10. Boas vindas

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Passei a aceitar melhor a ideia de deixar tudo para trás e começar a vida em outra cidade. Eu moraria com Matt em Nova Iorque até conseguir um emprego. Não estava me comprometendo como num noivado, tudo parecia novo para mim. Assim como tudo na nossa vida havia mudado, eu também quis pensar nele como outra pessoa. Vai entender minha mente.
Cheguei na cidade na véspera de ano novo e tudo estava uma loucura. Ele não poderia me buscar no aeroporto porque estava trabalhando e o trânsito estava todo mudado. Foi um milagre conseguir um táxi. Quando cheguei em frente ao prédio dele, conferi o número e entrei. Ele tinha deixado a cópia da chave comigo.
Estava muito, muito frio. O inverno na Flórida costuma ser bem mais ameno e demora a chegar efetivamente. Em Nova Iorque, eu ainda teria que me acostumar.
Eu estava bem pensativa e ansiosa pra me encaixar na rotina dele, experimentar uma cidade nova, aproveitar da companhia dele. Eu tinha medo... medo talvez da mesmice. Talvez por isso eu tenha aberto mão do casamento tão facilmente. Escolhi uma trajetória diferente e fui. Porém, lá estava eu de novo com ele e com alguns planos...
Ele chegou em silêncio e me surpreendeu enquanto eu saia do banho enrolada na toalha. Me enrosquei no pescoço dele e disse:
— Nossa! Eu nem sei se entrei no apartamento certo e você chega assim sem fazer barulho.

— E você andaria de toalha no apartamento de um estranho?

— Só se o cara fosse bonito assim...

Nos beijamos com saudade e ele foi me conduzindo pro sofá e entrelaçando os dedos no meu cabelo ainda molhado.

— Senti tanto sua falta, garota. O tempo passou devagar esses dias sem você. Eu trabalhava o dia inteiro e o ponteiro do relógio parecia não sair do lugar... Tá pronta pra conhecer a cidade?

Estava sentada no colo dele, sentado no sofá. Ele voltou a me beijar e deslizou a mão pela parte interna da minha perna, me olhando pra saber até onde eu deixaria ele chegar.

— Sentiu minha falta? — olhei pro caminho que a mão dele fazia e ajeitei o cabelo dele pra admirar melhor.

Ele fechou os olhos e mordeu o lábio quando seguiu com os dedos para me tocar.

— Adoro seu cabelo molhado. — ele disse, tentando me distrair do que estava fazendo.

Eu percebi que estava com mais calor do que o aquecedor estava dando conta naquele momento.

— Então vem, me mostra como foi bom ter vindo pra Nova York.

Ele parou um minutinho com os beijos no meu pescoço e me olhou de perto.

— Tem certeza? Você quer mesmo? — esperando eu dizer sim.

— Claro! Olha como você me deixou. — segurei a mão dele.

Ele tirou minha toalha e a jogou no chão. Chegou perto do meu ouvido e disse:
— Vou te dar o meu melhor! — disse isso caprichando o toque com os dedos, explorando partes que me faziam contrair até o dedinho do pé.

— Nossa! Estou sendo muito bem recebida.

— É o meu jeito de dar boas vindas e convencer você a ficar.

— Está conseguindo — apertei os dedos nos braços dele.

— E está só começando...

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