Os paramédicos atendiam Miguel enquanto eu estava em prantos e meio atordoada, eu me lembro que fiquei agarrada a ele no chão enquanto seguranças do hotel chamavam uma ambulância e a polícia.
O quarto estava cheio de policiais e Miguel estava sendo levado para o hospital, subi na ambulância e segurei a mão dele todo o percurso, uma moça apertava um balão para que não faltasse oxigênio, meu desespero aumentou quando ouvi um dos paramédicos falarem no celular para prepararem a sala da U.T.I, liguei para Roberto que apareceu rapidamente com Luiza ao seu lado, percebi que ela portava um coldre com um revolver, desconfiei mas fiquei mais atenta ao que o doutor falava sobre Miguel...
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Acordo em um susto e sinto a mão de Rodrigo tocar as minhas costas.
-Está bem? - sua voz era de preocupação, assenti passando a mão no cabelo e prendendo-o em um coque.
Levantei, olhei a sala de espera do hospital, Clara estava abraçada a Mustafá que tentava lhe acalmar. Luíza estava em pé conversando com um médico e eu fiquei andando de um lado para o outro. A minha saia estava suja com sangue e estava descalça.
-Preciso falar com você Larissa! - Luiza encosta em meu ombro e me olha com pena.
-Tem notícias de Miguel? - ela me olha triste e me abraça me fazendo chorar.
-Ele vai ficar bem, eu te prometo. - ela olha em meus olhos. -Mas preciso falar com você sobre outra coisa.
-O que? - falo enxugando minhas lágrimas.
-Sobre seu pai...
-O que tem ele? - ela me olha e levanta a sobrancelha esquerda.
-Ele está vivo...
Vi tudo embaçar e cai direta no chão.
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-Não era dessa maneira que eu queria que ela soubesse Luiza! - sentia uma mão conhecida e ouvia sua voz, mas era impossível ser verdade.
-E você queria que eu fizesse o que? Ela precisava saber, Miguel e ela estão juntos, ela vai querer saber a razão de tudo estar acontecendo Lucas! - Luiza fala alterada.
-Ela acordou senhor Simal! - ouço uma voz doce, parecia ser de alguma enfermeira.
Abro meus olhos devagar e pisco algumas vezes, a vista ajusta e realmente visualizo o que mais temia, meu pai.
Ele estava com o cabelo mais grisalhos, seus olhos claros eram inconfundíveis, mesmo quando ele faleceu, que na verdade era mentira, minha mãe tinha milhares de fotos dele espalhadas pela casa, então sempre tive a imagem dele perfeita na minha cabeça.
-Filha? - ele toca meu rosto com um olhar preocupado.
-Você estava vivo todo esse tempo? - ele olha para baixo, suspira e me encara.
-Eu sabia que devia ter te contado, mas sua mãe nunca deixou...
-Ela está viva também? - falo mais entusiasmada.
Me sentei e percebi que Clara, Rodrigo e Luiza estavam no quarto. Haviam trocado minha roupa, eu estava com uma camiseta branca e calça pijama preta.
-Infelizmente não Larissa, não sabe o quanto eu sinto a saudade dela. - meu coração apertou.
Eu me ajeitei e passei a mão no cabelo, acho que meu cérebro ainda não tinha digerido o que estava acontecendo.
Quando finalmente eu e Miguel nos acertamos, ele leva um tiro, para na U.T.I em coma induzido e meu pai aparece.
-Da para alguém me explicar tudo isso! - falei olhando para Rodrigo.
-Eu posso! - Luiza se voluntaria.
-Você? - apontei para ela.
-Eu precisava de uma máscara Larissa! - meu queixo caiu.
-Como? - ela ri, meu pai levanta e deixa que ela se sente ao meu lado.
-Seu pai estava sendo perseguido por um grupo de assassinos e na verdade ainda está... - ela olha meu pai, me encara e continua.
"Então conversamos, eu, seu pai e sua mãe e resolvemos fingir sua morte, assim poderíamos investigar melhor quem era ela. Você foi crescendo e fomos chegando cada vez mais perto.
No dia da manifestação em que você conheceu Miguel, não era para você estar lá por isso a derrubamos..."-Miguel sabia de tudo? - me lembrei do dia.
-Não, na verdade nem sabíamos que ele estava ali. - ela suspira. -Sua mãe foi morta quando ela estava a caminho para ver seu pai...
-Então a perdi por sua causa pai? - ele me olhou e vi seus olhos marejarem.
-Desculpe minha filha! - ele se aproximou e me abraçou.
Eu queria odiá-lo muito por ter mentido para mim, mas era meu pai, impossível sentir tal coisa. Me lembrei do dia que soube da morte de minha mãe e lagrimas escorreram novamente, ter meu pai significava muito.
Me afastei dele, enxuguei as lágrimas e olhei Clara.
-E o que você tem haver com isso Luiza? - ela ri e me olha.
-Sou agente da Interpol, seu pai é testemunha de um grande caso. - olhei meu pai que logo deu um beijo na minha testa.
-E Miguel? - Clara sai da sala nesse momento.
-Ele ainda não acordou. - Rodrigo fala finalmente. -Estão esperando dar 72 horas.
-Luiza! Por qual razão Miguel levou aquele tiro? - ela olhou meu pai e depois me olhou.
-O tiro era para você. - levei minha mão direto na boca, e novamente lágrimas estavam escorrendo.
Miguel estava naquela cama por minha causa, se ele não tivesse me levado para lá nada disso tinha acontecido. Meu coração apertou, eu não sabia qual era seu estado, se ele iria acordar novamente e se eu poderia toca-lo de novo, tudo ainda era incerto para mim.
-Quem me trocou? - falei para meu pai, todos já haviam saído do quarto onde haviam me colocado.
-Clara trouxe a roupa e uma enfermeira fez o resto. - ele deu um sorriso de lado e eu o abracei, estava amando ter ele novamente comigo.
Me virei e me deitei novamente na cama, olhei meu pai acariciando meu cabelo e fui vencida pelo cansaço, acabei dormindo vendo meu pai sorrindo para mim..
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Chorei nesse capítulo, e odeio a personagem que ainda vai surgir.Votem e comentem, não seja um leitor fantasma.
Bjs
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Idade para ser o Pai
JugendliteraturMiguel, um homem de quarenta anos e milionário, formoso e seguido por mulheres a onde vai. Larissa, uma menina de dezoito anos, com as responsabilidades já se mostrando em seu pequeno mundo e descobrindo um passado secreto em sua família. ...