Bônus

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Bônus

Venenosa!
Êh êh êh êh êh!
Erva venenosa
Êh êh êh êh êh!
É pior do que cobra cascavel
O seu veneno é cruel
EL! EL! EL!..

(Rita Lee- Erva Venenosa)

Nota da autora: NÃO RESISTI 

KKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKK

Morgana

A vida é mesmo surpreendente! Lutei quase a vida toda para que o meu filho ficasse longe daquela miserável pobretona e proteger o patrimônio da nossa família e protegê-lo também, afinal, com certeza ela daria o golpe quando tivesse a primeira oportunidade! E veja bem... eu estava certa! Não demorou muito para vir mais uma bastarda querendo se infiltrar na nossa família.

- Mas nunca! NUNCA! Irei deixar essas pragas macularem a honra da nossa família! –Grito e depois trago o meu cigarro, a única coisa que tem me acalmado nos últimos meses.

Olho para a foto colocada há anos em cima da minha mesa e toco nela quase a mesma adoração de antes. Meus olhos se enchem de lágrimas.

-Porque, filhinho? Porque você trocou a mamãe? Nós tínhamos tudo para ser feliz! Você seria o empresário mais importante do país! Mas resolveu deixar tudo por causa daquela bastarda número um. Depois deu a punhalada final quando decidiu assumir aquela empregadinha e a bastarda dela. Ingrato! Ingrato miserável! –Jogo o porta retrato na parede e ele se espatifa. –É assim que você vai ficar, depois que eu destruir a sua família perfeita! -Dou uma risada afinal, seu eu não tenho o que quero, ninguém também terá!

Pego o meu celular ligo para a incompetente que finalmente prestou para alguma coisa todo esse tempo que ficou lá naquela pocilga olhando aqueles dois.

-Eles estão aqui no shopping, acabei de falar com o Sr Frederico já estão na loja comprando o presente para...

-Poupe-me! O que eu queria já sei! Vê se faz o seu serviço direito e leva a menina para a loja que eu aluguei, como combinamos. Chego em breve!

-Sim, senhora. Mas não demora. Vou só pegar a pirralha e dá o fora. –Reviro os olhos.

-Como se fosse capaz de fazer algo melhor que isso. Enfim... vá pegar a bastarda! –Desligo e ligo para o táxi com um sorriso vitorioso nos lábios!

Chegou a hora da minha vingança, essa é a minha chance de fazê-los pagar por tudo que me fizeram e irei cobrar ferindo-os da pior maneira possível... vou matar aquela bastardinha!

Enquanto espero passo uma flanela na companheira que irá me ajudar nessa aventura. Preta e lustrosa a arma brilha convidando meus olhos a brilharem também. Perdi tudo que levei uma vida para construir, pois eles que percam um dos seus motivos para viver. A vida é assim, em um dia você tem, no outro não!

Assim que chego vejo a bastardinha tomando sorvete sentada na mesa que tem no centro da loja e um monte de papel e canetinhas coloridas. Olhando assim de longe, se não fosse filha daquela praga até diria que é bonitinha...

Assim que me vê seu sorriso morre e ela arregala os olhos, seu rosto antes corado fica pálido e sem vida.

-Socorro titia, a buxa tá aqui! –Procura a pivete que provavelmente brincava muito com ela lá na pocilga, mas não encontra. –Quelo meu papai! –Começa a chorar. –Mamãe! Mamãe! Socorro! –Os berros me irritam, mas consigo me controlar. –Vem buscá eu, mamãe! Vem buscá eu! –Corre para o cantinho da parede e se encolhe. De repente aparecem as malditas vozes na minha cabeça e não param de falar, a menina grita e as vozes falam mais alto, seguro minha cabeça entre as mãos.

Na minha frente aparece meu Frederico quando era pequeno e como ele sorria e corria pra mim e me abraçava com carinho.

-Te amo, mamãe!

O sorriso dele... tão lindo! Tento tocar nele, mas ele some virando fumaça e um Frederico mau aparece na minha frente brigando e me enxotando da casa dele. O choro da menina volta a me atormentar e seguro meus cabelos com força.

-CALA A BOCA! CALA ESSA MALDITA BOCA! –Grito ensandecida e ela para.

Preciso pensar... Preciso pensar...

Olho mais uma vez para essa coisinha pequena e indefesa e vejo que não serei capaz de matá-la.

-Não posso desistir... Não posso desistir... –Penso e falo ao mesmo tempo acendendo o cigarro e sento na cadeira.

-Quelo a minha mamãe, sua buxa malvada! –A bastarda choraminga. –Quelo o meu papai também. –Encaro-a sem expressar nenhuma reação. –Quelo falá com o meu papai ele vem buscá eu... –Chora histéricamente, mas uma idéia tão boa vem na minha cabeça e ignoro a birra dessa irritante.

É isso!

Pego o celular e disco o número que consegui com a minha "espiã" mais cedo.

Está na hora de mandar sua mamãe para o inferno!

Laços Inquebráveis - COMPLETO Onde histórias criam vida. Descubra agora