Capítulo 5 - Sexo e dinheiro

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— Legal. — Soei irônica, rolando os olhos.

— Você não toma remédio? — Perguntou, coçando a nuca.

O maior problema não era uma gravidez indesejada. Mesmo sendo contra aos anticoncepcionais, eu tomaria a pílula do dia seguinte e não me deixaria engravidar de um estranho.

Um estranho.

Ricardo era um estranho que poderia ser portador de alguma DST. E esse sim era meu maior problema.

— Sou contra. — Quis xingá-lo, mas eu me contive em nome do dinheiro. — Relaxa... Foi só um furo. Seria muita má sorte acontecer algo. — Pedi, tentando me convencer do mesmo.

— Não sou um cara sortudo. — Suspirou, jogando a camisinha no chão.

— E por que diz isso? — Demonstrei curiosidade, pois Ricardo ainda tinha uma hora, e conversar era melhor do que transar.

— Por tudo... — Sorriu fraco, deitando-se ao meu lado. — Há quanto tempo faz programas? — Perguntou, mudando de assunto. Dei de ombros, pois se ele não queria desabar, eu não iria insistir.

— Você é o primeiro. — Respondi sincera, deixando-o surpreso. — Levando em conta a minha falta de jeito, não havia o porquê de eu mentir. — Suspirei. — Me desculpe.

— Ual... Confesso que não esperava por isso. Digo, você não tem mesmo as características de uma garota de programa, mas pensei que você fizesse o estilo namoradinha tímida.

— Tímida eu sou...

— Você não gostou, né? — Não.

— Gostei sim. — Garanti, oferecendo-lhe um sorriso largo. — Mas e você? Sempre faz isso? Digo, entrar em um bate-papo, pagar por sexo e tal.

— Ah, não! — Disse, dando risada. — Você é a segunda garota do bate-papo que eu conheci, mas não paguei pela primeira... Fomos namorados.

— Nossa... E faz quanto tempo isso?

— Não muito... Tem uns sete meses que terminamos. — Respondeu, fitando o teto. Parecia ser um assunto que o incomodava. — Já terminamos outras vezes e sempre voltamos, mas dessa vez não tem volta.

— Você gosta dela?

— Não como antes. — Suspirou fundo. — Peguei nojo.

— Por quê? — Hesitei antes de perguntar, mas a curiosidade falou mais alto.

— Ela sempre esteve interessada apenas em meu dinheiro. — Assenti, ficando em silêncio. O assunto era delicado e eu não tinha o direito de enchê-lo de perguntas. — Até hoje eu a ajudo. Ela é doente... Precisa de dinheiro para comprar os remédios.

— Você tem um coração bom.

— É. — Assentiu. — Mas enfim... Você não foi a primeira que eu paguei para transar.

— Não?

— Eu queria que minha primeira vez fosse com alguém especial... Alguém que gostasse de mim. Mas eu sempre fui um cara tímido e feio... Um cara sem amigos, que não tinha coragem de paquerar sequer uma garota.

— Você não é feio, Ricardo. — Adverti com sinceridade, fazendo-o sorrir.

— No dia do meu aniversário de 21 anos, meu irmão me chamou para ir em um puteiro.

— E você foi? — Perguntei com pesar.

— Sim... Foi bom, mas não foi especial.

— Deve ter sido triste, isso sim! — Falei sem pensar.

Anastácia (em revisão)Onde histórias criam vida. Descubra agora