Não consegui dormir a noite toda. Matt dormiu comigo mas desisti de pegar no sono, levantei e fui pra sala. Enviei mensagem pro Alex dizendo que a gente precisava conversar. Olhava em volta e lembrava do que tinha acontecido ali nas últimas horas. Como eu poderia consertar as coisas? Não queria que fosse conturbado daquele jeito, muito menos que ele visse a gente ali como viu.
O dia amanheceu, chegou a tarde e ele não ligou. Então o fiz. Seria mais rápido se ele atendesse, mas só dava caixa postal. Eu não ia deixar o dia passar sem resolver, até porque, logo depois do natal ele iria para Los Angeles de novo e ficaria mais difícil encontrá-lo.
Liguei para a mãe do Alex e soube que ele estava em um apartamento alugado do outro lado da cidade, usado para ensaiar e compor quando passava um tempo na Flórida e eu sabia o endereço.
Agindo como se ainda trabalhasse com ele, perguntei se tinha alguém da banda o acompanhando. Ela suspeitava que Alex estava sozinho mesmo e resolvi arriscar.
— Alex, sou eu. A gente precisa conversar. — falei no interfone.
— Não me faz perder tempo, tá. Não quero te ver. — disse furioso.
— Por favor! Vamos terminar como adultos.
Silêncio.
Eu não ia ficar plantada na porta por muito tempo. O portão acabou destravando e eu subi. Alex me esperava com a porta aberta.
— Entra. — Andou até a janela e acendeu o cigarro. A tensão fazia seus passos se tornarem audíveis e pesados sobre o piso de madeira. — Fala!
— A gente não precisa terminar desse jeito. — eu disse.
Ele balançou a cabeça assentindo enquanto deu um trago no cigarro.
— Você já está decidida, não é? De um dia pro outro você acordou e percebeu que queria ficar com aquele cara.
— Porque isso te incomoda tanto? Porque eu não posso procurar ser feliz do meu jeito? — e a voz começou a engasgar de tanto ódio que eu sentia, vendo sua postura arrogante. — Eu não dependo de você. Eu sabia no que estava me metendo quando te conheci, mas agora cansei. Você só quer que eu fique à sua disposição, esperando.
Alex andou em minha direção e parou em minha frente, talvez para me intimidar. Eu apontei o dedo em seu peito, olhando nos olhos.
— Eu realmente sei quem você é: um filho da puta egoísta e arrogante.
Ele continuou andando em minha direção, agora me fazendo dar uns passos para trás e segurou meu rosto.
— Você está falando besteira. Eu sei como você se sente e — no ouvido sussurrou — o que você quer. Ninguém vai tirar isso da gente, você sabe disso. Ele não é como eu.
— Sai! Deixa de ser idiota. Ele é muito melhor que você! É honesto, é de verdade. É isso que você quer ouvir?
Empurrei Alex pra longe. Falei as últimas palavras com muito prazer, para magoá-lo.
— Cala a boca! — me encostou na parede de novo. — Você não vai me fazer acreditar que já esqueceu como a gente dá certo.
— Alex, me solta. Você tá me machucando. — Ele continuava me segurando. Num impulso, empurrei e consegui me soltar. Ele segurou meu rosto e ficou com a boca encostada na minha, esperando me acalmar. Continuava me machucando. Eu com raiva dele e ele de mim, contudo o corpo dele me pressionava contra a parede e a insistência tirava minhas forças.
— Me solta. — eu pedi sem muita confiança.
— Deixa eu provar que sou melhor que ele... Daí, deixo você ir.
— Não seja ridículo. — consegui me soltar, jogando-o em cima das cadeiras da mesa de jantar. Ele não esperava aquela força. Era um acúmulo de raiva e vontade de me libertar. — Você não consegue entender, Alex. Acabou, não vá mais atrás de mim ou eu chamo a polícia!
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You are enough
Fanfiction*CONCLUÍDA* Quando o amor der uma segunda chance, melhor não deixar passar. Ally deixa um longo relacionamento abusivo e complicado e volta para a casa dos pais quando reencontra seu ex-noivo e tem uma nova oportunidade de reviver o amor do passado...