Foi à mais ou menos dois anos atrás, Bryan estava tentando conquistar minha amiga Lucy, mas também estava tentando algo comigo. Óbvio que nunca quis nada com ele, mas era perseguida sempre que saia do estúdio ou da faculdade que ainda fazia na época.
Ele tem a mesma idade de Lucy, na época estava com quase desessete anos e eu com vinte.
Um dia, ele finalmente conseguiu
conquistar Lucy, era a formatura dele, por diferença de meses ele era adiantado um ano na escola. Me lembro como se fosse hoje a empolgação dela em se arrumar para o baile, precisou da minha ajuda para tudo em questão de beleza, mas na hora de ir ela estava insegura, ela estava com medo, praticamente me implorou para ir com ela, e eu fui.Bryan a buscou e quando me viu também produzida pra ir estranhou, perguntou à ela por que eu iria também, Lucy não sabia das suas tentativas comigo, tinha medo de perder a amizade dela por causa disso.
Nós fomos para o baile que foi na quadra de basquete do colégio, mas Lucy nunca entrou naquele baile.
Quando descemos do carro, havia muitos amigos de Bryan lá, quando digo muitos, quero dizer muitos mesmo! Eles rodiaram o carro e começaram a mostrar seus celulares ligados na câmera e a rirem de Lucy. Nós duas ficamos surpresas. Bryan, porém, começou a rir junto com eles.
- Pensou mesmo que traria você para o baile de formatura, pequena Lucy? - Foi o que ele gritou para todos poderem ouvir.
Em um gesto rápido, Bryan rasgou do decote até o umbigo do vestido de Lucy, foram poucos segundos antes de cair a minha ficha e me colocar na frente dela, mas até então todos já tinham tirado fotos dos seios expostos dela.
Um colega de Lucy, viu o que estava acontecendo e correu para nos ajudar, deu seu paletó à ela, porém antes que pudéssemos pensar em como sair dali com todos nos fechando, fomos atacados. Ovos, farinha, barro, leite, até mesmo vinho foi despejado e jogado em nós três.
Foi a maior humilhação que já passei na minha vida, imagina como ficou minha amiga? Por causa disso, ela deixou de ser a pessoa mais amorosa e gentil para ser alguém mais fechado em si, e ignorante as vezes.
Lembro que conseguimos sair enquanto ainda estávamos sendo acertados pelas bexigas de água e leite vencido, corremos para o carro desse colega e saímos o mais rápido possível.
Quando chegamos na casa de Lucy, pedimos desculpas para ele que tinha que voltar para o baile e dar uma explicação para a parceira. Entrei junto à Lucy, ela não parava de chorar e quis tomar banho sozinha.
Naquele momento, eu só queria me vingar, só queria poder chegar perto de Bryan, lhe dar um tapa e avisar que se ele se metesse novamente com minha melhor amiga, ele iria se ver comigo.
Peguei meu carro, voltei rapidamente para o colégio que não era muito longe, sai do carro com minha sede de vingança ainda pior.
Não me importei por estar sendo encarada por onde eu passava, minha roupa e meu cabelo sujo só me fazia lembrar o motivo de estar ali.
Passei pela multidão, mas não consegui encontrar Bryan, nem mesmo o colega de Lucy. Andei por todo o colégio, as salas de química e outras matérias, os corredores, o vestuário, nada. Pensei em desistir, não iria compensar chegar até ele e lhe dar um tapa, havia muitos amigos para protegê-lo.
Quando estava indo embora, escutei vozes vindo da piscina, era perto da quadra onde estavam todos, mas era longe o bastante para ninguém ver nada. Me aproximei da porta, vi Bryan, os amigos, e o colega de Lucy na beira.
- Está pensando que pode interferir na minha brincadeira e ficar por isso mesmo, nerd? - Bryan gritava apontando o dedo para o rapaz todo sujo. - Vou te ensinar a não interferir nos meus assuntos.
