Thank you for timing, thank you for fighting
Thank you for not believing me baby when I said
I don't want to fall in love*
Eu voltei pra casa pensando em tudo e não acreditava que tinha feito aquilo, depois de tanto esforço. Naquele dia, eu só queria consertar as coisas, mas terminei fazendo muito pior do que tinha planejado. Não sabia se ele ainda me procuraria ou iria me esquecer de vez. Tudo o que eu precisava era ficar sozinha pelo resto do dia. Cheguei em casa e tudo o que queria era dormir.
No dia seguinte, minha mãe disse que Matt tinha ligado, perguntando se eu estava bem. Ele desconfiava que eu tentaria fazer algo em relação à briga da noite anterior, mas me deu espaço. Também sabia que era uma questão pessoal e preferiu não perguntar. Eu admirava esse respeito que ele tinha por mim. Comecei a pensar que valeria a pena estar numa relação onde não me sentisse sufocada e não fosse escondida dos outros o tempo todo. Sexo não era tudo num relacionamento e pensando neste sentido, ele era maravilhoso. No fim das contas, ele me completava em tudo. Eu só não sabia como a nossa vida se ajustaria, caso ficássemos juntos.
(...)
Continuei o dia inteiro deitada no meu quarto, sem fome, sem telefone. Usaria a desculpa de que estava me sentindo mal. De fato estava, mas era puro peso na consciência. Faltavam poucos dias para o Natal e ele iria embora no dia seguinte. Mais um motivo pra minha tristeza. Não estávamos oficialmente juntos, mas eu ficava angustiada sabendo que não o veria no fim do dia por um bom tempo.
Ele desistiu de ligar e resolveu aparecer no início da noite. Meus pais o receberam e quando me dei conta, ele já estava batendo na porta do quarto. Me deu uma paz! Acho que era isso que eu estava esperando o dia todo e não tive ânimo de fazer acontecer. Ele entrou perguntando se eu estava bem.
— Olha, a gente precisa conversar... EU preciso. — passando a mão no rosto dele, com ele sentado na minha cama.
— Você tem certeza que quer fazer isso agora? — estava preocupado comigo.
— Tenho. Preciso ser honesta com você. – respirei fundo pra tomar coragem.
— Olha, porque você não se arruma, a gente sai e conversa? Seria bom sair um pouco desse quarto.
Eu tentei resistir a ideia de sair, mas ele acabou me convencendo. Entramos no carro e eu seguia sem falar nada. Não sabia por onde começar. Ele quebrou o silêncio perguntando se eu me importava em ficar aquela noite com ele, só mesmo pra gente não ter preocupação em ir embora e ficar mais um pouco juntos.
— Queria aproveitar pra ficar com você esses últimos dias na cidade. — tirou a mão do volante e colocou na minha perna com um sorriso.
Nessas horas eu me sentia adolescente de novo, querendo só um lugar tranquilo pra ficar com ele, sem ninguém para interromper ou atrapalhar. A vida tinha mudado tanto desde aquela época...
(...)
Sentei no sofá e disse:
— Eu não quero te aborrecer com os meus problemas, mas chegaram num ponto em que atingem você também. Então é importante que você saiba.
Eu quis falar de uma vez, pra não desistir.
— Você sabe que existe algo entre eu e o Alex que vai além do trabalho. — ele assentiu com a cabeça. Mesmo sabendo que ele era casado, eu me coloquei nessa situação e a gente teve um caso... Foi isso... — Passava muita coisa na minha mente enquanto eu falava. Nunca havia contado isso pra ninguém e não seria justamente pra ele que o faria com riqueza de detalhes.
— E o que você quer fazer agora? — a expressão dele era de alguém que só queria me ouvir, sem cobranças.
— Bem, eu acabei de me demitir. — ele olhou tentando amenizar a surpresa. — Preciso começar tudo de novo.
— Deixa eu te falar. Você não precisa continuar se torturando com isso, você não merece. Eu não sei o que você sente por ele, mas precisa de algo que te faça bem.
— Alguém? — questionei se ele seria uma opção.
— Não acho que você precise de "alguém", embora eu goste da ideia de estar com você. — ele viu que olhei pra ele confusa, porque no melhor dos mundos, ele se ofereceu pra ficar comigo. — Você vai decidir o que te faz bem. Mas eu tô aqui. — segurou minha mão.
— Verdade... cheguei mais perto e encostei a cabeça no peito dele... respirei fundo. Ele ofereceu um abraço e ficamos em silêncio. Me sentia sobrecarregada e precisava daquele aconchego.
(...)
Na manhã seguinte, fui acordada com café e ideias que ele teve enquanto eu dormia..
— Bom dia, linda! — ele continuava sendo querido comigo. Você já considerou ir trabalhar em Nova Iorque? — veio com essa novidade como se já tivéssemos falado sobre isso antes e quase engasguei com o café.
— Nova Iorque? Não. Sempre considerei Los Angeles melhor do que qualquer lugar. Vejo Nova Iorque com mais oportunidades para o jornalismo. Talvez seja apenas impressão.
— Vou voltar ao trabalho em alguns dias. Porque você não vem comigo? Eu te mostro a cidade, te apresento a algumas pessoas e você pensa melhor sobre isso. Além de ficar comigo, o que vai ser ótimo pra você. — e riu.
Terminei de beber o café esperando quase convencida da ideia de mudar de cidade, de ares e de amor.
*I'm done — Pussycat Dolls
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You are enough
Fanfiction*CONCLUÍDA* Quando o amor der uma segunda chance, melhor não deixar passar. Ally deixa um longo relacionamento abusivo e complicado e volta para a casa dos pais quando reencontra seu ex-noivo e tem uma nova oportunidade de reviver o amor do passado...