Capítulo 9

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-Desculpe, mas quem é ela? - Ele chega na porta e eu abro a maçaneta, me coloca na cama e ajeita as muletas ao lado da mesma.

-Minha cunhada. - Ele suspira e da um sorriso de quem não gosta do que fala. -Tenho que suporta-la desde quando Carol se foi, felizmente ela até agora nunca meteu um dedo na minha vida desde o falecimento de sua irmã. - Ajeita meu travesseiro quando eu indico que vou sentar apoiada na cabeceira.

-Você gosta... 

-Com toda a certeza não, ela até tentou algo comigo mas eu a despachei. - Ele fez uma careta, não me aguentei e dei risada, ele sorriu e me deu um beijo na testa. -Quer ficar mesmo aqui? 

-Sim... - Suspirei.

-O que foi? - Ele se senta ao meu lado.

-Quero tomar banho, mas estou sem roupa, nos esquecemos...

-De ir na sua casa. - Ele completa minha frase e sorri. Se levanta e estica a mão. -Vamos então. - Ele me pegou no colo e saímos do quarto, nos deparamos com Luisa na porta.

-Vai ficar carregando-a para todos os lado? - Ela estava trocada, estava de rasteirinha, uma camiseta branca grudada no corpo e um short que quase mostrava seu útero, nem preciso continuar para saberem o que parecia.

-Está com ciúmes Luisa? - Ela da uma gargalhada forçada e me olha em seu colo.

-De uma novinha... - Ela aponta para mim. -Nunca! Confio no meu taco. - Ela faz sinal como se beijasse o ombro.

-Que taco Luisa? - Naquela hora foi eu que gargalhei e não foi forçado, somente percebi o que tinha feito quando vi o olhar dela me fuzilando.

-Do que ri menina? - Calei a boca na hora. Miguel me olha e sorri.

-Do taco que você perdeu cunhadinha, agora me dê licença que tenho coisas para fazer. - Ela bufava enquanto nos afastávamos dela e descíamos as escadas. Ele me colocou no chão e me entregou as muletas, fomos até o carro, ele abriu a porta e me ajudou a me ajeitar.

-Sua cunhada tem razão. - Ele me olhou. -Você não pode me carregar para todos os lados. - Ele sorriu.

-Mas como que fica a escada? - Me virei para ele dentro do carro.

-Ajeita um quarto no térreo. - Ele franzio a testa e fez não com a cabeça. -O que você quer com isso Miguel? - Ele fica em silêncio, estava dando até para ver sua cabeça pensando, sorri com aquilo.

-Ok, mas vou para o térreo junto. - Ele realmente queria estar ao meu lado, eu sabia do meu sentimento e ele estava piorando a situação querendo ficar ao meu lado desse jeito. 

-Não precisa...

-Mas eu quero. - Levantei as mão em sinal de rendição.

-Ok, você é o dono da casa, você que manda. - Ele riu, o caminho de foi todo em silêncio até chegamos em casa.

Foi difícil entrar na casa, ver e sentir o perfume de minha mãe, cada canto tinha uma lembrança, cada segundo ali me fazia lembrar das situações que tive com ela, arrumei uma bolsa grande e coloquei minhas coisas dentro, Miguel me ajudou pois eu não aguentava ficar muito tempo em pé.

Sinto meu celular vibrar na cama indicando mensagem.

"Oi amiga, Seli e eu queremos passar na casa de Miguel para te ver, não conseguimos conversar no velório.

Obs: Ainda acho que deveria ficar na minha casa.

Bjs Mili"

-Milena e Seli querem me ver, eles podem ir na sua casa? - Miguel me olha depois de ajeitar uma calça na minha na bolsa.

-A casa também será sua enquanto você ficar lá, então seus amigos poderão te visitar a vontade, não se preocupe. - Ele volta e pega um creme de corpo que estava em cima da minha penteadeira e coloca em outra bolsa.

"Pode sim, em casa nos falamos.

Obs: Estou bem. Não se preocupe.  

Bjs Lari"

-Vamos? - Ele fala fechando o zíper das bolsas.

Antes de sair, olhei a casa e suspirei, um dia eu voltaria, mas seria em um futuro sem previsão. Voltamos para casa em silêncio, Miguel arrumou o quarto no térreo e me ajudou a colocar as roupas nos móveis, Luisa não apareceu desde a hora que chegamos e resolvi dormir.

-Amiga! - Senti uma mão quente no meu ombro, abro os olhos e vejo Milena e Seli na minha frente. -Oie!

-Oi. - Me sentei e Seli ajeitou meu travesseiro nas minhas costas.

-Você está bem? - Seli me pergunta se sentando do lado da cama que estava vazia.

-Sim, só preciso de um banho, mas essa bota atrapalha tudo. - Eu aponto para a bota e Milena faz careta.

-Como você caiu da escada...Miguel te empurrou? - Ela levanta as sobrancelhas.

-Menos mal! - Falei involuntariamente me lembrando quando ele me respondeu que seria melhor a casa da amiga, fiquei furiosa e subi tão rápido que tropecei e cai, o resto todos sabem.

-Não vai dar certo você ficar aqui La...

-Me ajuda tomar banho Milena? - A corto na fala e ela vê que naquele assunto eu não queria tocar.

-Claro! - Ela suspira.

* * * *

Oieee

Tomara que tenham gostado.

Votem e comentem, não seja um leitor fantasma.

Bjo. ;)

Idade para ser o PaiOnde histórias criam vida. Descubra agora