(Poncho)
– Alfonso?! – ela pigarreou nervosa. – O que é isso?
Franzi meu cenho completamente confuso e sai da cama, empurrando o lençol para o lado revelando a minha semi-nudez. Sem tirar os olhos dela, que estava de costas para mim remexendo em uma das gavetas do guarda-roupa. Segurei-a pelos ombros, sutilmente e observei o que estava em suas mãos. Meu coração deu um solavanco desagradável quando observei o pequeno objeto preso entre o dedo indicador e o polegar de Annie. Era um chaveiro, coberto com dois pedaços de plástico resistente e uma foto entre eles, pequena e quadrada. Anahí observava aquilo com a boca entreaberta e sua respiração era irregular, notei pela movimentação de seus ombros em minha palma. Mesmo sabendo exatamente do que se tratava tirei com delicadeza o objeto da mão pequena de Annie e o observei trazendo um pouco mais perto do rosto e afastando com o polegar o pequeno pedaço de couro que tinha ali, para proteger a foto.
Na foto estava eu, uns cinco anos mais novo, vestindo uma camiseta listrada e o cabelo bem curto, ao meu lado estava Elizabeth, na época com os cabelos escuros bem curtos emoldurando o rosto em formato de coração, revelando com clareza as covinhas delicadas na bochecha. Ambos sorriamos e bebíamos na mesma taça com canudos coloridos uma bebida roxa fluorescente que saia fumaça também colorida. Soltei o ar pelos meus lábios entreabertos e soltei a foto, fazendo-a cair de volta na gaveta.
Minhas mãos deslizaram pelos braços finos de Anahí e eu respirei sonoramente antes de responder:
– É uma ex-namorada. Desculpe por ainda guardar isso devia ter jogado fora, mas esqueci completamente de sua existência. – menti em um tom casual.
Nessa época eu havia alugado um apartamento pequeno e já mobiliado que eu reservava para passar o tempo com Anahí já que apenas namorávamos.
– Tudo bem, a foto é antiga eu notei. – ela relaxou a musculatura quase imediatamente, aliviada. Eu a tinha nas mãos e era incrível esse mutirão de emoções que aquela menina causava em mim. – Mas vou livrar-me
dela.Eu ri baixo, e beijei seu ombro coberto apenas com a fina tira da camisola que ela vestia. Mesmo nessa época Annie era um encanto tinha a doçura e a inocência de uma menina, mas mesmo com a pouca idade a ardência de uma mulher e mesmo que pareça clichê era sua nobreza e sensibilidade que me fez cair a seus pés, completamente inerte a seus encantos.
Ela passou uma das mãos para trás do corpo alcançando meu rosto entre a palma perfumada e riu também, o som era musical enchia-me de alegria. Caindo em seu jogo abaixei com a ponta dos dedos uma por uma das alças finas e afastei-me dela vendo a camisola deslizar graciosamente pelo pequeno corpo, revelando-a completamente nua. Enchendo meus olhos com as curvas perfeitas e esculpidas dela. Anahí virou-se de frente para mim encarando-me no fundo dos olhos seu semblante tinha um ar travesso incrivelmente bonito, toda a desconfiança havia evaporando-se dali eu tinha certeza. Anahí estava nas minhas mãos ela ignorava qualquer indicio para acreditar em minhas palavras.
x-x
Porém a nova Anahí parecia muito menos propensa a acreditar em o que quer que fosse, mentiras ou verdades. Notei isso quando ela fez o sorriso bonito desaparecer dos lábios assim que eu entrei em seu campo de visão e deu um muxoxo exagerado com a intenção certeira de ferir-me. Porém por mais eficaz que tenha sido o que me revoltou sinceramente foi ter visto Pablo sentado ao lado dela rindo despreocupado enquanto os dois dividiam um único sunday.
Em um rompante de bom senso, antes de procurar Anahí esperei Elizabeth fazer um novo teste de gravidez, dessa vez um de sangue para eliminar qualquer dúvida que tivéssemos ainda, ela concordou muito contrariada, mas permitiu que eu a acompanhasse. Felizmente o teste dera negativo dando a liberdade de Elizabeth continuar me odiando pelo tempo que ela achasse necessário. Manuel e Igor, porém continuavam sendo o nosso vinculo e sempre seriam por isso tratei de levar os dois para sair aproveitando mais do que eu julgaria possível a presença dos pequenos. Manuel ainda estava relutante com minha presença, mas eu definitivamente havia quebrado um enorme gelo que havia entre nós.
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Acasos II
FanfictionContinuação estendida da mini Acasos. Nas mãos de um vigarista ficou esperança, Coração e sonhos destruídos. Deixados para trás por um indivíduo, Que não fez valer meus sacrifícios. Me deixando sozinha e levando consigo Minha maior virtude: Crer na...