Cap. 28

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"Seus pais te separaram de Kayla, não tentaram..."

" Só sei que agora terá que manter essa farsa de amigos."

Eram fragmentos importantes da coversa de Kyle com Stephen.

- Vamos? - Perguntou Kyle me tirando de meu devaneio.

- Sim. - Levantei envergonhada por ter sido pega no flagra.

- Vai com minha jaqueta? - Passou a língua em seu lábio inferior.

- Sim.

Kyle se aproximou lentamente fazendo minha respiração vacilar, passou seus dedos pelo meu pescoço, em seguida pelos cabelos puxando a fita que prendiam-no em um rabo de cavalo.

- Deixe-os soltos, sentirá como é bom.

Assenti engolindo em seco.

- Desculpa. - Pedi. - Por achar que você me odiava, por ter sido grossa com você.

- Não. Me desculpe você, por não ter te contado antes.

Fomos andando lado à lado até a moto  estacionada na calçada. Kyle subiu primeiro, obviamente, me deixando literalmente apaixonada pela cena.

- Você não vem? - Perguntou sorridente. - Subi na garupa sem saber o certo o que fazer. - Prenda as pernas nas minhas com força, pode colocar as mãos no banco, se quiser.

Percebi que foi isso que ela fez, foi isso que Ruby fez quando passearam juntos.

- Não. - Fiquei um pouco sem jeito colocando levemente minhas mãos em sua cintura. - Se importa?

Vi sua respiração vacilar, devia ser a primeira vez que uma garota fazia isso.

- Assim. - Suas mãos se posicionaram em cima das minhas as puxando mais até meu corpo estar colado com suas costas. - Aperta firme, se segura.

O motor da moto ganhou vida segundos depois, ela nos levou até o estradão que ficava no fim do bairro, longe de tudo e de todos, uma estrada vazia que só subia e subia.

A brisa empurrou meus cabelos para trás, fez cócegas em minhas bochechas, fez meu sorriso só crescer e crescer.

- Solte os braços! - Kyle gritou quando pegamos uma parte da estrada reta. - Vou aumentar a velocidade!

Foi exatamente isso que ele fez. Soltei meus braços um pouco receosa, mas ao sentir o vento em meu corpo não poderia definir aquela sensação com outra palavra que não fosse,
liberdade.

Comecei a rir de felicidade, Kyle me acompanhou com seus gritos.

Me agarrei a ele novamente pouco antes de chegar ao topo do morro onde o estradão levava.

- Chegamos.

Sai da moto com as pernas bambas, Kyle me segurou quando tentei dar o primeiro passo.

- Uou, isso é normal?

- Para primeira vez, sim.

Já estive ali no topo daquele morro uma vez com minha mãe, mas tinha sido à anos e a paisagem mudou bastante,  dava para ver nosso bairro mais próximo, depois a ponte e o resto da cidade.

- É lindo. - Admirei ainda sendo segurada pelas suas mãos.

- Sim, é.

- É uma cidade de papel. - Ri da minha própria tentativa de protagonizar Cidades de Papel.

- Com todas essas pessoas de papel, morando em suas casas de papel, queimando seus futuros para se manterem aquecidas.

- Desde quando conhece esse livro? - Perguntei surpresa.

IncondicionalmenteOnde histórias criam vida. Descubra agora