Cap. 22

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- Você está linda! - Exclamou Kayla.

Não me achava bonita, nao me achava nada, olhava no espelho e não conseguia enxergar nada dentro daquele vestido. Estava invisível.

- Não estou me sentindo bem. - Declarei ao começar à tirar o vestido.

- O que foi?

- Preciso de ar puro.

Coloquei minhas roupas de novo de deixei o trailer dela, precisava respirar longe dali.

- Lucy! Dez minutos! Coloca seu vestido agora! - Gritou Dyego assim que me viu correndo no estacionamento.

- Sinto muito, Dy. Preciso fazer algo antes.

Voltei a correr, que falta senti de meus patins naquele momento.

Como o estúdio era perto da ponte, não demorei nem quinze minutos para chegar lá, foi a melhor corrida da minha vida, mas assim que parei no meio da ponte, algo no meu peito latejava de dor, me fez chorar, me fez abafar gritos.

Tudo aconteceu muito rápido depois, estava andando pela calçada da ponte, esfregando minhas mãos em meus braços para abafar o vento frio daquela manhã, quando um carro acelerou e simplesmente invadiu a calçada.

🎥📷📹

Abri meus olhos lentamente, era como se tivesse acordado de um sono profundo.

- Ela acordou! - Ouvi um grito estridente.

O céu já não tinha mais suas nuvens frias, estava limpo e refletia todo o calor do sol bem para onde me encontrava.

- Deixa eu passar! Ela é minha amiga! - Devia ser Kayla, não consegui distinguir.

O que você faz quando acorda de um sono  profundo? Eu, inspiro profundamente, porém, assim que tentei, meus pulmões não aceitaram o ar, e meu pesadelo de sempre começou à fazer parte de mim.

- Afastam-se! Está tendo convulsões!

- Não é convulsões seu idiota! Ela tem asma!

Poucos instantes depois, ouvi um barulho conhecido de uma bombinha sendo agitada e a senti ser colocada em minha boca, com certeza aquela que ficava sempre guardada na bolsa de Kayla.

- Vamos Lucy, suga.

Puxei com toda a força que eu não tinha naquele momento.

Fechei meus olhos enquanto a respiração voltava ao normal, não conseguia sentir nada.

- Kah, não sinto minhas pernas, nem meus braços. - Choraminguei.

- Isso é normal? - Ela perguntou, mas não foi pra mim.

- Ela está em estado de choque, é raro alguém não sentir nada, mas não é impossível.

Escutei sirenes de ambulância ao fundo. Abri aos olhos e percebi que a pessoa com a qual Kayla falava era um policial.

As sirenes foram chegando cada vez mais perto.

- Ela não pode se mecher?

- Não! Deixe que eles cuidem dela.

- Kayla, não estou sentindo minhas pernas! - Disse novamente.

- Calma, Lucy, eles estão chegando.

Ouvi murmúrios em volta de mim, mas me recusei à olhar além de minha melhor amiga. Então, escutei uma voz bem conhecida pedindo licença rigorosamente para poder passar por entre as pessoas.

- Deixe ele passar! - Gritou Kayla se afastando de mim. - É o namorado dela, deixe ele passar!

Namorado? Se não tivesse com pouca consciência das coisas naquele momento teria protestado.

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