ele faz o mesmo.
- Está sim!
Na verdade a chuva ainda caia constantemente, porém mais fraco. Quando vi já estava em seu ombro e sendo carregada para fora da segurança do lar.
- Me solta! A água está fria!
- Claro que está fria. É chuva! - ele me coloca no chão e eu começo a correr atrás dele.
- Você vai ver! - corro o mais rápido que posso, o que não era muito em comparação as enormes pernas que davam passos gigantes daquele menino.
Então ele parou, eu também parei. Ele me encarou, e eu encarei de volta. Seu cabelo loiro ensopado e um pouco comprido caia na sua testa, que em contraste com seus lindos olhos azuis e uma neblina que se formava ao seu redor, ele parecia um verdadeiro anjo... Um anjo se aproximando.
Ele andava na minha direção em passos largos e confiantes, porém quando chegou mais perto parece que ficou sem saber direito o que fazer. Eu não sei o que estava dando em mim, a chuva, a adrenalina... Só sei que dei um passo à frente.
Esse foi o sinal que ele precisava, deu um último passo deixando nossos corpos a centímetros de distância. Colocou uma mão firme em minha cintura e me puxou para mais perto.
Nossos corpos se colaram, e sua mão livre foi para minha nuca, nossos lábios se aproximando... Uma mão segurava meu rosto de forma carinhosa e a outra me prendia mais junto a ele. Minhas mãos foram até seu pescoço e finalmente quebrei o espaço que nos separavam.
Nossos lábios se selaram em um beijo doce, a água caindo ao nosso redor, se misturando a nossa respiração. Seus lábios macios, nossas línguas travavam uma batalha deliciosa. Eu queria que esse momento nunca acabasse.
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O garoto loiro
RomanceSophie era uma garota comum de 16 anos, ruiva, bonita e de personalidade forte. Ela entra para uma nova escola e logo faz amizades e como é inteligente vai muito bem. Porém, um garoto fica a tratando mal junto de seus amigos, sem motivo aparente. Ma...