Voltamos para a sala e tivemos mais três provas. Toda a sala não parava de comentar sobre o amigo do professor de filosofia e comentavam sobre mim, queriam saber o que nós tínhamos e como foi nosso esbarrão na multidão. Quando a aula terminou, dei graças e fui para a casa de ônibus. Desci dois pontos antes para poder ir com calma, mas com já estava escuro tive que apertar o passo, na esquina de casa ouvi alguns passos e resolvi por precaução dar mais uma volta no quarteirão, realmente estavam me seguindo, dois homens estavam atrás de mim, eu sou baixa, branca e tenho cabelos compridos e cacheados, sou magra mas meu corpo chama atenção de uma certa forma. Caminhei e sai do meu bairro tentando despista-los, um carro preto para ao meu lado e meu coração congelou, o vidro baixou devagar.
-Não está tarde para você estar andando na rua Larissa?. - A voz eu conhecia, me abaixei para ver quem era e vi Miguel me olhando e esperando resposta.
-Você poderia me dar uma carona? - Falei vendo ele me olhar diferente e não entendendo meu pedido. Eu segurei na porta e sem querer comecei a tremer, ele olhou minha mão e me olhou preocupado. -Por favor. Depois te explico.
-Entra. - Ele abriu a porta e eu entrei, ele me olhou por inteira e saiu com o carro. -O que aconteceu? - Eu não sabia como responde-lo, confiar em uma pessoa a qual eu acabara de conhecer, isso não era o que eu realmente queria. -Eu sei que acabamos de nos conhecer, mas você não está bem e me pediu carona bem amedrontada... - Ele parou o carro e tirou a chave da ignição, me olhou fundo e respirou calmo. -O que houve?
-Eu estava sendo seguida, foi somente isso, senhor. - A ultima palavra fez ele erguer as sobrancelhas.
-Então te levo em casa... - Ele sorriu e eu não consegui segurar e correspondi, o sorriso dele me fazia agir fora de mim. -E por favor, não me chame de senhor. Posso ter quarenta, mas não sou tão velho assim. - Ele sorriu e saiu com o carro.
Todo o caminho ele tentou puxar assunto, eu fui educada em todas as respostas e perguntas, mesmo que não tenha perguntado tanto, com toda certeza vou ter que contar a Milena sobre isso, ou não. Posso deixar quieto essa situação.
-Entregue. - Falou se apoiando no meu banco e me olhando nos olhos. Sorri e abri a porta. -Se precisar de algo... - Ele abriu o porta luvas e pegou um bloquinho, escreveu algo e me entregou. -Ligue para mim. - Ele sorriu e eu correspondi, Miguel somente saiu da frente da casa, quando eu havia entrado.
-Filha? - Minha mãe sai do quarto ainda meio sonolenta. -Como foi na faculdade hoje? - Me lembrei da aula de filosofia e Miguel.
-Tranquilo mãe. - Ela sorriu e me deu um beijo na testa.
-Não durma tarde. - Segurou meu rosto fazendo olhar seus grandes olhos castanhos, se afastou e entrou em seu quarto, pude ouvir o ranger da cama quando se deitou.
Fui a cozinha para ver se tinha algo para comer e senti o papel com o numero de Miguel em minhas mãos, o que estava havendo comigo, eu não sou de me apaixonar fácil, mas aquele homem havia mexido comigo, e mesmo que eu gostasse dele, eu não poderia, ele tem idade para ser meu pai, eu não ligo, mas a sociedade sim, infelizmente.
Comi algo e fui me deitar, colocando aquele papel dentro da gaveta da minha cômoda.
* * * * *
-Lari! - Alguém faz cocegas em mim e eu acordo tentando afastar aquelas mão de mim. Abro os olhos e vejo Miguel deitado ao meu lado com a mão em minha cintura. -Bom dia! - Eu sorri e o abracei, sua mão se depositou em minhas costas me fazendo um carinho bom.
-Estou com fome! - O olhei e ele sorriu.
-Vou trazer seu café da manhã. - Me deu um selinho e se levantou da cama depositando mais um beijo, mas em minha testa.
* * * * *
-Lari? - Meus olhos abriram devagar e vi Milena me olhando com os olhos arregalados. -Você estava sonhando com o amigo do professor? - Ela olha para a porta e vejo meu amigo na porta.
-Não enche Mile,hoje é sábado, quero dormir até tarde. - Me virei e agarrei meu travesseiro.
-Sua mãe disse que ontem você chegou de carro. Você não anda de ônibus? - Seli se aproxima e me olha por inteira, Milena e Seli ficam em silêncio esperando minha resposta, me sentei e vi que ou falava ou fazia eles irem embora, e a segunda opção não seria a mais favorável.
-Miguel me trouxe ontem. - Milena arregalou os olhos e Seli ficou com cara de bravo.
-Amig...
-Ele me deu uma carona, pois estavam me seguindo e fiquei com medo, foi somente por isso. - Seli abre minha comoda e retira o papel que eu havia colocado ontem ali.
-Sei! E então ele te dá o número do telefone dele. - Seli se aproxima e entrega o papel para MIlena, sou rápida e arranco de suas mãos.
-Nunca mais mexa nas minhas coisas Seli...
-Lari! - Milena se levanta e eu também. -Nós somos seus amigos, esse cara não. - Ela suspirou e olhou o papel em minhas mãos. -Você deve saber o que faz, somente peço para pensar muito bem antes de ficar com ele. - Ela coloca as mãos na cintura.
-Eu não vou ficar com ele...
-Ta bom gente... - Seli me corta. -Já chega, não era para isso que viemos, ou foi Milena? - Seli fala com voz autoritária.
-Você tem razão, viemos te chamar para uma festa que vai ter da nossa sala hoje. - Ela abre sua bolsa que estava no chão e eu não havia percebido, tira um papel branco com letras chamativas. -Você vem? - Ela me olha e faz cara menina sapeca, com toda a certeza ela iria pelos caras da sala do que pela festa em si.
-Ok, com uma condição... - Ela levanta uma das sobrancelhas. -Que me deixe em paz, e não toque mais no assunto do Miguel. - Ela entortou a boca e fez que sim com a cabeça.
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Oieee
Tomara que tenham gostado.
Votem e comentem, não seja um leitor fantasma.
Bjo. ;)
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Idade para ser o Pai
Teen FictionMiguel, um homem de quarenta anos e milionário, formoso e seguido por mulheres a onde vai. Larissa, uma menina de dezoito anos, com as responsabilidades já se mostrando em seu pequeno mundo e descobrindo um passado secreto em sua família. ...