Levanto.
Fico olhando para ela. Estou muito confuso para falar alguma coisa.
Ela da um sorriso e coloca as mãos em meus ombros.
É uma música do Elvis Presley que está tocando: Can't help falling in love.
Ela fita seus olhos nos meus e então coloco meus braços em torno de sua cintura.
Começamos a nos mexer para a esquerda e para a direita bem lentamente. Os olhos dela não param de encarar os meus. A música toca em perfeita sintonia com os nossos poucos movimentos.
Esqueço a raiva que estou dela e deixo a música nôs envolver.
Ela entrelaça os dedos dela nos meus e da um sorriso fofo sem mostrar os dentes. Giro ela com a mão que não está torcida. Os nossos passos começam a aumentar e agora dançamos uma perfeita valsa. Não tão perfeita, pois ela pisa no meu pé algumas vezes.
Minha mão torcida não atrapalha a dança. Consigo conduzi- lá sem problemas.
Spencer me abraça e ficamos indo para frente e para trás lentamente. Até que ela se solta de mim e volta a colocar os braços em cima dos meus ombros. Seu cabelo molhado deixou minha blusa também molhada. O sorriso dela a essa altura está mais bonito, mas brilhante, mas apaixonante.
Vejo o quanto Spencer é bonita.
Os olhos dela agora são mais intensos e verdes. E acho que ela percebe o brilho que deve está nos meus olhos.
A música para, mas mesmo assim ela não se solta de mim e nem eu dela.
Eu nunca pensei que deixaria ela me envolver assim.
Nós soltamos depois de nós olhar por um bom tempo, e sentamos no sofá.
Ela fica bem próximo de mim, e passa suavemente a mão pelos meus dedos.
Encosto no sofá e ela também.
O silêncio entre nós logo é quebrado por ninguém menos que ela.
- Vamos dar uma volta? Me mostra sua cidade - ela me pede.
Assinto com a cabeça e levantamos do sofá.
Abro a porta de casa e fecho a mesma.
Ela fica ao meu lado e então saímos de perto da minha casa. A noite está estrelada e a lua está cheia. O vento frio faz com que saia fumaça das nossas bocas cada vez que falamos.Caminhamos em silêncio até sair da floresta e chegar na avenida. Que esta vazia.
Atravessamos a mesma e seguidos por uma reta.
- Uau, aqui é bem calmo - ela diz.
- Verdade - digo.
- E bem frio também - ela diz e se abraça fortemente.
Vejo que ela esta apenas de short e uma blusa bem fina.
- Você que é louca - tiro minha blusa e coloco nela. - To com três blusas e já tô morrendo e imagina você que tá parecendo uma periguete.
Ela ri.
- Valeu, Greg.
Coloco meu braço em volta do ombro dela para que assim fique mais quente. Não acredito que eu estava me preocupando com alguém.
- O que está fazendo ? - ela pergunta incrédula.
- Nem eu sei - digo. Mas não tiro o braço dela.
- Seria bom se você não soubesse o que faz sempre! - ela afirma.
Continuamos à andar até que chegamos na frente da minha escola.
Vamos até um banco que fica na frente da escola e nôs sentamos.
- Por que quis sair ? - pergunto.
- Precisava. Não consigo ficar dentro de um lugar por muito tempo. - ela responde.
- Então por que não vai acampar com seu irmão ? - digo.
- Ia ser bom. Mas acho que o chefe da tropa não ia entender - ela abaixa a cabeça - Só garotos entram... Uma garota não ia saber viver na floresta. É assim que ele fala. Meus pais também, só que meu irmão mentiu para eles falando que o chefe da tropa tinha deixado só pra mim poder vim com ele... e nem pensamos nas consequências. - ela ri - Não sabia que eu ia acabar parando na casa de um psicopata.
Damos risada.
- Eu que sou o psicopata ? Tem certeza ? - dou risada.
- É sim. Você é ruim - ela diz, mas sei que está falando na brincadeira.
- Não sou tão ruim... Não matei ninguém ainda - ela ri alto e eu rio junto com ela. Ela bate de leve no meu ombro.
- Por que você me recebeu tão mal ? - ela para de ri e me pergunta.
- Não estou acostumado em ter minha casa invadida. - digo divertido.
- Só quero um lugar para ficar, ué.
- Ficasse em New York, ué.
- Aí eu não ia te conhecer, ué.
- Confesso que não queria te conhecer, ué.
- Você não queria me conhecer ? - ela diz sério.
Levanto do banco.
- Nossa, olha a hora - olho no meu pulso como se tivesse um relógio nele. - Tá muito tarde não acha ?
Ela levanta e continua me olhando seria.
Começo a andar e ela vem logo atrás. Durante todo o caminho não trocamos uma palavra.
Ao chegar em casa ela fecha a porta.
E eu subo pro meu quarto, e infelizmente ela me segue. Tiro meus sapatos e sento na cama. Ela aparece e fica de braços cruzados na porta.- Greg, eu pensei que depois de tudo que eu te fiz você iria parar de me tratar mal... já te expliquei o por que estou aqui. Você tem capacidade de entender.
Mostro minha mão ingesada para ela.
- A culpa não foi minha! - ela grita.
- A é ? A culpa não foi sua ? Se você não tivesse " invadido" a minha casa talvez eu não teria me estressado e nem caído da escada.
- Desde que vim pra cá eu a cada dia estou tentando merecer esse lugar... Eu sei que é difícil lidar comigo, você poderia pelo menos tentar! Sua mãe ficaria muito feliz em ver você fazendo o bem pelo menos uma vez nessa sua vida.
- Eu não ligo para como minha mãe me vê, não ligo se ela está feliz ou não. NÃO LIGO PARA COMO ELA SE SENTE - Grito revoltado.
- Eu pensei que eu poderia mudar você.... - ela abaixa o tom do voz.
- Pensou errado! - afirmo.
- Realmente Greg, você sempre terá esse coração de gelo. Mas cuidado, gelo quebra muito fácil. - ela diz e bate a porta. Me deixando sozinho.
Mas uma vez meu orgulho fala mais alto. Eu queria ser aquele Greg de antes. Aquele que não liga pra nada. Mas eu realmente estava ligando.
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Sol Gelado
Storie d'amoreEra frio Não sei dizer se fazia mais frio do lado de fora da blusa ou dentro do meu coração parece que competiam. Greg é um adolescente de 16 anos que mora com sua mãe e sua irmã em uma casa isolada das outras. Um garoto frio e chato, que acredit...