15. Hora de decidir

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As coisas iam se ajeitando e eu estava me acostumando com o estilo da vida corrida de Nova Iorque. A crise de ciúmes da Mandy ficou no passado. Fui infantil e injusta.
Eu tinha certeza que o Alex não teria passado a noite fora de casa só pra me olhar dormindo. Isso não combinava com ele. Bom, não importava mais! Eu precisava continuar vivendo. E segui...

Até que, em um fim de semana, fomos ao Radio City Music Hall para um show e tinha um anúncio do show da banda dele por duas noites. Fiquei bastante incomodada com o que senti. O Alex estaria na cidade e eu ainda me sentia de alguma forma ligada a ele. Matt viu o anúncio mas ignorou, mesmo sabendo que aquilo não passaria despercebido por mim. Não tínhamos mais o que conversar sobre isso e só o tempo poderia trazer coisas novas.
Não me surpreendeu receber a mensagem do Alex na primeira noite de show.

"Minha vida está de cabeça pra baixo desde que a gente terminou. Tive que tomar uma atitude, mesmo não tendo mais você"

Do que ele estava falando? Fiquei curiosa, mesmo sabendo que não devia responder:

"Que atitude?"

"Queria falar com você. Vamos nos ver depois do show amanhã?" — ele respondeu.

"Não temos nada pra conversar, Alex. você sabe"

"Por favor!"

Larguei o telefone na cama quando Matt entrou no quarto.

— Amor, me ligaram dizendo que preciso ir pra redação amanhã. Vou ter que trabalhar... Mas a gente pode sair hoje se você quiser. — ele disse.

— Não, tudo bem . Vamos aproveitar pra ficar juntinhos aqui hoje. A gente vê um filme... Mas poxa, sábado à noite sem você é uma droga.

— Porque você não vai ver a sua banda preferida? — riu.

Não achei graça. Eu não havia respondido a mensagem do Alex...

— Você tem ideia de quantos shows deles eu já vi? Com tanta opção aqui em Nova Iorque, é melhor ver outra coisa.

— Tá bom, tô brincando. — me puxando pra abraçar.

— Não deveria. Não gosto de tocar nesse assunto.
— Desculpa, amor. Não falo mais.

— Espero que sim.

No dia seguinte, no meio da tarde o Alex me mandou mais uma mensagem:
"Posso esperar você hoje à noite?"

"Não vou ao show" — respondi.

"Pelo menos no intervalo do soundcheck. Não vai demorar "

"Ok, precisa ser rápido " — acabei cedendo.

(...)

Foi fácil entrar no final do soundcheck por já conhecer a equipe toda. Eu não precisava de ingresso ou passe VIP para essas coisas. Ele me viu na saída lateral do palco e me disse:
— Que bom que você veio. Vem comigo! — me puxou pela mão em direção ao corredor dos camarins.

— Alex! — eu disse.

— Eu.

— Deixa, não é nada. — tinha medo porque ele é daqueles que não perdem tempo pra se aproveitar. Quis acreditar que ele falaria sério naquele momento.
Sentei no sofá e ele também. Estava sério, não tentou me agarrar e parecia realmente querer conversar.

Ele disse calmamente:
— Olha, algumas coisas mudaram. Eu não tinha ideia do quanto sentiria sua falta e queria te pedir desculpas pelo que fiz você passar. Não fiz nada certo. Magoei você e magoei minha ex— mulher. Ela desconfiou da gente desde aquele dia que a gente ficou no meu quarto, lembra? — como não?

Eu, impaciente:
— Tá, mas sério, Alex. Eu não quero...

— Deixa eu terminar.

— Só uma coisa, você disse 'ex-mulher'?
— querendo parecer menos surpresa do que estava.

— Sim. Ela quis separar... Já era hora! A gente tem que ser feliz de alguma forma. — com um sorriso sem vontade.

— E...?

— Eu queria que você soubesse...

— Você me deixa nervosa, Alex!

— ... Não fizemos nada demais naquela noite em LA. — eu não pude disfarçar minha expressão confusa.

— Eu conheço você. Não acredito nisso!

— Sei que você conhece, mas as pessoas mudam. Eu só quis passar um tempo com você. Soube que estava na cidade e fui te procurar. Você tinha bebido muito e eu quis ter certeza de que ficaria bem.

— Então é isso? Não aconteceu nada entre a gente?

— Não, eu juro.

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