Capítulo 3 - SPENCER

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Acordo com o calor de Nova York, que entra com tudo pelas brechas da janela.

Caio da cama tentando desligar o despertador, e uma bola do pelo do meu gato fica preso no meu cabelo.

Vou até o banheiro e escovo meus dentes e lavo o rosto.
Penteio meu cabelo com muita dificuldade. Mas por fim ele fica bom.

Saio correndo do banheiro e vou até a sala.

Meus pais estão conversando sobre o acampamento do meu irmão mais velho, Eric.

- Já pegou o repelente ? E seu casaco verde ? - pergunta minha mãe para ele.

- Já mãe tá tudo aqui - ele diz balançando a mochila que está em suas costas.

- Filho, nunca se esqueça de ficar perto dos outros escoteiros. Nada de perambular pela floresta sozinho - diz meu pai com sua voz grossa.

- Por que eu não posso ir ? - entro interrompendo todo mundo.

- Spencer, já conversamos sobre isso. Seu irmão tem 18 anos e além de tudo é menino. - diz minha mãe.

- Querida, seu irmão sabe se virar na floresta. - afirma meu pai, virando as páginas do jornal.

- Que grande merda. Eric é um safado pilantra isso sim.

Minha mãe e meu pai me olham com olhares duros e meu irmão me empurra para a parede.

- Maninha, você sabe que se eu pudesse eu te levava

- Me leva... Ninguém precisa saber... vai por favor eu sempre quis conhecer Minnesota.

Ele dá um sorriso malicioso.

- Aprendeu a ser tão doida com quem ?

Dou um sorriso.

- Com um babaca que está com um bafo do cão.

Ele dá risada e me solta

- Faz suas malas e sai pela porta do fundo.

Dou uma piscadela para ele e corro para o meu quarto.

Jogo tudo que encontro pela frente na minha mala.
Coloco um casaco grande e uma calça jeans.
Calço uma bota que vai até o tornozelo e vou até a cozinha.

Pego uma banana e saio pela porta dos fundos comendo.

Fico esperando meu irmão por cerca de cinco minutos.
Até que ele aparece e faz sinal para eu ficar em silêncio.

- Vem logo - ele acena com a mão e eu o sigo por trás da casa.

Vamos ate a tropa dele e ele me esconde atrás de umas quatro bolsas.

O ônibus que vai nos levar até Minnesota chega e todos entram. E eu vou no porta malas. Junto com as malas, sem ninguém perceber.

As horas passam e nada de chegarmos. Até que o ônibus para.

O porta malas se abre e vejo o rosto sorridente de Eric.

- Pedi para o motorista parar para eu pegar minha coberta. Entra lá e fica do meu lado, ninguém sentou comigo mesmo.

Saio do porta malas e o sigo.

Ando pelo corredor do ônibus e vejo todos dormindo. Fico aliviada.

Sento na cadeira da janela e meu irmão senta ao lado.

- Olha só... Não surta mas preciso te contar uma coisa... - Eric diz me deixando completamente curiosa.

Sol GeladoOnde histórias criam vida. Descubra agora