Surpresas e confusões

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Acordei horas mais tarde e assim que cheguei na sala tive uma surpresa.

- Damien? O que faz aqui? Disse eu esfregando os olhos para ter certeza que ele estava ali mesmo.

- Papai me mandou para cá para que eu ajude com o seu problema.

 -Não tenho problema nenhum Pirralho, já resolvi tudo então pode vazar daqui.

- Ele vai ficar Trinna, agora ele faz parte da sua equipe. Disse meu pai surgindo do além, acho eu.

- Não mesmo papai, quem escolhe quem faz parte dessa equipe sou eu e Dick e não estamos aceitando novatos, ainda mais pirralhos arrogantes como ele.

- Pirralho é você sua.....

- Quieto Damien. Filha posso falar com você em particular?

- Claro, vem comigo. Disse e o levei para meu laboratório. -Pai, não posso aceitar ele aqui, nós nos odiamos e vamos nos matar se ficarmos no mesmo ambiente.

- Eu sei disso filha, mas não te pediria isso se não fosse necessário.

- O que está havendo pai?

- A arrogância de Damien causou a morte de 32 pessoas uma semana atrás, ele tem que aprender a se comportar e a trabalhar em equipe, ele é letal, mas não sabe agir em equipe.

- E você acha que aqui é o melhor lugar para ele aprender?

- Sim acho. Responde ele.

- Pai, nós não somos professores, não damos cursinhos de como ser super herói, aqui todos aprendemos na marra, não temos escolhas, apenas fazemos. Mas ele não vai entender isso, ele gosta da liderança e principalmente não gosta de seguir ordens. Acha mesmo que vai dar certo?

- Por favor filha, se tem alguém que é capaz de colocar ele na linha é você. Olha ao redor, você conseguiu não só juntar vários adolescentes num só lugar e fazerem eles agirem como heróis, mas mais que isso vocês se transformaram em uma família.

Suspiro profundamente e olho para meu pai, ele agora esta sem a máscara e posso ver que ele realmente não tem ideia de como lidar com meu irmão.

- Está bem, ele pode ficar, mas se pisar na bola ele vai direto pro Tártaro pois vou matar ele lenta e dolorosamente.

- Eu concordo com seus termos meu amor. Disse ele me abraçando e eu sorri, mas então meu celular começou a tocar.

Era Ravenna.

- Pode falar.

- Trinna precisamos de você aqui na escola, Érica perdeu o controle e está destruindo tudo.

- Aguentem firme que estou a caminho. Pai, tenho que ir - digo assim que desligo - uma das minhas irmãs esta com problemas.

Me despedi dele com um abraço e fui para o meu quarto colocar meu uniforme, inclusive meu capacete que pouco usava pois era desconfortável, feito isso, segui para a plataforma de teleporte chamei Pietro no caminho e juntos fomos para a escola.

Quando chegamos lá o caos era completo, parecia que um furacão havia passado por ali, e eu não duvidava muito pois Érica não tinha controle dos poderes. Kyra vem correndo em minha direção assim que nos materializamos.

- Ainda bem que chegaram, ela esta no ginásio, conseguimos conter ela lá, ela tenta parar mas os poderes estão no controle.

- Não ela apenas pensa que estão, ela tem medo deles e por isso perde o controle. Digo enquanto vamos até o local.

Dentro do ginásio era uma confusão de climas, neve, chuva, ventos, furacão, tudo no mesmo ambiente, Ravena mantinha um campo de força ao redor dela e de Mutano que tentava acalmar Érica.

- Pietro pegue eles e os leve para fora, não deixem ninguém entrar aqui, eu vou acalmar ela.

- Mas como? Ela não deixa ninguém chegar perto.

- Por isso trouxe meu capacete. Agora vão.

Entrei no ginásio e já senti o frio, meu uniforme rapidamente se adaptou ao novo ambiente e me senti melhor, demorei alguns minutos até encontra-lá encolhida em um canto, abraçando a si mesma.

Cheguei até ela e me abaixei ao nível de seu rosto.

- Érica, sou eu Trinna. Você tem que se acalmar e acabar com essa tempestade.

Ela me olhou assustada.

- Eu não consigo parar é mais forte que eu. Assim que ela disse isso a tempestade se tornou mais forte.

- Você consegue sim, já conseguiu uma vez quando criou o furacão no meu quarto, você só tem que fazer o mesmo que fez naquele dia.

- Vou tentar. Disse

Ela e fechou os olhos respirando fundo, mas o medo que ela tinha dos poderes era maior e ela não conseguiu, ao contrário só piorou, sem outra escolha tirei do bolso do meu uniforme uma agulha contendo um tranquilizante específico para ela.

- Me desculpe, não tenho outra opção. Disse para ela antes de injetar a solução em seu braço.

Ela me olhou espantada primeiramente e a tempestade ficou mais perigosa, senti um pedaços de entulho passar por mim, ferindo meu braço, doeu mas mantive posição, aos poucos percebi que a tempestade perdia força, até que Érica desmaiou nos meu braços, segundos depois a tormenta simplesmente sumiu.

Ninguém poderia nos ver saindo dali, então usando meu computador de pulso pedi para que meu pai me transportasse para a Elisyum e aos outros também.

Quando cheguei lá, ainda com Érica nos braços, rapidamente a levei para a enfermaria, ela estava bem, o sedativo apenas a manteria desacordada por algumas horas, mas ela tinha vários arranhões na pele e eles poderiam infeccionar. A deixei aos cuidados de Dr. Jonas e saí da sala, apesar de tudo eu ainda odiava enfermarias.

No caminho peguei algumas gazes para estancar o sangramento no meu braço e fui para meu quarto. Meu uniforme estava cheio de pequenos rasgos feitos pelos pedaços de gelo da tempestade, meu cabelo então? Nem queira saber, estava um ninho de rato, um banho era a única solução.

Enquanto esperava a água esquentar, peguei meu celular e rapidamente disquei um número que nunca imaginei que iria usar, quando atenderam do outro lado eu disse apenas.

- Sabe aquele favor que esta me devendo? Vou precisar cobrar ele agora.

Como resposta do outro lado da linha ouvi apenas uma risada rouca que se assemelhou muito a um rosnado.

Os RenegadosOnde histórias criam vida. Descubra agora