Capítulo 1- GREG

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Uma vida baseada em um tédio imenso. Uma casa chata uma família chata, e eu o cara mais chato dessa historia. Nasci na pequena cidade de Brainerd, que fica localizada no estado americano de Minnesota. Eu nunca namorei na minha vida, porque eu nunca quis ter uma namorada, acho isso uma perda de tempo, eu não preciso de ninguém pra ser um garoto feliz. Eu me faço feliz e ninguém conseguiria fazer isso por mim. Me considero meio na minha, em todos os sentidos, na escola, em casa, na rua, em festas ou em outros lugares que eu vou. Nunca fui alguém de se importar com o estado alheio ou de ficar com peninha de qualquer coisa que não envolva a mim. Tenho 16 anos e muita gente fala que eu tenho pensamentos de 80 pelo fato de eu ser muito rabugento e antissocial.

Minha mãe não tem nada haver comigo ela é boa e se preocupa com tudo e todos, ela tem uma voz calma e sempre um sorriso estampado no rosto, sempre faz de tudo para ver os ''outros'' felizes e animados. Já eu não ligo se a pessoa esta feliz ou triste, é como se eu não conseguisse ver sentimento algum em mim ou nos outros. Meu pai foi embora de casa quando eu tinha 8 anos, ele traiu a minha mãe com a Brenda, a nutricionista dele, e então os dois foram morar em Dakota e sumiram. Minha mãe não guarda rancores, então a única coisa que ela fez foi começar um novo namoro com um antigo amigo dela, que hoje é meu padrasto, ele faz piada de tudo, da vontade de pegar um martelo e bater na cabeça dele, por que se tem uma coisa que me irrita são pessoas que se acham engraçadas, ou que tentam.

- Greg, sai desse banheiro agora, eu vou falar pra mamãe que você não quer me deixar tomar banho - diz minha irmã mais nova batendo na porta e me acordando de meus pensamentos

- vai se foder Molly - retruco com a voz alta para que ela ouça através da porta.

- Mãaaeee, o Greg disse um palavrão de novo - diz Molly se afastando da porta do banheiro e correndo para ''contar tudo'' pra minha mãe.

Eu não deveria falar palavrões perto de uma menina de apenas 6 anos, mas ela parece que pede para que eu faça isso, ela me irrita todos os dias, as vezes tenho vontade de calar a boca dela com um tiro. Na verdade tenho vontade de calar a boca de todo mundo com um tiro.

Desligo o chuveiro, pego a toalha que esta em cima do box de vidro, enrolo-me nela e saio do banheiro fazendo a fumaça da agua quente sair junto comigo. Vou caminhando normalmente ate o meu quarto. Ao chegar entro e fecho a porta atrás de mim, jogo a toalha que estou enrolado em cima da cama, e procuro alguma cueca limpa. Acho uma no fundo da gaveta e me visto e faço o mesmo com a calça e a blusa. Saio do quarto com o cabelo molhado e despenteado e me dirijo a cozinha, porque o cheiro de waffles invade meu nariz, fazendo com que eu viaje naquele cheiro bom. Chego na cozinha e me encosto na parede, e vejo minha mãe colocando uma calda de creme de amendoim sobre os waffles quentinhos, em cima da mesa. Assim que eu chego ela tira os olhos dos waffles e os fixa em mim, me olhando de cima para baixo, como sempre me analisando.

- por que esta sem chinelo ? - diz minha mãe franzindo o cenho.

- Ah que frescura, se preocupe com os seus pés - retruco revirando os olhos

Ela abaixa a cabeça e volta a olhar para os waffles, com um olhar triste.

- quero um waffle - digo num tom de ordem.

- um menino mal criado como você não merece nada - retruca minha mãe terminado de colocar calda nos waffles.

- o que eu fiz dessa vez ? - bufo revirando um pouco os olhos e ando em direção de minha mãe - vai me da logo que eu to com fome.

- Greg para com isso - diz ela olhando fixamente para meus olhos.

- parar com oque ? você não vai me dar ? -seguro o braço dela fortemente e o aperto - vai me dar ou não ? - digo ameaçando-a

Sol GeladoOnde histórias criam vida. Descubra agora