6. Seguindo em frente

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Alguns dias depois, Alex voltou para Los Angeles e me enviou uma mensagem dizendo que queria me ver. Ele sabia ser insistente. Respondi que não iria a lugar nenhum e ele disse que me acharia onde eu estivesse. Eu não queria vê-lo. No fundo, eu queria ser uma completa idiota pra acreditar que ele largaria tudo por minha causa.

Matt me ligou e achei uma ótima ideia recebê-lo em casa naquela noite. Seria mais uma oportunidade para esquecer e me desintoxicar do Alex. Queria me livrar de uma vez das minhas dúvidas e ter coragem pra acabar com essa novela mexicana.

Ele apareceu na minha porta, belo como sempre e trouxe vinho. Passamos um tempo no sofá assistindo a seriados bobos. Os episódios foram ficando cada vez mais entediantes, as várias taças de vinho fazendo efeito e eu não estava disposta a assistir mais nada. Resolvi distraí-lo colocando a mão por baixo do cobertor pra roubar a atenção para nós dois.

— Gosta disso? — provoquei enquanto o beijava atrás da orelha.

Por debaixo das cobertas, minha percorria por onde conhecia muito bem. Ele adorava o meu toque e não conseguia resistir.

Ele encostou a cabeça no sofá, fechou os olhos e disse:

— Sério? Não contava com isso.

— Quer que eu pare? — provoquei.

— Não, por favor. — respondeu ainda de olhos fechados.

Eu sentia entre os dedos a excitação tomar seu corpo. De maneira alguma iria parar.

— Dá vontade de...

— Vontade de quê? Fala! — Ele deu um sorriso malicioso já sabendo o que eu queria fazer.

Eu curti mais um pouquinho imaginando o que poderia fazer com ele ali. Queria que ele tivesse a melhor noite da vida.

Ele se deitou no sofá e eu matei a tal vontade. Ele colocou meu cabelo pro lado e ficou me admirando. Pôs a mão no rosto, rindo de desespero e eu exatamente essa a minha intenção. Ele tinha um corpo perfeito e queria memorizar o gosto que ele tinha.

— Vem aqui — ele disse.

Me arrancou do sofá, pegou no colo e me colocou em cima da mesa de jantar. Entrelaçou a mão no meu cabelo e me beijou com força. Pressionava os dedos na perna e me trazia pra ele... Da mesa, ele praticamente me "jogou" na porta. Eu não tinha mais controle dos efeitos que provoquei.

Ouvi um ruído de carro na rua, mas não tinha a mínima importância o que acontecia do lado de fora.

— Ali agora! — Ele mandou.

— Você quer mesmo usar cada espaço desta sala? Estou surpresa. — eu disse.

— Quero! — sem perder o foco do que estava fazendo.

Na sala, tinha um aparador que ficava na altura da janela, bem perto da porta, e uma abajur ao lado fazia uma luz que dava um clima especial.
De repente, nosso momento foi interrompido com batidas na porta. Na verdade, bem mais intensos, diria murros. Ficamos assustados, pois era bem tarde. Quem poderia chegar àquela hora?

Alex disse que ia me achar. Ir à casa dos meus pais não seria difícil, uma vez que ele já havia ido até lá. Para esclarecer, ele tinha nos visto e ouvido. Estava um pouco escuro mas a luz do bendito abajur projetou nossa sombra na janela. Alex deduziu que estaríamos sozinhos e decidiu interromper. Esmurrou a porta de novo e tive medo do que ele seria capaz de fazer com Matt. Procurei meu vestido no chão da sala, ele vestiu a calça e me olhou, já imaginando quem poderia ser.

— Abre a porta. Eu sei que você está aí. — Alex gritou.

Não sabia o que esperar depois que abrisse aquela porta. Matt finalmente abriu e falou no mesmo tom:

— Você é louco de chegar assim na casa dos outros? O que você quer aqui?

Alex empurrou a porta e disse:

— Sai da minha frente!

Veio até mim e falou com o dedo na minha cara:

— Você é uma vadia. É assim que você passa o tempo com seu amigo?

Matt puxou ele pelo braço:

— Você é louco de falar assim com ela, seu idiota! — gritou com Alex e me puxou pra ficar atrás dele — Vem, amor.

— Eu não tenho nada pra falar com você. — disse olhando pro Matt e em seguida em minha direção — Amor, né?

— Some daqui ou você vai resolver isso comigo. — Nunca tinha visto Matt tão nervoso.

O Alex ainda me olhou pela última vez e foi. Saiu meio enfraquecido pelo que tinha acabado de ver e ouvir. Entrou no carro e arrancou enlouquecido.

Matt fechou a porta e olhou pra mim:

— Agora você pode me explicar o que está acontecendo?

Eu ainda estava muito nervosa. Ele desconfiava do Alex mas não tinha ideia do quanto estávamos envolvidos.

— Por favor, não me faça falar sobre isso agora.

— Eu preciso saber... Não precisa ser agora. — me abraçou — Vou dormir aqui com você hoje... Que cara imbecil!

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