(Poncho)
– Com força, Poncho! Mais fundo, eu quero mais fundo! – Ela gritava sem nenhum pudor. – Será que nem isso você consegue fazer direito? Ora, seu frouxo...
O resto porém, se transformou em um grito em deleite, seguido de um palavrão em alto e bom som. Anahí estava esparramada na mesa – do meu escritório – eu em pé, possuindo-a com agressividade com as duas mãos apoiadas em seus joelhos, abrindo ainda mais as pernas torneadas.
As mãos de Anahí eram urgentes e causavam estrago onde quer que tocassem. A vítima dessa vez era o meu pescoço onde ela cravava as unhas com força, não parando nem mesmo quando tal ato tirava sangue. As únicas palavras proferidas por ela eram libidinosas ou desaforos, nada nem sequer parecido com o que fora antes.
Nossos movimentos exacerbados cessaram quase no mesmo instante e foram finalizados com um arfar exagerado dela. E então eu sabia o que viria, eu sempre sabia. Todas às vezes, religiosamente eram assim.
– Agora saia de cima de mim! Esse contato exagerado pode me causar alergia.
Sarcástica, ela apenas vestiu a roupa, cada uma das peças com pressa. E cada vez que nossos olhares se encontravam o único que eu distinguia era desprezo. A maquiagem – a cada dia mais aparente – também fora retocada com um último deslizar de lábios, o superior contra o inferior para espalhar com maior eficácia o batom cor de sangue. E ela saiu porta a fora, remexendo os quadris e sem dizer uma única palavra.
Eu já não reconhecia a mulher com que me casei. Não essa nova versão dela pelo menos, ela simplesmente ignorava-me pelo tempo que achava justo e não adiantava ligar ou visita-la ela simplesmente não atendia. Porém as vezes ela me procurava como nessa manhã, livrava-se das roupas em minutos e depois do sexo – pois era assim que ela chamava agora – simplesmente ia embora. E havia também a agressividade dela, verbal e física. Algo que não nego fora bastante excitante no começo, mas que agora eu sabia, tinha outro significado.
Em minha opinião ela estava tentando causar-me constrangimentos com Elizabeth, algo que certamente estava dando certo. Era comum agora eu encontrar Anahí rondando com o próprio carro o colégio de meus filhos, a minha casa com Elizabeth. Certa vez ate nos encontramos no supermercado. Outro ponto considerável na nova Anahí é que sempre que nos víamos ela pedia, ou melhor, exigia dinheiro. Dizia sempre que ganhava tão pouco, pois graças ao nosso casamento precoce ela nunca tivera a oportunidade de fazer uma faculdade.
As poucas palavras que trocávamos eram cheias de mistérios da parte dela. Anahí que dividia comigo e só comigo sua vida social agora estava repleta de amigas. As amigas da academia, as amigas do condomínio, as amigas do trabalho. Agora até mesmo um trabalho ela tinha! E se recusava veemente a me dizer onde era e o que raios ela fazia. Porém, de longe a palavra que ela gostava mais de repetir em minha presença certamente era: divórcio.
Por isso eu atribuía a ela a minha falta de atenção no trabalho, foi culpa dela também eu ter sofrido um acidente automobilístico que o único que me trouxe foram dividas, quem sabe se eu tivesse um traumatismo craniano tudo seria melhor, talvez eu até amolecesse o coração de Anahí.
E certamente foi culpa dela eu ter passado as ultimas duas noites dormindo na cama de Manuel. Pequena demais, desconfortável demais. Pois, Elizabeth me expulsara do nosso quarto. Tudo porque segundo ela, eu estava grosseiro demais, estourado, impetuoso. Por causa de Anahí!
E também era culpa dela que eu tivesse passado o dia todo com um adesivo do Mickey colado nas costas, destoando ridiculamente com o paletó preto e costumeiro que eu usava. O quarto de meu filho mais velho estava cheio deles, dos adesivos horrorosos que ele havia trazido da Disney. Provavelmente esse estava na cadeira onde eu havia deixado o paletó. Eu passara o dia todo com um Mickey mostrando a língua de ponta cabeça bem nas costas, tão profissional.
x.x.x
Alguém tá surpreso por aqui? ;)
Bom meninas como eu tinha combinado e avisado as narrativas agora serão divididas entre Anahi e Poncho, espero que não fique confuso.
Bem vindos a Acasos II
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Acasos II
FanficContinuação estendida da mini Acasos. Nas mãos de um vigarista ficou esperança, Coração e sonhos destruídos. Deixados para trás por um indivíduo, Que não fez valer meus sacrifícios. Me deixando sozinha e levando consigo Minha maior virtude: Crer na...