Na casa dele, acordei bem tarde com o meu telefone tocando insistentemente. Matt já tinha levantado e estava no banho. Pude deduzir pelo som do chuveiro. Enquanto isso, Alex não desistia de ligar.
— Oi, gata. Sou eu. Está difícil falar com você. Espero que esteja tudo bem.
Ele parecia animado.
— Hmm, está sim. Você sabe que eu tirei esses dias de folga, né? — Só pra ver se ele entendia que não era para me procurar querendo falar de trabalho.
— Sei. Isso é ótimo. Estou indo para a casa da minha mãe hoje... — Silêncio... não respondi.
— Olha, estou sentindo sua falta. — Ele disse.
Nessa hora, Matt saiu do banho e entrou no quarto.
— Preciso desligar agora. Tchau! — Me apressei para que nenhum dos dois suspeitasse.
— Bom dia, linda! – ele disse com o sorriso mais querido do mundo.
Tirou a toalha e se vestiu na minha frente.
— Já está trabalhando? — Ele perguntou.
— Não é nada demais. O que a gente vai fazer hoje? — perguntou com entusiasmo.
— Boliche. Está afim? Lembro que você gostava e era ótimo.
— Ainda gosto. É bacana.
— E tem um bar também. A gente joga e come alguma coisa.
— Beleza!
(...)
Fomos, jogamos um pouco e ficamos no bar. Sentamos bem pertinho, só porque eu queria aproveitar enquanto ele acariciava meu cabelo. Era muito gostoso ficar com ele. Quando olhei para o lado, achei que estava vendo coisas. Alex estava com a esposa, a mãe e todo mundo. Eu gelei de cima a baixo quando vi a mulher dele apontando pra mim e dizendo "olha quem está ali". Matt notou que fiquei pálida e me distraí.
Alex queria sair comigo, chegou a ligar várias vezes, mas no fim do dia resolveu sair com a família. Que canalha! Eu realmente não esperava encontrá-lo. Matt me trouxe de volta à Terra quando pôs a mão no meu rosto.
— Tudo bem? — E olhou na mesma direção que eu olhava. — Você conhece essas pessoas?
— Hmm... Sim, é meu chefe.
— Eles vão vir aqui — e colocou um sorrisão no rosto, esperando eles se aproximarem.
Eu não conseguia tirar os olhos do Alex.
Enquanto ele estava aparentemente chocado, falou com Matt meio dormente. Passados os cumprimentos, eles seguiram para o jogo e nós dois ficamos sozinhos de novo. Mas eu estava tão nervosa que não sabia se queria ir embora ou se me aproveitava um pouco daquela vitrine de ciúmes.Decidi ficar. Matt notou que estava tensa, mas não falou nada sobre isso. Pelo contrário, parecia ter entrado na vibe de se exibir também. Falava coisas no meu ouvido e me beijava mais do que antes, talvez motivado pelo álcool também. De alguma forma, a situação era extremamente excitante pra mim, sendo potencializado pelo carinho em público.
A caminho de casa, eu ria sozinha pensando no desdobramento que aquela noite teria.(...)
Já no quarto do Matt, observando como tudo permanecia da mesma forma que nos tempos de namoro, lembrava daquelas paredes, do teto, da cama no mesmo lugar e às vezes que ficamos juntos ali. Nos meus desejos íntimos, queria que aquela noite fosse diferente só porque eu estava com raiva do Alex. A verdade é que eu não entendia com clareza o que eu sentia naquele momento. Só me perdia entre os beijos do Matt, que tinham muito mais paixão do que os do Alex. Me sentia amada e importante, não só um objeto para atender os desejos deles e os meus, como uma necessidade de satisfação por algumas horas.
(...)
Saí do banho e deitei na cama primeiro pensando em tudo isso. Minha mente estava cansada, acabei pegando no sono como alternativa, ao invés de tomar alguma decisão enquanto alcoolizada e confusa. Matt deitou ao meu lado e me abraçou.
— Hmm... – murmurei.
Nem percebi quanto tempo ele levou para vir pra cama. Eu tinha um sono pesado e dormia bem rápido.
— Acordada ainda? — A mão na minha cintura, boca no meu ouvido.
— Não, mas você me desperta.
Ele me abraçou e procurou meu pescoço com a boca pra me dar uma mordidinha. O sono e o cansaço foram embora em um instante. O que aconteceu em seguida me deu coragem para tomar uma atitude assim que ele deixou o quarto para o tomar uma ducha de novo. Peguei o telefone na mesinha de cabeceira e digitei a mensagem:
"Eu me demito"
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You are enough
Fanfiction*CONCLUÍDA* Quando o amor der uma segunda chance, melhor não deixar passar. Ally deixa um longo relacionamento abusivo e complicado e volta para a casa dos pais quando reencontra seu ex-noivo e tem uma nova oportunidade de reviver o amor do passado...