O julgamento

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Os olhos de Danilo se abriram e só enxergaram luz. De um lado ao outro tudo era luz. Achou estranho seus olhos não reclamarem da luminosidade, geralmente quando eles encontram algo muito luminoso tendem a deixar uma lágrima se formar ou fechar instintivamente porém não fizeram isso.

Estava sentado, porém não havia nada ali, era como se estivesse flutuando. Então diante de seus olhos uma porta surgiu e se abriu.

De proporções gigantescas, a porta de madeira recheadas de inscrições revelou um salão típico de um julgamento.

Um caminho no centro o levava até um altar onde um homem de aparência mais velha observava sua aproximação, a barba branca superava o queixo, seus cabelos brancos chegavam até os ombros e seus olhos desprovidos de cor o acompanhavam. De seu lado esquerdo seres luminosos sussuravam palavras sem sentido aos ouvidos de Danilo. Ao seu lado esquerdo seres feitos de sombras observavam e sussuravam palavras incompreensíveis.

Além do homem ao centro outras quatro silhuetas se destacavam. Uma delas andava ao lado de Danilo. Um homem alto de cabelos pretos caiam até os ombros, olhos de um azul fosco, um brilho fraco vinha de seu rosto, suas vestes eram metálicas, uma armadura de algo próximo a prata, em sua cintura sua única arma visível repousava: uma espada que tinha um discreto brilho dourado. Nas costas um par de asas preenchia suas costas, suas penas brancas tinham um brilho discreto que fazia uma aura de luz envolvê-las.

Na direita um homem de cabelos quase dourados, olhos verdes, tinha armadura e espada idêntica ao de seu acompanhante, suas asas brilhavam intensamente fazendo sua armadura cintilar.

Do outro lado da sala um homem de cabelos negros, olhos castanhos, armadura negra e espada vigiava. Suas asas emanavam uma fumaça negra, criando uma névoa até a altura dos joelhos.

Diante do homem idoso um ser de aparência próxima ao de seu acompanhante aguardava sua aproximação, sua armadura era dourada, seus cabelos pareciam fios de prata, seus olhos verdes observavam sua aproximação.

- Quem é o mortal a ser julgado Gabriel! - Uma voz forte e rouca ecoou pelo lugar. O ser diante dele buscou um livro que repousava por trás dele e leu:

- Danilo Silveira de Almeida, 22 anos, filho de Marcos Silveira e Luísa dos Santos, irmão de Daniel Silveira dos Santos - sua voz era doce e firme, ele passava serenidade em sua fala.

- Rafael traga os feitos da vida do julgado - o homem que o acompanhava tomou um livro em suas mãos que lhe foi trazido por um ser de luz e um de sombras - Lúcifer e Miguel vão até o julgado.

Um deles ficou a direita enquanto o outro a esquerda de Danilo.

- Tome o livro em suas mãos Danilo - Danilo pegou o livro de tamanho mediano em suas mãos - Se tua vida foi dedicada ao bem, tua alma irá ao paraíso junto de Miguel e será para sempre recompensada se o livro brilhar. Porém se tua vida fora dedicado ao mal, tua alma irá ao inferno junto de Lúcifer e será punida por suas maldades se o livro se desmanchar em cinzas.

Duas mãos tocaram o ombro de Danilo, uma em cada lado. Uma energia sombria envolvia seu ombro esquerdo enquanto uma luz vinha de seu ombro direito.

O livro foi coberto pelas duas energias, a imagem lembrava duas serpentes se enrolando.

Uma vibração alcançou o objeto, as duas serpentes se movimentaram ainda mais rápido até se desmancharem.

O livro foi surgindo aos poucos, porém ele não brilhava e não havia sinal de possíveis degradações nele. Na verdade ele foi envolvido por um padrão de listras prateadas e negras e na capa antes lisa surgiu a cabeça de um lobo acorrentada a cabeça de um morcego enquanto ambos eram envolvidos por uma asa normal e outra desfigurada.

Juízes Da Noite: Nas Sombras Da Noite (Finalizado)Onde histórias criam vida. Descubra agora