2. Por favor, fica!

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Matt jantou com a gente, conversamos todos na sala um tempo antes dos meus pais pedirem licença para dormir, pois era tarde. Ficamos sozinhos e minha respiração ficou pesada. Achei que talvez fosse a hora de falar algo sobre o que estava acontecendo entre a gente. Na TV não tinha nada de interessante para assistir e eu não sabia bem o que fazer.

— É melhor eu ir agora. Todo mundo já foi dormir. — ele disse, um pouco desconfortável.

— Não... fica! — eu disse num impulso. Isso fez com que ele esboçasse aquele sorrisinho que eu gostava tanto.

— Só se você chegar mais perto. Senta aqui do meu lado. – ele propôs.

Eu fui, não muito certa do que eu deveria fazer. Não estava muito à vontade e tinha dado graças a Deus por ele ter tomado a iniciativa de me chamar pra perto. Eu mantinha os olhos na TV já constrangida pelo que era inevitável acontecer.

— Não sei o que dizer... mas é bom estar aqui. – eu quebrei o breve silêncio com os olhos ainda vidrados no programa, sem assimilar nada.

Ele olhou pra mim e riu. Chegou pertinho e disse:

— Por acaso isso te lembra alguma coisa?

Minha resposta foi sorrir, fechar os olhos e deixar que ele prosseguisse. Ele entendeu que era permissão pra me beijar, colocou a mão no meu pescoço e encostou a boca na minha.

— Seu cheiro... – ele mantinha os olhos fechados — senti sua falta...

Com aquele beijo, deu o clique que faltava pra que eu quisesse matar as saudades do tempo que a gente tinha intimidade. Depois de uns beijinhos, eu estava querendo mais. Não ia ter paz pra dormir. Poderia ser comportada, me despedir, "valeu, foi bom" e "até amanhã". Mas meu antigo quarto estava lá, no andar de baixo, e nós bem adultos e decididos a relembrar os velhos tempos, enquanto meus pais dormiam. Já fui muito mais ousada com Alex. Não havia nada de errado em curtir isso com Matt. Ele não me depreciava, não me diminuía. Peguei pela mão e o conduzi pro meu quarto.

No momento em que eu tranquei a porta, ele se aproveitando que eu estava de costas, veio falar no meu ouvido:

— Você ainda gosta disso?

Chegou meu cabelo pro lado e deu um beijo muito suave no meu pescoço, o que fez irradiar um arrepio pelo corpo todo. Passou os braços pela minha cintura e me agarrou pra mais perto. A essa altura, eu estava derretida no chão e a lembrança mais recente dessa sensação era com o Alex. Não acreditava que podia ter isso com alguém diferente.

Fiquei de frente pra ele quando me virou delicadamente pelos ombros. Chegando mais perto, o corpo dele me encostou na porta. Rezei pra que ninguém pudesse interromper aquele momento com beijos de saudade e suas mãos em busca da bainha da minha blusa.

Ele tinha um cheiro tão bom... um perfume que era só dele. Seu cabelo macio de tocar fazia o beijo ficar mais especial. Ele parou por um instante e ficou de olhos fechados com o rosto encostado no meu. Ofegante, fazendo discretamente que não com a cabeça e sorrindo.

— O que foi? Tudo bem? — eu perguntei.

Ele não tirou as mãos do meu rosto, nem me respondeu, só riu e voltou a me beijar. Minhas mãos deslizaram pelo braço dele, trazendo-o em direção à minha cama. Ainda de pé, ele olhou pra mim com desejo e desabotoou minha calça. Se abaixou para ajudar a me livrar daquela calça justa e ainda lembro da expressão no rosto dele enquanto subia de volta com o rosto corado. Eu me sentei na cama e fiquei olhando ele desabotoar a camisa sem pressa e tirar a calça. Ele sabia que eu estava adorando aquela visão, pois fazia tudo sem tirar os olhos de mim. Fiquei admirada.

— Minha nossa! Não sei nem como dizer o quanto você tá maravilhoso! — o deixei constrangido com o elogio.

— Então não diz nada, só me beija. — colocou a mão no meu rosto e deslizou os dedos no meu cabelo.

Chegamos um pouco para trás e ele se reclinou sobre mim. Lá estávamos nós de novo, no mesmo quarto, na mesma cama, juntos como nos velhos tempos. A energia era incrível e falar não era muito necessário. Ainda tínhamos química e intimidade. E agora com bastante experiência no assunto, bem diferente da nossa primeira vez. Ele, assim como o outro, não tirava as mãos de mim nenhum minuto e isso drenava as minhas forças.
Voltou a beijar meu pescoço e foi trilhando beijos em direção ao meu sexo. Meus dedos encontraram o cabelo dele, enquanto beijava minha barriga. Ele parou por um segundo pra olhar pra mim, como que pedindo permissão pra me deixar nua. As mãos já estavam na minha calcinha, sem que deixasse de me olhar. Ele voltou a encostar os lábios na minha barriga e descer com o hálito quente para provocar.

Posso dizer que ele aprimorou bastante tudo isso. Procurava minhas mãos com as dele e me prendia sob o seu corpo, me amando profundamente. Eu ficava sem voz com tanta dedicação.

Ficamos um de frente pro outro e o envolvi com as pernas em volta do seu quadril. Que conexão maravilhosa! Eu podia olhar pra ele enquanto me penetrava e me beijava toda. Sentia arrepios dos pés à cabeça! Terminamos a noite abraçadinhos e eu não fazia ideia do que ia ser a minha vida.

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