Capítulo 3

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Chegamos no local da festa e vi que era realmente um local de festas, havia muita gente bebendo e uma piscina ao meio, resolvi nadar e coloquei maiô, eu sei que maiô possa estar fora de moda, mas não estou afim de mostrar meu corpo hoje, entrei e dei um mergulho enquanto Milena flertava com alguns carinhas. Alguém pula fazendo muita água vir na minha direção.  Me virei e a água bateu nas minhas costas, quando me virei para ver o infeliz que havia pulado daquela maneira, me deparo com Miguel balançando a cabeça para tirar a água do cabelo. Eu não acreditava, até ali ele estava, parecia que não íamos parar de nos encontrar. 

-Não acredito. - Seli fala se colocando ao meu lado na piscina. -Até aqui. - Ele me olha e chama a Milena fazendo ela olhar Miguel conversando com João, o nosso professor de filosofia, eles ainda não haviam percebido nossa presença. 

Nossa professora de português se aproxima deles e se senta na beirada com somente os pés na água, e ficava fitando Miguel de cima a baixo, ela descaradamente dava em cima dele, mas ele nem dava bola. Ele falou algo a João e se virou, seus olhos se encontraram com os meus do outro lado da piscina, ele sorriu, eu não fiz nada e sai da piscina, eu não poderia deixa-lo mexer comigo daquela maneira. Vendo minha reação percebi seu sorriso sumir de seu rosto, fui para o banheiro e me troquei.

-Você está bem amiga? - Milena fala quando saio do banheiro. 

-Não foi uma boa ideia em vir, vou embora...

-Só pela razão dele estar aqui...você sente algo não? - Ela me conhecia muito bem. Fiz que sim com a cabeça e ela me abraçou. 

-Estou indo. Não quero ve-lo... - Quando me viro, vejo Miguel parado na minha frente molhado, a água pingava de seu corpo e seu olhos me olhavam por inteira.

-Você esta bem? - Ele me fala se aproximando, como se fala para uma pessoa que acabou de conhecer que ele é a razão de não estar bem, somente vi ele quatro vezes e estou perdidamente apaixonada.

-Sim, mas preciso ir, com licença. - Passei por ele mas algo me faz tropeçar e eu somente não cai pela razão dele ter me segurado, seu braço direito estava por trás de minhas costas, sua mão esquerda segurava meu braço e estávamos bem próximos um do outro, um silêncio tomou conta do local, todos estavam nos olhando, sua respiração estava perto e vi sua pupila dilatar, ele sentia a mesma coisa por mim. Miguel me soltou devagar, ainda me olhando.

-Quer carona? - Falou finalmente, cortando o silêncio e todos voltaram a conversar.

-Eu vou levar ela, não se preocupe. - Seli fala com as chaves de seu carro nas mãos, Miguel o olha e sorri de lado. Pega minha bolsa que havia caído no chão e me entrega. João o chama e ele da mais um sorriso antes de ir em direção da piscina. -Você deve estar louca Larissa...

-Por qual razão? - Falei me virando para ele no carro.

-Ele é muito velho para você... - Ele suspirou. -Olhe para alguém da sua idade, se quiser homens mais velhos tudo bem, mas ele é...

-Eu já entendi Seli. - Ficamos em silêncio depois disso. 

Cheguei em casa e lavei a louça, preparei algo para comer e fui ajeitar o resto da casa, minha mãe havia saído para limpar duas casas e voltaria mais cedo hoje, tomei um banho demorado e fui ao meu quarto, abri a gaveta para pegar as roupas de baixo e vi o papel com o número de Miguel. Aquilo fez passar várias coisas pela minha cabeça, coloquei aquilo debaixo das minhas roupas e me troquei. Minha mãe chegou e eu fui para a sala.

-Filha! - Minha mãe grita do quarto.

-Oi mãe. - Gritei de volta, mudando de canal da tv.

-Posso pegar uma calça moletom sua emprestada?

-Pode. - Ouvi a porta do meu quarto e ela deve estar procurando pela calça.

-Filha... - Minha mãe entra na sala e vejo o papel do Miguel em suas mãos. -Você conhece Miguel Miller? - Ela me fitou com aquilo na mão.

-Ele é amigo do professor da faculdade. - Vi um sorriso se formar em seu rosto. -Porquê mãe?

-Ele foi meu amigo no colégio. - Ela olhava o número e me olhou. -Vou ligar para ele, posso? - Eu não acreditava nisso, minha mãe conhecia o cara pelo qual eu fugia. Fiz que sim com a cabeça e vi ela indo em direção do telefone fixo, fui para o meu quarto e ouvia algumas risadas da minha mãe. 

Sai do quarto e fui preparar a janta.

-Ele vai vir aqui hoje, jantar conosco Larissa. - Eu travei, ele entraria na minha casa, conheceria a minha privacidade e talvez por razão da minha mãe faria parte da minha vida. 

-Então vou deixar vocês sozinhos...

-Não precisa filha, ele quer que você esteja junto...ele falou que você é uma menina muito doce e educada, falou que você é muito linda. - Ele me chamou de menina, isso foi a deixa para que eu soubesse o que achava de mim. Ouvimos a campainha tocando. -Deve ser ele. - Ela se levantou da cadeira da cozinha e foi até a porta.

-Me atrasei? - Ouvi sua voz e com certeza minha mãe o abraçou.

-Você nunca se atrasa Mi? - Mi? Que apelido seria esse, meu pai celeste, minha mãe e ele com toda a certeza tinham uma amizade bem solida, essa situação seria a minha morte.

-Olá Larissa. - Me viro e vejo ele na porta da cozinha.

-Oi... - Ele se aproximou e me deu um beijo na minha bochecha. Tentei não corar com o beijo.

-Fiquei feliz que Lua é sua mãe. - Ele sorriu quando minha mãe entrou no local.

-Vou colocar a janta. - Falei me virando para o fogão e pegando o arroz, para tentar me afastar do que eu sentia. Deixei eles conversando sobre o tempo do colégio, a noite inteira se passou dessa maneira.


Idade para ser o PaiOnde histórias criam vida. Descubra agora