— Legal. — Soei irônica, rolando os olhos.
— Você não toma remédio? — Perguntou, coçando a nuca.
O maior problema não era uma gravidez indesejada. Mesmo sendo contra aos anticoncepcionais, eu tomaria a pílula do dia seguinte e não me deixaria engravidar de um estranho.
Um estranho.
Ricardo era um estranho que poderia ser portador de alguma DST. E esse sim era meu maior problema.
— Sou contra. — Quis xingá-lo, mas eu me contive em nome do dinheiro. — Relaxa... Foi só um furo. Seria muita má sorte acontecer algo. — Pedi, tentando me convencer do mesmo.
— Não sou um cara sortudo. — Suspirou, jogando a camisinha no chão.
— E por que diz isso? — Demonstrei curiosidade, pois Ricardo ainda tinha uma hora, e conversar era melhor do que transar.
— Por tudo... — Sorriu fraco, deitando-se ao meu lado. — Há quanto tempo faz programas? — Perguntou, mudando de assunto. Dei de ombros, pois se ele não queria desabar, eu não iria insistir.
— Você é o primeiro. — Respondi sincera, deixando-o surpreso. — Levando em conta a minha falta de jeito, não havia o porquê de eu mentir. — Suspirei. — Me desculpe.
— Ual... Confesso que não esperava por isso. Digo, você não tem mesmo as características de uma garota de programa, mas pensei que você fizesse o estilo namoradinha tímida.
— Tímida eu sou...
— Você não gostou, né? — Não.
— Gostei sim. — Garanti, oferecendo-lhe um sorriso largo. — Mas e você? Sempre faz isso? Digo, entrar em um bate-papo, pagar por sexo e tal.
— Ah, não! — Disse, dando risada. — Você é a segunda garota do bate-papo que eu conheci, mas não paguei pela primeira... Fomos namorados.
— Nossa... E faz quanto tempo isso?
— Não muito... Tem uns sete meses que terminamos. — Respondeu, fitando o teto. Parecia ser um assunto que o incomodava. — Já terminamos outras vezes e sempre voltamos, mas dessa vez não tem volta.
— Você gosta dela?
— Não como antes. — Suspirou fundo. — Peguei nojo.
— Por quê? — Hesitei antes de perguntar, mas a curiosidade falou mais alto.
— Ela sempre esteve interessada apenas em meu dinheiro. — Assenti, ficando em silêncio. O assunto era delicado e eu não tinha o direito de enchê-lo de perguntas. — Até hoje eu a ajudo. Ela é doente... Precisa de dinheiro para comprar os remédios.
— Você tem um coração bom.
— É. — Assentiu. — Mas enfim... Você não foi a primeira que eu paguei para transar.
— Não?
— Eu queria que minha primeira vez fosse com alguém especial... Alguém que gostasse de mim. Mas eu sempre fui um cara tímido e feio... Um cara sem amigos, que não tinha coragem de paquerar sequer uma garota.
— Você não é feio, Ricardo. — Adverti com sinceridade, fazendo-o sorrir.
— No dia do meu aniversário de 21 anos, meu irmão me chamou para ir em um puteiro.
— E você foi? — Perguntei com pesar.
— Sim... Foi bom, mas não foi especial.
— Deve ter sido triste, isso sim! — Falei sem pensar.
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Anastácia (em revisão)
RomanceSinopse: Anastácia Avelino de Abreu é virginiana com ascendente também em virgem e lua em leão. De personalidade forte, Ana tem sempre uma resposta na ponta da língua. Para ela, não existe meio termo. Decidida, intensa e um pouco metódica. Há quem...