Tapei minha boca para não gritar na hora em que começaram a bater nele, se eu gritasse, o que eles poderiam fazer comigo? Mesmo assim, não aguentei, quando vi que ele não conseguia nem levantar mais e ainda continuava apanhando, entrei com tudo pedindo para pararem.
O choque foi literalmente rápido, o sorriso debochado que surgiu no rosto de cada um foi amedrontador. Eram sete, dois vieram até mim me levando à força até onde eles estavam.
- Bryan, seu canalha, não vai se safar dessa. - Cuspi no rosto dele.
- Olha só - Ele limpou o rosto. -, um petisco para nós garotos. Só que antes, preciso fazer uma coisinha.
Em uma fração de segundos, Bryan jogou o corpo todo machucado do rapaz na piscina, ficou empurrando a cabeça dele pro fundo e rindo.
Eu não sei o porque do garoto não conseguir se debater nem nada debaixo d'agua, deveria estar com muita dor no corpo.
Tudo aconteceu muito rápido, eles ficaram olhando fixamente para a piscina quando vi minha oportunidade, corri o mais rápido possível, estava com muito medo, você sabe do que Bryan era capaz de fazer.
Sempre fui boa com computadores, precisava de provas do que havia acontecido naquela noite, corri até o local onde tinha um segurança, uma sala de controle, por sorte, ou azar, ele estava dormindo em serviço. Peguei meu celular e joguei todo o conteúdo da câmera da piscina para ele, sabia que depois Bryan faria o mesmo e apagaria tudo.
Sai daquele colégio com o coração na mão, entrei no meu carro as pressas sem parar nos sinais fechados, recebi muitas multas.
A minha idéia brilhante era poder vir até aqui para denunciar Bryan, mas ele me achou. Como já tinha me perseguido antes, me esperou no portão de entrada do estúdio, nunca tive tanto medo na minha vida como aquele minuto.
Ele me mostrou a arma que estava guardada dentro da calça, engoli em seco.
- Se você contar o que viu ontem para alguém, além de matar você, irei acabar com a vida da Lucy e de todos que você conhece. - Foi o que ele me disse.
Sei que sou uma boa atriz, sei que já fiz trabalhos onde mostrava que esconder algo assim era um erro, mas não era um filme, era a vida real, eu vi do que Bryan era capaz de fazer, não podia deixar nada acontecer com ninguém que estivesse ao meu redor.
Mudei de idéia hoje, porque ele voltou! Bryan tinha fugido, se mudou para fazer faculdade em um lugar distante, porém voltou para infernizar a vida de minha amiga de novo, e a minha.
Hoje, quando estava saindo de mais um dia de gravação, ele veio até mim, me jogou dentro do seu carro me levando para um lugar distante, deserto, lá, ele... Bom, primeiro ele disse que queria Lucy, que queria que eu o ajudasse a ter Lucy nas mãos dele novamente. Quando neguei, me mandou abrir o porta do carro onde encontrei uma adaga, na cintura dele também havia uma arma. Entendi o recado, se eu tentasse pegar a adaga, ele me dava um tiro, se eu negasse seu pedido, ele me matava à facadas.
Comecei a tremer, Bryan é o único no mundo que me dá medo.
Quando percebi, suas mãos já estavam em mim, foi ele que deixou essas marcas roxas de dedos no meu braço, foi ele que me arranhou no peito quando comecei a me debater, ele queria me tocar, mas acabou me jogando na rua ali mesmo sozinha onde tive que andar até uma casa próxima e pedir ajuda.
O que Bryan não sabe, é que ainda tenho as filmagens daquele dia na piscina, e eu não aguento mais esconder isso. Sei que o senhor pode me ajudar não é mesmo? Pode garantir a segurança de todos, principalmente da Lucy?
Bom, o que aconteceu naquela noite, está bem aqui.
Bryan matou uma pessoa.
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Incondicionalmente
RomanceLucy Fanning, uma jovem que perdeu muito mesmo antes de entender. Sem pai, sem irmã, somente com sua mãe e uma casa para ajudar a sustentar. Sua melhor amiga é diferente, vive em uma vida perfeita de atriz. Seu futuro? Era algo que não encaixava na...