Memórias perdidas -Parte 1

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- Como é mesmo o nome de seu amigo? Pergunto para Érick durante o jantar.

- Ele se chama Charles Xavier e tem uma escola para pessoas com poderes, assim como eu e você.

- Já disse que não tenho poderes Érick. Sou completamente normal.

- E como você explica seu fator de cura acelerado? Pergunta Kate entrando naquele momento na sala.

- Não sei, mas alguma coisa me diz que mutante eu não sou.

Conheci Kate quando Magneto me trouxe para sua casa, ela sim é uma mutante, pode controlar a mente das pessoas ao redor dela, mas não a minha ou de Érick, segundo ela temos mentes muito fortes o que nos deixa imune ao poder dela.

Mas sinceramente eu acho que ela não pode ler as mentes dos mutantes, apenas dos humanos, pois já não é a primeira vez que ela não lê um mutante, mas eu nada digo.

- Vamos partir amanhã bem cedo, espero que as duas estejam acordadas.

- Esta bem Erick. Disse eu e logo em seguida fui para meu quarto.

No dia seguinte eu acordei bem cedo, na realidade eu sequer dormi, estava nervosa sem nenhum motivo aparente, então quando Erick veio me chamar eu já estava a espera dele na sala. Kate foi um pouco mais difícil de acordar, mas ainda sim no horário marcado estávamos a caminho do aeroporto.

Como eu havia conseguido novo documentos, eu consegui pegar o voo sem maiores problemas, logo todos nós estávamos a caminho do tão falado Instituto Xavier, o que quer que esse lugar fosse. Depois de cerca de 3 horas do voo finalmente pousamos, nossa bagagem se resumia a nossas bolsas de mão, então logo fomos até a concessionária onde alugamos um carro e pegamos a estrada.

Enquanto Erick dirigia eu, sentada no banco da frente observava a paisagem ao meu redor, tudo ali me parecia familiar, apesar de não saber o porque, será que era ali que eu vivia antes de perder a memória? Será que eu conhecia o Instituto? Sera que eu realmente era uma mutante assim como acreditava Erick? Quanto mais nos aproximávamos do Instituto, mais próxima dessas respostas eu ficava, mas então me peguei pensando: eu realmente quero me lembrar? 

Kate no banco de trás parecia um criança apontando para as coisas no caminho, Erick respondia suas perguntas sorrindo, parecia estar feliz por estar ali mais uma vez, enquanto eu tentava sorrir e responder as pergunta que me eram feitas, mas sinceramente eu estava com medo do que iria lembrar.

Quando paramos para almoçar, Kate foi na frente pois precisava ir urgentemente no banheiro segundo ela, eu fiquei parada no lugar enquanto Erick saia do carro e também seguia para o restaurante, mas ao ver que eu não o acompanhava, ele deu meia volta e veio até mim.

- Não esta com fome? Pergunta ele abrindo a porta do carro para mim.

- Não muito, estou preocupada.

- Trins, você pode ter o passado que tiver, nada vai mudar, se não gostar do que lembrar pode ficar conosco em Montreal, não precisa voltar para sua antiga vida.

- Não é esse o problema, e se eu for o monstro dos meus sonhos? Se eu matei pessoas inocentes apenas por diversão? Toda noite a imagem de eu passando a faca envenenada no pescoço daquele cara me atormenta, e não é pelo fato de eu o estar matando e sim porque eu estou com um sorriso nos lábios por fazê-lo. Que tipo de pessoa ri ao matar alguém? Eu chorava quando terminei de falar isso, então Erick me puxou para ele e me abraçou.

- Tem uma explicação logica para isso Trins, e se não tiver e você realmente for o monstro que pensa ser - Ele me afasta de si e olhando nos meus olhos completa - Sempre podemos mudar. E eu sou a prova disso. Já quis dominar o mundo Trins e estive perto de conseguir, mas então quando estava no topo, percebi que não valia nada o poder se eu estava sozinho, foi quando eu mudei, desisti de comandar o mundo e só me adaptei a ele, vivendo afastado da civilização. Você também pode mudar, mas eu ainda acredito que você não é um monstro.

- Obrigada Erick, por tudo.

-  Vamos, antes que Kate acabe com a comida.

Pouco mais de uma hora depois, pegamos a estrada outra vez, dessa vez faltava pouco para chegarmos, então Erick me deixou guiar, dizendo que era só seguir a estarda a partir de agora que no fim dela chegaríamos ao nosso destino, ele disse que estava cansado demais para conduzir, mas eu sabia que era apenas para eu esquecer nossa missão e o porque estávamos ali.

Quando uma enorme mansão entrou no nosso campo de visão, Erick nos avisou que havíamos chegado, tive que me concentrar muito na estrada a minha frente para não bater em nada de tão nervosa que estava. Quando finalmente chegamos a mansão, havia um homem a nossa espera na frente da mesma, parecia uma fera em forma humana, mas algo nele me era familiar, não tinha como desviar os olhos daquela figura, mas o que me chamava mais a atenção eram suas garras de metal.

Erick e Kate foram os primeiros a sair, eu respirei fundo antes de finalmente abrir minha porta e descer, não cheguei a dar três passos para longe do carro, quando minha cintura.

O desconhecido de garras de metal estava me abraçando, mas eu não sabia quem ele era nem qual era nosso relacionamento, ele então me afastou dele e olhando nos meus olhos me disse.

- Bem vinda de volta Trinna. 

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