Felicidade

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Estávamos naquele cemitério a algum tempo! Lyana tinha um buquê de rosas nas mãos, usando um vestido longo preto, os cabelos esvoaçavam ao vento exalando seu perfume natural, e o rosto molhado pelas lágrimas. Estava abraçada a um rapaz, seu irmão mais novo, e ambos se apoiavam e choravam a perda de pessoas amadas, de pessoas que tinham sido brutalmente tiradas de si, por um monstro que tinha em sua mente doentia um único ideal, faze-los sofrer.

Bianca e Molly ficaram com meus pais, e Lya quis vir primeiro ao Brasil, seu irmão tinha passado as últimas semanas em nossa casa, e não terei como agradece-lo nunca pela ajuda que nos deu. Lyana ainda ficava triste de vez em quando, e foi uma luta convence-la a deixar as meninas com meus pais, e claro, todos entendíamos como ela se sentia, todos entendíamos sua dor e preocupação, mais ela tinha de aprender a viver com isso, ou teríamos problemas no futuro, e eu não queria que ela ficasse traumatizada, não mais do que já estava.

Eu, eu havia aprendido a lidar com a dor, com a culpa, com a vida. Eu nunca me perdoaria por deixa-la, sabíamos todos lá fundo que isso tudo era culpa minha, mais em nenhum momento, ela me jogou isso na cara, nem mesmo quando eu disse que não a deixaria ir.

Quando ela disse que me odiava, eu tive medo, medo de perder aquela maravilhosa mulher, mais quando olhei em seus olhos, eu não vi ódio, vi apenas dor, e aquilo me deu esperanças, a minha Lyana, a Lya que sempre amei só estava sofrendo, mais ela com toda certeza se recuperaria (e mesmo que isso não acontecesse eu não desistiria dela, eu a amava), e quando ela pegou nossas filhas nos braços, quando deu a primeira mamada eu vi, vi um sorriso singelo em seus lábios, e naquele momento meu coração bateu forte, aquela mulher era incrível. E essa não foi a primeira nem a última vez que pensei assim.

Quando minha família entrou no quarto para conhecer as meninas, todos choramos, eles se sentiam tão culpados e impotentes como eu, mais Lya foi tão amável, e quando apresentou nossas filhas, todos se emocionaram. Minha mãe correu e a abraçou tão forte, eu sabia, elas se amavam também. Com Din não foi diferente, Lya se culpava por tê-lo usado, e o pobre não sabia o que fazer, no fim ela o abraçou e beijou seu rosto, prometendo que nunca mais lhe obrigaria a fazer algo que não quisesse.

"Essa é a mulher que amo!"

Harry e Rony cassaram Angelina por semanas até encontra-la escondida em algum lugar da Florida. Tudo que eu sei, é que ela está respondendo julgamento por roubo de documentos ministeriais. Eu não queria vê-la, eu não sabia o que faria com ela se a visse, ela tentou destruir tudo que amei covardemente. Se ela queria machucar alguém, que fosse eu, a Lya e minhas filhas não tinham nada a ver com o que aconteceu entre nós, e por isso eu jamais a perdoaria pelo que fez.

–Podemos ir Fred? –ela veio e segurou minha mão, olhei para o seu irmão, um rapaz de 17 anos, com as mesmas cores de olhos e pele de minha amada esposa, sem falar no sorriso sempre presente que parecia ser uma marca de família, sua única diferença de Lyana eram os cabelos mais escuros e a fisionomia masculina, que pelo que me disse, malhava bastante para manter.

–Obrigado por tudo Lyan, e mantenha contato, se precisa de qualquer coisa avise. –eu disse apertando sua mão.

–Cuide bem da minha mana e das minhas sobrinhas Frederick, isso é tudo que preciso. –ele me sorriu e se afastou, aparatamos de um cemitério para o outro.

–Onde? –eu a segurei pela mão e caminhei vagarosamente com ela.

Parei em frente as lápides de Sara e Karl, e conjurei dois buquês ali.

–Sara, Karl, não à palavras para me desculpar com vocês por tudo o que aconteceu. Mais eu sei o que vocês diriam, então eu só posso pedir perdão e agradecer por tudo que fizeram por mim e minha família. As meninas são tão lindas gente, e nem choram muito, e o Fred é um pai babão, sempre que tem um minuto ele vai lá no berço delas e fica lá babando. Mais eu prometi que não o deixaria estraga-las. Prometo a vocês que farei de tudo para que sejamos todos felizes, por que mesmo não sendo fácil, sei que era isso que desejariam para mim, então farei valer a pena cada dia de vida que eu tiver, e nunca esquecerei de vocês. Dá próxima vez que vier lhes visitar, eu trarei as meninas.

Casando com uma trouxaOnde histórias criam vida. Descubra agora