Capítulo 38 - Final (parte II)

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Ouvimos mais de um tiro próximo a porta do quarto e Luiza me coloca para trás dela, um homem de terno vermelho,  máscara Branca e chapéu preto entra, Luiza rapidamente o imobiliza e atira em outro que entrava logo após.

Me agachei em um canto do quarto e abracei minha barriga, enquanto Luiza lidava com os homens, mais três entram e foi impossível para ela, atiram nela e me pegam pelos braços.

No corredor estava Miguel caído de barriga no chão, tentei me debater mas os homens me seguraram com mais força e fiquei com medo de que fizessem algo com meu filhos. Eu chorava enquanto era arrastada pelas escadas até chegar na sala de estar e ver meu pai olhando o quadro de Miguel pendurado acima da lareira.

Pessoas feridas no chão, o silêncio era a pior parte de tudo aquilo, eu queria pelo menos saber se Miguel estava vivo ou não, eu vi de relance, nunca saberia se ele estava vivo.

-Fico feliz que não te feriram! - meu pai se vira e me olha, gelei naquela hora.

-Você é um monstro, nunca deveria ter voltado! - falei baixo e passando a mão na minha barriga.

Me colocaram sentada em uma grande poltrona de couro branco que havia na sala, haviam mais homens de máscaras que rodeavam toda a sala.

-Pode dizer o que quiser... - ele se aproxima e se ajoelha ficando de frente com a barriga. -Quero essas crianças!

-Nunca! - rosnei entre dentes.

-Você é igualzinha sua mãe, ela disse a mesma coisa quando eu quis levá-la comigo, mas Luiza entro no caminho e virou essa bagunça!

Eu não acreditei, era ele o tempo todo, meu pai que matou minha mãe, ou mandou matar, e agora queria meus filhos.

-Porquê tudo isso? - falei fitando o chão quando levantou.

-Mentes inocentes podemos ser moldadas e viram ótimos soldados. - ele segura meu queixo. -Você teria sido uma ótima assassina...

Dou um tapa em seu rosto e vejo um filete de sangue escorrer de sua bochecha, ele passa o dedo e percebe o ferimento, em seguida sinto um tapa acertar meu lado direito e sinto arder minha bochecha.

-Porque não se mete com alguém do seu tamanho? - escuto a voz de Miguel e todos os homens saem correndo.

Olho para a porta mas eles haviam sumido para fora da sala, meu pai me agarra pelo braço e me arrasta entre a mansão, vi um revólver e percebi que ele me levaria para fora da casa, fingi que tropecei e chutei a arma para bem longe, fora da casa.

-Anda garota! - ele grita me puxando e deixando uma marca em meu braço.

Ele me arrasta e não vejo a arma em lugar algum, finalmente ele para no altar comigo e me joga no chão, caí de costas e senti as crianças se mexerem de forma diferente. Perto de mim havia um banco e uma arma encaixada em baixo.

Vejo um vulto e um peso caindo sobre mim, minha barriga parece ser esmagada e vejo Miguel apagado em cima de mim, Luiza surge ao longe com um rasgo na saia de seu vestido e carregava uma arma, meu pai havia sumido.

-Larissa! - Luiza retira com cuidado Miguel que não se move com seu toque e me ajuda a me levantar. -As crianças?

-Estão bem! Miguel... - me ajoelhei ao seu lado e Luiza me acompanhou.

Ela examina ele rapidamente e me olha aflita, o olha novamente e suspira.

-Dois tiros, um na bacia e outro nas costas, parece que a segunda o apagou! - ele olha em direção ao bosque que havia além do lago.

Não sei o que deu em mim, mas arranquei a arma que estava com ela e corri em direção ao bosque, minha traqueia já estava seca e ardendo, meu pulmões buscava por ar e meus filhos de certa forma pediam por descanso.

Parei na primeira árvore do bosque e respirei fundo, era muita loucura o que eu estava fazendo, o que eu queria? Me vingar por Miguel? Ou por minha mãe?

Eu estava louca, me virei e comecei a caminhar até que ouvi passos e uma respiração forte.

-Vai ser igual a sua mãe? Vai ser covarde...

Me virei e atirei, ele arregala os olhos e vejo que não consegue puxar o ar, continuo com a arma levantada e vejo teu sangue escorrer sujando seu terno preto.

-Pelos meus filhos... - quatro tiros. -Por minha mãe... - mais um tiro e ele cai. -E por Miguel! - ele me olha nos olhos e atiro em sua testa.

Sua vida se foi junto a tudo que um dia eu acreditei.

Fim

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Terminamos essa história juntos.

Daqui uma semana o Epílogo!

Votem e comentem, não sejam leitores Fantasmas. Quero saber o que acharam da história e o final.

Beijinhos.

Idade para ser o PaiOnde histórias criam vida. Descubra agora