Capítulo 1

5.5K 439 112
                                    

CAPÍTULO REVISADO


Capítulo Um

Gabriela Medeiros

Estou sentada no sofá, entretida lendo um livro de suspense. Depois de um dia extremamente cansativo no jornal, supõe-se que eu não gostaria de ler nada. Entretanto a única coisa que me faz relaxar ultimamente é um bom livro.

Minha vida é muito calma fora do jornal. Tenho 28 anos e sem namorado há uns dois anos. Sabe aquela frase "Solteira sim, sozinha nunca"? Ela não se aplica a mim. No meu caso é "Solteira sim, sozinha sempre!"

A minha vida praticamente é baseada em trabalhar, trabalhar e trabalhar. Moro longe dos meus familiares, que estão no interior de Minas Gerais. Papai e mamãe até que tentaram morar na cidade grande, mas não conseguiram por muito tempo. Ficaram apenas o tempo de concluírem a faculdade e depois voltaram para Belo Horizonte.

A única família que tenho aqui no Rio de Janeiro é minha irmã Giovana, minha irmã gêmea.

Somos idênticas na aparência, mas completamente diferentes em gênio e modo de vida. Nossos familiares sempre nos confundiam quando éramos crianças; então minha mãe mandou fazer dois cordões com pingentes em forma de gota, em ouro, para nos diferenciar; o meu está escrito Gabi e o da minha irmã, Gio.

Eu sou muito calma, caseira, tímida e além de trabalhar, meu único hobbie é ler. Já Giovana é o meu oposto total. Ela é extrovertida, animada, adora uma festa ou balada, namora há uns quatro anos e está noiva. Gio trabalha em sua própria loja de cosméticos e é muito bem sucedida.

Entretanto quando estamos juntas, fico mais animada e brincalhona. Giovana é a minha outra metade desde sempre, e acho que mesmo que mesmo se não fôssemos gêmeas seria assim, pois somos muito unidas. Mas nossos trabalhos ocupam uma boa parte do nosso tempo, e o tempo que minha irmã tem livre, ela passa com meu cunhado.

Fisicamente somos idênticas. Temos um metro e setenta centímetros de altura; morenas, cabelos lisos que batem no meio das costas. Eu fiz franja há poucos dias e ela quer fazer também. Olhos azuis. Ela usa lentes de contato, eu uso óculos e, raras são as vezes que coloco as minhas lentes. Os óculos acabam servindo para nos diferenciar de alguma forma.

Entretanto o que nos diferencia mesmo são nossos gostos e costumes.

Estou concentrada no livro, uma história empolgante e viciante, em que o policial persegue o seu suspeito, quando o telefone toca, me fazendo pular de susto.

– Puta merda! – praguejo alto.

Estico-me até a outra ponta do sofá para pegar o telefone. Quase derrubo o meu livro, o que seria um sacrilégio, na tentativa de pegar o aparelho.

– Alô? – atendo com um resmungo.

– Nossa Gabi! Você está parecendo uma velha!

– É um prazer falar com você também, Giovana.

Reviro os olhos.

– Quero saber o que pretende fazer nesta sexta à noite? – minha irmã pergunta, mas não me deixa responder – Vamos jantar juntas hoje? Estou indo com Douglas para aquele restaurante japonês que a gente gosta.

Até poderia ir, mas não quero sair de casa. Estou muito bem sentada lendo meu livro, uma taça de vinho na mesinha ao lado é tudo o que eu preciso hoje.

Adoro meu cunhado. Douglas é um homem muito gentil e carinhoso com quem o cerca. Nos damos muito bem. Douglas é uma ótima pessoa. É bonito, simpático e engraçado; além de um excelente arquiteto. Tem seu próprio negócio e aos trinta e três anos tem uma conta bancária estável e gorda, segundo as palavras da própria Gio.

Destinos Trocados - REPOSTAGEM A PARTIR DE 26/01/17Onde histórias criam vida. Descubra agora