Capítulo 17

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Quinta feira

Finalmente hoje já é quinta e vou tirar essa bendita bota. Nos últimos dias Montanha me segue onde vou, chega a ser irritante, pois ele fica na porta do meu quarto durante a noite. As provas finais não foram muito difíceis, passei em todas e meus amigos disseram que iriam viajar no natal e ano novo. 

-Vamos? - Rodrigo entra no quarto.

-Me ajuda! - ele se aproxima e me ajuda com as muletas, pego-as e me ajeito para sair.

Na porta do carro, Montanha abre a porta com a mão em seu coldre, percebo uma inquietação de sua parte.

-O que houve Montanha? - ele me olha e sorri.

-Somente precauções senhorita, vai ficar tudo bem. - eu sorri e ele correspondeu.

Rodrigo me levou no médico seguido pelo carro de montanha, lá minha bota foi retirada e quando toquei meu pé no chão um alívio percorreu meu corpo, eu estava livre finalmente. Eu e Rodrigo almoçamos em um restaurante perto da clínica.

-Eu queria te dar os parabéns Larissa. - Rodrigo mexe no bolso da calça e tira uma caixinha vermelha. -Tomara que goste. - e colocou na mesa.

Sorri e peguei a caixa de veludo, quando abri vi que havia uma chave.

-Para que essa chave? - ele sorriu.

-Do seu novo apartamento, que tal? - arregalei os olhos, não era qualquer presente, eu havia ganhado um apartamento.

-Não posso aceitar! Você poderia ter me dado algo...

-Menos caro? - ele meio que termina minha frase.

-Sim, menos caro, nunca vou poder retribuir isso e o tanto que você e seu irmão foram cordiais na hora em que eu mais precisava. - ele sorriu e olhou a caixinha em minhas mãos.

-Já sei um modo de você retribuir meu presente! - seu sorriso parecia de moleque quando vai aprontar alguma coisa.

-No que está pensando? - ele pegou a caixinha e guardou no bolso.

-Se torne da família...

-Como? - fiquei pasma com o que havia dito. Rodrigo olha para algum ponto atrás de mim.

-Posso me sentar com vocês? - uma voz conhecida é percebida por mim, não precisei virar para saber, meu coração já batia a mil somente por saber que estava ali.

-Claro Miguel! - Rodrigo fala, Miguel se senta ao meu lado e deposita um beijo na minha bochecha, é incrível o quanto eu já o amo.

-Do que vocês falavam? - Miguel pergunta me olhando e depois sorri para o irmão.

-Do amor de vocês dois! - Miguel cora dando um sorriso inconsciente.

-Como assim maninho? - Miguel fala tentando se manter sério, eu somente via a cena.

-Todos da casa já sentiram o clima que há entre vocês, os olhares, as conversas no quarto, os sorrisos e até o brilho nos olhos... - Rodrigo levanta mão para um garçom e pede a conta.

Depois disso um silêncio se instala entre nós, tanto que nenhum dos três ousou quebra-lo até chegarmos em casa.

Entramos na mansão e eu me sentia maravilhosa por poder estar andando tão bem novamente.

-Mudei seu quarto novamente para cima! - Miguel sussurra no meu ouvido me pegando desprevenida.

Eu sorri e subi as escadas seguida por ele, abri a porta e vi uma saia rosa bebê longa com um corte até o meio da coxa e uma camisa preta em cima da cama.

-Gostou? - sua voz saiu meio rouca, me virei para ele e percebi que estava mais perto do que eu imaginava.

-Gostei! - falei dando um sorriso.

Ele segurou minha cintura com força e me puxou de leve, foi aproximando seu rosto do meu devagar, uma de suas mãos segurou meu rosto e sua respiração ficou ofegante como a minha.

-Ops.. - Miguel dá um pulo para trás e vemos Mustafá. -Vou parar de fazer isso, prometo.

-Te espero daqui a quatro horas. - Miguel fala no meu ouvido e sorri para ele.

Fechei a porta sentindo ainda seu perfume no ar, me viro e vejo Mustafá sorridente.

-O que foi Mustafá? - ele dá um sorriso malandro.

-Eu devia ter chegado dois minutos mais tarde. - ele passa a mão na nuca.

-E você não vai dar meus parabéns? - ele sorriu e me abraçou me levantando no ar.

-Parabéns pequena! - Mustafá pega um pequeno embrulho. -Abra!

Peguei o pequeno pacote e abri, havia uma correntinha de ouro, o pingente era uma coruja.

-Eu soube que a coruja é o símbolo da pedagogia e como você vai ser professora...então pensei em te dar. - ele falava colocando a corrente em meu pescoço.

-Obrigada! - abracei-o.

-Vou deixar você se preparar. - ele me deu um beijo na testa e saiu do quarto.

Passei a mão na roupa e meu coração palpitou, uma pequena ansiedade se formou pois estaria sozinha hoje a noite com ele, somente Miguel e eu, nessa altura do campeonato eu não ligava mais se ele tinha idade para ser meu pai, eu na verdade queria ter essa noite a comprovação de se ele me amava.

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Oi gente.

Próximo capítulo promete.

Votem e comentem, não seja um leitor fantasma.

Bjs

Idade para ser o PaiOnde histórias criam vida. Descubra agora