Puro-sangue

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Oi galera, eu me chamo Lyana Lopes, tenho 21 anos, 1,63 de altura e sou morena com traços indianos, cabelos castanhos bem como os olhos, um corpo natural de brasileira que faz inveja a algumas guryas, e que graças aos assédios faço o possível para não mostrar muito.

Atualmente estou morando em Londres, na verdade estou aqui há cerca de 7 meses, vim do Brasil num intercambio para cursar 2 anos de mestrado no curso de "Segurança de Dados" na Faculdade de Computação Londrina, e claro, metade dos custos são meus, por isso faço bico num cibercoffe perto da faculdade a noite, o que me rende uma boa grana no fim do mês. E por falar no dito cujo, já estou atrasadérrima para chegar lá, pois minha aula demorou mais do que o esperado para acabar -maldito professor que fica contando sua vida na aula. E graças a isso, corro como o diabo corre da cruz para chegar ao bendito local.

—Desculpe Set, prometo que compenso você amanhã. –digo num sotaque carregado ao garoto que abriu a porta para mim quando eu entrei aos tropeços e toda esbaforida no local.

Set é um rapaz de 17 anos que trabalha para ajudar a família. Ele é mais alto que eu, e tem uma pele branca que contrasta com seus olhos azulados, mas sua principal característica é o ar sério que o torna muito mais adulto.

—Não precisa Srta. Lyana, contanto que você dê um jeito na máquina 9 estamos quites! –ele me diz amigável enquanto fecha a porta quando eu enfim adentrei totalmente ao local.

—Sério, então pode deixar, farei isso antes de fechar a loja. –quase gritei de felicidade.

Me dirigi até o balcão retomando o folego, e abri a portinha que dava acesso ao lado de dentro, indo em direção ao caixa, joguei sem cerimonias minha bolsa em baixo do balcão.

—Só tome cuidado para não sair muito tarde, as ruas são perigosas para uma moça sozinha. –disse ele já saindo do estabelecimento.

—Certo não se preocupe, sempre tomo cuidado, boa noite Set.

—Boa noite Srta. Lyana. –falou antes de sair, e eu me vi suspirando aliviada.

Peguei uma xícara tamanho médio e a enchi com chocolate quente, meu turno começava as 18h e terminava as 22h, e meu trabalho era sempre o mesmo, vender/servir café ou chocolate quente aos clientes que utilizavam as maquinas do local, ou nós dias mais frios aos que entravam no local só para obter algo quente. Mas hoje como nas últimas 3 semanas estava uma noite relativamente quente, e por isso não teria muitos pedidos para atender, ou seja, eu poderia revisar a matéria atrasada e foi isso que comecei a fazer.

—Boa noite Srta., poderia me servir um copo grande de chocolate quente? –sai detrás do livro groso de estrutura de dados que tinha nas mãos e olhei para o rapaz que me sorria torto a frente.

—Claro, é para já senhor. –disse esbaforida colocando/jogando o livro na bancada e pegando um copo de isopor grande já me dirigindo quase que correndo para a máquina de expresso para colocar o pedido.

Não, não foi o fato de ter sido pega desprevenida enquanto estudava por um cliente que me fez ficar assim, mas sim a pessoa em si. O cara era simplesmente lindo, um londrino "puro-sangue" como diria Sara, minha amiga/colega de apartamento. Olhos verdes amendoados, pele branca e cabelos ruivos, com umas poucas sardas no rosto escultural, e vala-me que escultural é o adjetivo certo para aquele corpo de Deus grego, se os deuses tem filhos com humanos aquele com certeza era filho de um.

—Desculpe. –pedi quando entreguei o pedido, pensando que deveria parar de ler Percy Jackson, ou acabaria doida. Ele me entregou uma nota de 5 euros e eu me dirigi ao caixa para pegar o troco.

—Não tem problema senhorita, eu que me desculpo por atrapalhar sua leitura, a senhorita parecia bastante concentrada. E não se preocupe com o troco, tenha uma boa noite. –disse ele saindo, me deixando ali parada feito idiota sem reação.

Casando com uma trouxaOnde histórias criam vida. Descubra agora