Destinos Trocados - REPOSTAGEM A PARTIR DE 26/01/17

Capítulo 22

Bom dia amores!!!
Bom domingo pra vcs e Boa leitura. Amanhã terá mais um capítulo!
Reta final hein!! Ai meu coração!!
Beijos

Douglas

A última vez que falei com dona Fátima foi há um mês. Evitei perguntar pela Gabriela, mesmo sendo o que eu mais queria fazer, porém mantive-me firme e conversamos por quase uma hora. Até que pouco antes de encerrarmos a ligação ela me disse:

– Meu filho, posso lhe dar um conselho? – fiquei em silêncio esperando – Eu sei que você não pediu nenhum conselho. Mas não desista. Tudo bem?

– Tudo bem.

Encerramos a ligação e fiquei com aquela frase na cabeça por um bom tempo.

****

Estou atrasado. Saio do escritório às pressas. Provavelmente meus pais já estão me esperando no restaurante. Esse almoço já estava marcado há alguns dias, mas estava tão ocupado que desmarquei algumas vezes. Mas hoje não tive como escapar, minha mãe ligou e me passou um sermão de quase vinte minutos por eu estar distante, ser um filho desnaturado e que essa atitude não faria nada mudar. E marcou o almoço para hoje, sexta-feira.

Então aqui estou eu estacionando o carro, em frente ao restaurante. Entrego a chave ao valete e entro a passos largos.

A hostess, muito educada, guiou-me até à mesa que minha mãe reservou. Eles ainda não chegaram, então pude respirar aliviado. Detesto chegar atrasado nos meus compromissos. Chamei o garçom com um aceno de cabeça e pedi uma água com gás.

Meu pai ligou para o meu celular e disse que eles se atrasariam mais um pouco, pois estavam presos em um engarrafamento e que em vinte minutos chegariam.

O garçom trouxe minha água. Agradeci e admirei o ambiente. Espaço amplo, arejado e com móveis bem distribuídos. A mesa onde estou é próxima à janela, então, perdi alguns minutos olhando para a rua, vendo o movimento.

De repente, eu a vi.

E o tempo parou, as pessoas deixaram de existir.

Eu mal pisquei. Não quis perdê-la de vista. E me surpreendi quando a vi entrar no restaurante, acompanhada de um homem. Está diferente mas, ao mesmo tempo está ela mesma.

Meus olhos foram registrando tudo nela. Seu cabelo solto, sedoso e brilhando. Seus olhos de um azul intenso escondidos atrás dos óculos. Seu rosto bem branquinho, bochechas rosadas, sua boca vermelha estampando um sorriso tímido.

Desci pelo pescoço anguloso, com a fina corrente dourada e o pingente em gota com seu nome. Gabriela está parecendo mais delicada ainda com o vestido branco de mangas curtas, marcado na cintura e saia rodada que termina no meio das coxas. Na mão esquerda uma pequena carteira rosa.

Só me dei conta que ela passava perto da minha mesa, quando escutei os cliques do pequeno salto em seus pés. Foi quando eu realmente reparei que ela está acompanhada. De um homem.

Eles passaram por mim, sem olhar para os lados. O homem de terno com a mão espalmada no meio das costas de Gabriela, guiou-a até uma mesa do outro lado do restaurante, um pouco mais a frente.

Rapidamente troquei de posição e sentei em outra cadeira, para poder vê-la. Tão linda. Delicada.

O homem puxou a cadeira para ela, que sentou e sorriu para ele. E pela primeira vez em minha vida, senti ciúmes. Aquele sorriso deveria ser para mim. Lembrei das palavras de dona Fátima, não desista, e resolvi agir.

Vi meus pais entrarem no restaurante assim que me levantei. Cumprimentei os dois, puxei a cadeira para a minha mãe, esperei meu pai se sentar e pedi licença.