Capítulo 7 ― Sejamos íntimos

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― Minha mãe ficaria feliz em ver isso. ― Matheus observou ao mesmo que entravamos em sua casa.

― Hm? ― Murmurei em dúvida.

― Você tirou os sapatos para entrar. ― Explicou, oferecendo-me um sorriso largo. ― Mamãe sempre foi chata com limpeza, sabe? Ela não deixava ninguém entrar de sapatos. Quando ela morava aqui, havia umas sandálias descartáveis que ela oferecia aos convidados.

― Minha mãe também é assim... Mas lá em casa não tem sandálias descartáveis. ― Sorri, dando de ombros. ― Você mora sozinho?

― Sim. Meus pais se mudaram há alguns anos. ― Não consegui me conter e olhei ao meu redor, inferiorizando-me ao pensar que, apesar de estarmos na mesma faixa etária, Matheus era mais responsável do que eu. ― Tem preferência por alguma bebida? ― Perguntou, abraçando-me por detrás.

― Só não gosto de cerveja.

― O que acha de tomarmos um banho quente e depois nos deliciarmos com um bom vinho e algumas batatas recheadas?

― É uma ideia tentadora... ― Respondi, inclinando minha cabeça para o lado, ao mesmo que ele beijava minha nuca.

― Ótimo! ― Falou, dando-me uma mordidinha no lóbulo da orelha. ― Meu quarto fica na terceira porta à direita. ― Falou, indicando a escada. ― Suba... Vou só terminar de organizar algumas coisas do nosso jantar e já me junto a você. Sinta-se à vontade.

Apesar de envergonhada, fiz o que Matheus pediu e subi as escadas. Eu teria relutado um pouco mais contra seu pedido, mas fui impedida pela polêmica do nosso primeiro encontro; A decoração da casa era clean, sofisticada e trabalhada em madeira. Fiquei admirada ao entrar em seu quarto. Matheus era um homem organizado.

Deixei minhas coisas sobre a cama, a fim de me sentar. Contudo, um mural de fotos chamou minha atenção, fazendo-me ir até ele. Ao que parecia, eram fotos da sua família e amigos. Matheus aparecia ao lado de duas mulheres as quais me chamaram muita atenção: uma senhora loura com traços semelhantes aos dele, o que deduzi ser sua mãe; e uma mulher ruiva, bastante elegante.

― Não sou fotogênico. ― Olhei para trás, vendo-o sorrir, escorado na porta.

― Não seja modesto. ― Falei, retribuindo o sorriso. ― Você saiu bem em todas as fotos.

― Posso dizer o mesmo. ― Disse, caminhando até mim. ― Dei uma stalkeada em suas redes sociais. ― Explicou, agarrando minha cintura.

― Posso saber como me achou? ― Perguntei audaz.

― Digamos que não existem muitas “Anastácias”. ― Deu de ombros, levando sua boca a minha, onde iniciamos um beijo ritmado. ― Vamos tomar banho? ― Sussurrou com os lábios rentes aos meus.

― Pode ir... Te espero aqui. ― Falei, roubando-lhe um selinho.

― Me esperar? Negativo. Quero tomar banho contigo, morena. ― Decretou. Matheus estava a poucos passos de levar minha sanidade embora.

― Tenho vergonha... ― Admiti, fazendo-o rir.

― Ah, para! Vergonha do quê? ― Perguntou, fazendo-me desviar nossos olhares. ― Você não precisa ter vergonha de mim, Ana. ― Falou, passando os dedos em minha bochecha, num ato de carinho.

― Tenho para mim que tomar banho é algo muito íntimo, sabe? ― Hesitei. ― Algo que não deve ser compartilhado com qualquer um... Digo, não que você seja qualquer um, mas nós não somos tão íntimos... ― Expliquei, quase que atropelando as palavras.

― É transar não é íntimo? ― Perguntou, fazendo-me ficar ainda mais envergonhada.

― Não. Quer dizer... ― Suspirei. ― É diferente, Matheus.

Anastácia (em revisão)Onde histórias criam vida. Descubra agora