Onde Estás, Alegria? #Wattys2016

Proibido

Tentava ignorar o que suas cores me diziam enquanto olhava nos seus olhos e seus lábios se mexiam sem que eu prestasse atenção nas palavras ditas.

Os seus olhos castanho claro e seus cabelos da mesma cor me prendiam, sua barba que ameaçava crescer me dizia que não se importava muito com o "jeito bumbum de bebê da empresa", como Mel costumava dizer.

Ele chegou falando sobre o destino que queria fazer um novo casal. Eu queria prestar atenção. Juro. Mas então ele abriu um sorriso e meu mundinho interno desmoronou.

Eu odiava com todas as minhas forças isso que ele fazia comigo. Essa coisa de me distrair do mundo. Tenho certeza que se um unicórnio dividindo um sorvete de flocos com um gatinho rosa passasse na frente no balcão, eu não notaria.

Não com aqueles olhos sobre mim.

Eu tentava concordar com "Sei" ou "Isso" na hora certa, mas parecia que não estava funcionando.

A maioria das pessoas da já tinham ido embora. Eu estava esperando Melanie me dispensar. E Gael também.

Sério? Aquela menina loira da comitiva é mil vezes mais atraente do que eu!

Se isso era verdade, eu não entendia o por que de Gael estar curvado sobre o balcão falando comigo.

- Joy. - não sei como a voz dela me tirou do torpor, mas eu logo a olhei - Pode ir.

Seus olhos foram para o meu acompanhante e lhe fitam com desgosto. Depois, simplesmente, Sra. Kim voltou para a sua fortaleza de vidro.

Gael me viu pegar minha bolsa e minhas coisas e dar a volta do meu balcão, indo na direção do elevador no final do corredor.

Eu estava apertando o botão quando ele veio para me desconcertar e entrou naquela caixa de ferro antes que as portas se fechassem.

- Posso te acompanhar para casa?

- Já tenho carona. - disse logo e me arrependi.

Ele mordeu o lábio inferior e concordou em silêncio, depois ergueu os olhos para me torturar.

- Ah. Vai me odiar se eu te seguir até essa carona chegar?

Abri um sorriso, depois encarei meu pés.

- Se você insiste, não. - respondo.

Só se ouve a música do elevador. E meu coração batendo muito rápido, claro.

Então chegamos ao térreo, onde eu saio primeiro e ele aperta o passo para me seguir, dando um tchau para o segurança.

O céu está numa guerra histórica, na qual poucas pessoas prestam atenção. O sol luta contra a manta escura de estrelas, o que deixa o campo de batalha com uma cor rosa alaranjado. Eu abro um sorriso enquanto desfruto da obra prima de muitos poemas belos e românticos.

Apoio as costas no corrimão das escadas da PromoveTec e olho para Gael, que retribui com um sorriso.

- Eu fico abismado com a sua beleza. - disse sentando no último degrau e se virando para mim.

- Não deveria mentir assim. - digo tentando desviar de seu olhar, sem conseguir.

Ele dá risada.

- Eu não estou mentindo.

Vejo suas sombrancelhas arqueadas sobre os olhos um pouco apertados, e seus lábios curvados para cima mostrando os dentes perfeitos.

- Parece o tipo de coisa que você diz sempre. - rebati e seu sorriso sumiu por um tempo breve.