Cai de joelhos e meu corpo não me respondia, o celular caiu ao longe e parou no pé de Miguel, ele agarrou o aparelho e colocou no ouvido.
-Aqui é Miguel Miller, quem fala? - ele ouviu com atenção e me olhava enquanto eu ficava sem reação e olhando o nada, vi tudo ficar escuro até que apaguei.
* * * * *
Comecei a ouvir vozes e uma voz conhecida se sobressaltou estre elas, Miguel estava ao meu lado, não precisei abrir meus olhos para saber, me sentia deslocada, minha mente ficou vagando até que a lembrança do que me fez apagar surgiu, a morte da minha mãe. Já havia perdido meu pai e agora minha mãe, fiquei com os olhos fechados mas as lágrimas escorreram e senti uma mão quente tocar meu quadril, abri devagar os olhos e vi Miguel com seus olhos claros me observando, haviam mais pessoas no local, onde eu não havia identificado qual era. Me apoiei no que parecia ser o sofá e me sentei com a ajuda dele.
Esfreguei os olhos e Miguel enxugou com delicadeza meu rosto, olhei as pessoas e depois de um tempo consegui reconhece-las, eu estava na sala da casa de Miguel e sentada no sofá maior, nos sofás menores ao lado estavam Milena, Seli e meu professor de filosofia amigo de Miguel. Todos me olhavam com olhar de pena, lembrei de ver esse mesmo olhar quando eu era pequena no enterro de meu pai. Olhei Miguel e ele entendeu, eu queria ficar sozinha e tentar fazer cair a ficha, eu ainda não acreditava que minha mãe havia falecido.
-Amiga... - Milena agachou na minha frente. -Você quer ficar em casa? - Eu entendia a razão daquela pergunta, ela queria que eu me afastasse de Miguel, ela não aprova o que eu sentia, mas nesse momento eu queria ficar sozinha e minha mãe confiava em Miguel.
-Não. - Ela levantou a sobrancelha e olhou Miguel.
-Ela tem idade para ser sua filha viu? - Miguel arregalou os olhos e todos não acreditavam no que ela dissera. Seli agarrou seu braço e a tirou da sala. Voltou segundos depois sem ela.
-Se precisar de algo...ligue. - Seli me deu um beijo na testa e cumprimentou Miguel. -Cuide bem dela. - Miguel sorriu em resposta.
Não consegui segurar e mais lágrimas rolaram pelas minhas bochechas, meu corpo ainda não acreditava e meus olhos ainda não haviam se adaptado com a hipôtese de não ver minha mãe, não ver seu sorriso, ouvir suas broncas e sentir seus beijos. Miguel me puxou em um abraço de amigo, olhei para uma janela grande e vi que já era noite.
-Que horas são? - Me afastei e olhei em seus olhos. Ele sorriu e passou seu dedão enxugando uma lágrima que estava quase seca em meu rosto.
-Quatro da manhã. - Levantei as sobrancelhas surpresa, eu fiquei muito tempo apagada, e já era de madrugada, ele sorriu quando viu minha surpresa e me abraçou novamente. -Ainda tem mousse, quer? - Sorri com a cabeça encostada em seu peitoral. Ele acariciava minhas costas e passava a mão em meus cabelos soltos.
-Você vai me mimar desse jeito. - Ouvi seu coração bater mais forte e me afastou de si.
-Adoraria.. - Seu sorriso me acalmou e me deixou tranquila, ele era a única pessoa que eu poderia confiar, e ainda por cima eu amava-o.
-Então quero. - Ele sorriu e olhou para algo atrás de mim, me virei e percebi que João meu professor ainda estava ali e ouviu tudo.
-Quer também? - João sorriu e assentiu.
-Faz tempo que não como seu abacate batido com nescau... - Dei risada e olhei miguel que passou sua mão em meu rosto.
-Vou pegar... - Ele se levanta e vai em uma direção que eu não conhecia, a casa ainda era nova para mim, por enquanto. -Esse pessoal que gosta de nescau viu... - Ele falou involuntariamente e João e eu sorrimos, Miguel era o único que conseguia me fazer rir.
-Você e Miguel são amigos a muito tempo? - Perguntei me ajeitando no sofá e ele fez o mesmo no pequeno.
-Amigo de infância, eu conheci sua mãe, estudei com ela dois anos e depois tive que me mudar... - Ele parou de falar quando viu meus olhos marejados. -Desculpa, não era a intenção...
-Tudo bem...Posso fazer uma pergunta? - Ele me olhou e assentiu, meu professor não era tão velho, ele tinha a mesma idade de miguel, era estatura média e consideravelmente bonito, olhos negros e cabelos ruivos, usava óculos e aquilo meio que era seu charme.
-Claro, Larissa. - Ele tentou sorrir mas ficou vendo se eu choraria novamente.
-Como foi o acidente da minha mãe? - Ele esfregou uma mão na outra e me olhou.
-Ninguém sabe ao certo, só sabemos que ela estava dentro do carro com um homem... - Ele me olhou e viu que eu estava bem para continuar. -Um caminhão apareceu e esmagou o carro. - Ele não me olhou, coloquei a mão na boca de arregalei os olhos, minha mãe morreu horrivelmente.
-Eu disse que contaria com jeito João. - Ouvi a voz de Miguel entrando com uma bandeja e as três taças nas mãos, meus olhos marejaram e as lágrimas escorreram, abaixei e apoiei minha cabeça em minhas mãos, eu não conseguia imaginar a cena de minha mãe.
Fui puxada pelo pulso para cima e bati de frente com Miguel, ele segurava minha cabeça contra seu peitoral e me abraçava com a outra mão, minhas lágrimas não paravam de sair, sua blusa já estava molhada e eu não queria sair dali, seu abraço era o único que conseguia me acalentar e me acalmar.
Miguel preparou um quarto para mim e me deitei, adormeci com ele passando a mão em meus cabelos e falando que tudo estaria bem.
* * * *
Oieee
Tomara que tenham gostado. Desculpe pelo capítulo triste. No próximo terão a declaração de Miguel.
Votem e comentem, não seja um leitor fantasma.
Bjo. ;)
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Idade para ser o Pai
Genç KurguMiguel, um homem de quarenta anos e milionário, formoso e seguido por mulheres a onde vai. Larissa, uma menina de dezoito anos, com as responsabilidades já se mostrando em seu pequeno mundo e descobrindo um passado secreto em sua família. ...