O medo que eu senti em caminhar por aqueles corredores sozinha foi indescritível. É óbvio que eu não estava preparada para deixar a segurança imaculada da enfermaria e perambular pela escola; contudo, não poderia mais esperar. Muitas coisas precisavam ser esclarecidas e eu não era egoísta o suficiente para conseguir não pensar nas próximas vítimas que surgiriam. Principalmente se eu possuía uma solução para impedir que aquilo acontecesse. Oh, droga, isso é muito surreal para a minha pobre mente processar.
Quando finalmente me posicionei de frente ao quadro da Mulher Gorda, senti um alívio. Não prestei muita atenção no que ela dizia e simplesmente soltei as palavras que garantiriam minha entrada. Depois de ouvir um relatório sobre o criminoso à solta, afinal consegui chegar ao meu objetivo. O salão comunal estava praticamente vazio, a exceção de uns poucos meninos, do primeiro ano, que jogavam xadrez. Os reconheci dos períodos de monitoria que Lily me obrigava a fazer, quando recebia uma advertência por alguma travessura. Seus olhinhos curiosos se voltaram para mim e sorriram animados. Por um segundo senti meu coração aquecido. Acenei, alegremente, e encaminhei-me para o dormitório.
O cômodo estava aparente vazio.
Fechei depressa a porta atrás de mim e sussurrei um feitiço para trancá-la. Já que estava sozinha, aproveitaria o momento para bisbilhotar nas coisas de minha querida prima. Sua parte do quarto estava perfeitamente organizada; a cama bem posta, nenhuma roupa espalhada. Por um segundo quis ser dessa forma. No entanto, eu recordei porque estava realmente ali. Abaixei-me no nível de sua mesinha de cabeceira e chequei cada uma de suas gavetas. Nada de muito interessante lá. Sua mala estava sob a cama, puxei-a e abri. Além de umas roupas coloridas, não havia...
— Outch! – reclamei, ao sentir uma picada. – O que é isso?
Tateei mais um pouco e descobri o que havia ferido meu dedo: um punhal. Bem bonito, por sinal. A base parecia ser feita de ouro e portava vários detalhes, como círculos, triângulos e todos aqueles clichês de livros de suspense, entalhados. Estava completamente hipnotizada pela lâmina prateada, já que esta brilhava fortemente sob a luz solar. Era lindo. Quase esqueci de realmente me ater ao que era importante sobre o objeto. Girei-o e pude avistar duas pequeninas letras, no entanto não as identifiquei a tempo. A maçaneta começou a girar e alguém bateu na porta.
Oh, shoot!
— Quem está aí dentro? - A voz estridente de Marlene soou e meus ombros cairam um pouco, de alívio. - Por que a porta está trancada?
— Ahn, sou eu, Marley! - Bradei, um pouco afobada. - Estou indo abrir! Só um segundo!
Guardei as roupas e enfiei o punhal para o meio delas, esperando que Regina não notasse nenhuma diferença de lugar ou como suas coisas não estavam na perfeita ordem. Quero dizer, não me faltaria mais nada do que ela me perseguindo ou achando que eu tentara roubar algo. Santo Merlinzinho! Respirei fundo e joguei a mala para debaixo da cama, encaminhando-me, finalmente, para a porta.
A garota loira parecia entediada pela espera; fator que não me surpreendeu muito, já que Marlene era uma garota extremamente... Qual a palavra suave para isso? Inconveniente! E não digo isso por ela ter me tratado mal durante um extenso período por achar que eu estava, aparentemente, dando em cima do cachorro, mais conhecido por Sirius. Sim, eles namoraram durante o quinto ano. Não durou muito. E ela me culpou por isso. Nada que alguns meses não resolvessem. Logo ela estava normal novamente. Amor faz coisas estranhas com as pessoas. Resignei-me com essa explicação.
— Por que é que você demorou tanto para abrir? - Questionou. - E por que diabos trancou essa porta?
— É que eu estava... Hum, bem, com medo de ficar sozinha. - Mordi o lábio, nervosa.
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Tentação Potter
Roman d'amourO que aconteceria se James Potter não fosse o filho único? Lethícia Potter é a gêmea do mesmo e junto com os outros Marotos, ela apronta todas em Hogwarts. E com o sétimo e último ano chegando, muitas coisas podem acontecer, tais como sentimentos...