Capítulo 19

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No silêncio das lágrimas... A angústia é indisfarçável.A tristeza é profunda.A esperança é um pequeno vestígio,quase inexistente.O silêncio é uma maneira de reunirforças para o novo amanhã.

(Sandra Ribeiro)

Capítulo 19

Ane

-Caso. -A palavra sai da minha boca acompanhada com um sorriso largo e lágrimas de felicidade nos olhos.

-Eu te amo, Ane. Te amo muito antes de saber o que era o amor. -Ele passa a mão pelos meus cabelos.

-Eu também te amo. Muito. -É a minha vez de tocar o seu rosto com ternura. Meus lábios tocam os seus e olho dentro dos seus olhos. -Eu vou te amar pra sempre. -E assim, com vários beijos e sorrisos compartilhados fazemos amor novamente, mas dessa vez foi como se tivéssemos -depois de tudo que passamos - selando o nosso futuro de uma vez por todas.

-Não me vejo casando na igreja com um vestido longo e tudo mais... -Falo para Fred quando termino de mastigar um pedaço de bolo, após resolvermos fazer um lanche em plena três horas da manhã.

-A gente casa do jeito que você quiser, amor. -Beija o meu pescoço enquanto deixo o lanche de lado e me aconchego nele. -Eu só quero ficar velhinho com você. -Me abraça cheirando o meu cabelo.

-Mamãe? -Ouço Lise me chamar e olho para Fred.

-Papai? Amô? -Gabi chama também e nos levantamos em alerta indo até o quarto delas e dou graças aos céus por estarmos apresentáveis. Entramos no quarto delas e encontramos as duas deitadas bem juntinhas de mãos dadas.

-Está tudo bem, minhas princesas? - Fred entra, senta na cama e começa a conversar com elas. Fico parada observando, as duas parecem gostar do segredo deles que não consigo ouvir. Dou um sorriso com o peito explodindo de orgulho. O homem que estava bem aqui na minha frente em nada se parece com aquele que chegou aqui com um olhar perturbado e completamente perdido com uma filha pequena sem saber o que fazer.

-Você deixa, mamãe? -A voz de Gabi chama a minha atenção.

-Desculpa, amor, não ouvi. –Desvio o olhar de Fred e me concentrado nelas.

-O papai disse que a gente não pode dormi com vocês. -Lise diz desanimada e isso me corta o coração. Por tanto tempo foi apenas nós duas... - Mas que é... -parece tentar lembrar de alguma coisa- techilicamente dia da familha e a gente pode ir se você deixá. - Seus olhos se iluminam e não resisto.

-Podem. Mas só no dia da família. -Elas ficam animadas e nem parece que estamos em plena madrugada batendo um papo!
Deitamos as manhosas e grudamos uns nos outros.

-Todos os dias de manhã tenho medo de abrir os olhos e entender que tudo que estamos vivendo nos últimos meses não tenha passado de um sonho. -Falo baixinho.

-Todos os dias de manhã te abraço para te lembrar que você nunca mais estará sozinha. -Me abraça um pouquinho mais forte. -Eu te amo, princesa. -Deposita um beijo carinho nos meus cabeços e dou um sorriso.

-E eu? -Lise pergunta bocejando.

-E eu? -Gabi repete já se enfiando entre nós.

-Amo vocês também, minhas princesinhas ciumentas! -Elas "atacam" ele que sorri deixando transbordar em sorrisos o tamanho da nossa felicidade. -Eu amo as três princesas da minha vida! -Me puxa também e entro na farra de cócegas e beijos.

Essa era a minha família. Essa é uma versão de mim feliz e amada depois de tanto sofrimento. Depois dessa farra toda olho para as duas dormindo agarradas com o pai que também dorme e as lágrimas quentes e discretas caem. Não são de tristeza, e sim de felicidade por poder colocar a cabeça no travesseiro e saber que a minha família está mais que completa bem aqui ao alcance das minhas mãos. Com um pouco de dificuldade beijo cada um deles e é quando sinto o braço de Fred me puxando para mais perto. E é assim, olhando para os três que adormeço na certeza que teríamos um futuro muito, muito feliz!

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