Teacher, Please • ziall

Capítulo 10 - Parte 01

Niall's P.O.V.

Saí do carro do Professor Malik, sem dizer nada após o seu perdão.

O que eu devia dizer? Tudo bem que ele parecia arrependido, mas estava muito cedo. Ele podia só estar tentando ganhar minha confiança. Mas o que ele iria querer com isso?

Ah, eu odeio ser tão inseguro!

Forcei minha cabeça a procurar uma solução, algum motivo que o fez com que me ajudasse tanto, mas estou tão cansado. Já dormi tanto e mesmo assim ainda estou morrendo de sono.

Cheguei à porta do meu quarto e girei a maçaneta, estava aberta. Espero que Louis tenha saído e se esquecido de fechar a porta. Não! Ele estava deitado na cama, mexendo no celular. Nem me preocupei em o cumprimentar e ainda bem que ele nada disse. Não estou com saco para outra discussão. Só preciso de uma coisa: CAMA! E foi pra onde me dirigi, pulando nela sem ao menos tirar a roupa. Apenas movi meus pés, tirando os vans que estava usando e dormi.

O resto do fim de semana foi assim: cama, comida da lanchonete que fica na esquina, minha nova paixão e evitar Louis.

Louis! Não nos falamos durante todo esse tempo, o que foi muito difícil pra mim porque aquele filho da puta realmente me conquistou. Porém, não vou dar o braço a torcer, dessa vez não é culpa minha. Se alguém tem que se desculpar aqui, esse alguém não sou eu.

Agora estava eu com minhas incríveis olheiras, dessa vez não por conta do ronco do Louis, que desde que eu aprendi a usar tampões, não me incomoda mais. Fiquei sem dormir por conta dele.

Hoje é a aula do desgraçado e eu não sei como estão as coisas entre nós. Nós? Que merda eu estou dizendo. Não há nada entre nós. Eu já concluí o que aconteceu. Foi um acaso, nada mais que um acaso, um infeliz acaso. Não vai se repetir. A única relação que temos é de professor sexy-violento-sexy-bipolar-sexy-homofóbico-mefodecomforça-hétero-sexy e aluno. Nada mais.

Caminhei pelo corredor da faculdade como quem caminha para o inferno. Não que eu saiba como é, mas deve ser parecido com o que eu estou fazendo agora.

Entrei na sala e logo vi Liam, que me olhou e me deu um sorriso tão lindo que me fez esquecer meu próprio nome. Nick? Nada? Nouis? Quem se importa?! Ele é tão lindo, tem dentes tão alinhados e tão brancos. Devia fazer propaganda de creme dental.

— Bom dia, olheiras do dia. Alguém aqui não dormiu bem. Fim de semana agitado, hein? — Liam falou quando se sentou ao meu lado.

Pude sentir seu cheiro cítrico misturado com loção pós-barba. Ele é tão gentil e educado, mas tem esse estilo malandro dono de favela, com calças um pouco largas e camisas exibindo suas tatuagens. Uma tentação! Liam é uma tentação que Deus colocou no meu caminho pra saber se eu mereço ou não ir pro Céu.

Apenas ri com a sua dedução. Fim de semana agitado! É, realmente foi, mas não do jeito que ele pensa... ou do jeito que eu queria. Antes mesmo que eu conseguisse responder, o professor Malik chegou. Ele deu bom dia e a primeira coisa que procurei fazer foi desviar o olhar. Ainda me sinto estranho perto dele... Vulnerável...

— Preparado pra enfrentar o capeta? — Liam sussurrou, para que o professor Malik não o ouvisse. — Eu juro que quase vendi minha alma pra conseguir fazer aquele trabalho!

Senti o hálito quente de Liam bater no meu ouvido e mesmo ele falando aquelas idioteces, ele parecia tão... Porra! Juro que se ele continuar assim, eu não vou me controlar, vou pular em seu colo e quicar até desmaiar.

Continuamos a conversa aos sussurros, sobre o quão ruim foi fazer aquele trabalho. Parecia mais uma disputa pra saber quem fazia mais drama. Ainda bem que eu havia feito o trabalho durante a semana e, mesmo depois de pronto, revisei várias vezes, procurando qualquer erro que fosse. Não quero que ele reclame de nada. Estou orgulhoso do que fiz. Tenho certeza que irei tirar uma excelente nota.

— Senhor Horan e Senhor Payne, poderiam se controlar e deixar pra namorar fora da minha aula ou teria que expulsar vocês? — disse uma voz alta e grossa. Era ele.

Como ele pode ser tão cretino? Eu não acredito que ele fez isso? Se antes eu achava que ele era bipolar, agora eu tenho certeza.

Tudo bem que eu e Liam estávamos conversando, mas não é nada que uma advertência feita da forma correta não resolvesse. Ele poderia chamar nossa atenção sim, mas não desse jeito, com insinuações. Eu realmente não sei como lidar com isso. É demais.

O fim da aula chegou e eu não conseguia esquecer o que tinha acontecido. Ele me humilhou de novo. Ele não se cansa?

Isso tem que acabar. Esperei que todos entregassem seus trabalhos e fui o último a entregar, para que ficasse apenas nós dois.

— Está aqui o meu trabalho e eu espero meu dez na minha próxima aula — falei, jogando a pesquisa em cima de mesa.

— Nunca dei dez a ninguém.

— Você se acha muito inteligente, não? Sempre com o ar de superior, melhor do que qualquer pessoa, ajudando os pobres indefesos... o santo Zayn Malik. Deviam fazer um altar pra você e canonizá-lo — se eu pudesse, já teria tacado a minha mochila em cima dele.

— Mas que merda há de errado com você? — Tão ingênuo!

— Acha mesmo que o fato de ter me ajudado o faz um herói? Você foi um dos motivos de eu fazer aquilo, não se esqueça. Acha mesmo que você exerce algum poder sobre mim a não ser me ensinar?, o que é apenas a sua OBRIGAÇÃO! Da próxima vez que quiser chamar minha atenção por conversas na sala de aula ou por qualquer outro motivo onde eu esteja realmente fazendo algo de errado, saiba fazer isso com educação, ou você é um demente que não consegue entender? — Se ele pensa que eu sou um desses alunos idiotas dele ele está muito enganado.

Andei apressado em direção à porta. Não aguento mais olhar pra cara desse desgraçado. Minha intenção é voltar pra cama, mas foi impedido pelo forte puxão no meu braço e em seguida sou empurrado contra a parede. Pelo barulho que meus ossos fazem, deve ter ocorrido um grande estrago, mas a minha raiva é tão grande que não sinto dor alguma.

O que ele quer fazer agora? Me espancar? Ele já não fez o suficiente?

— O QUÊ? VAI ME BATER AGORA? — gritei, já esperando o soco ou chute. Nada. O que ele fez foi o pior golpe que ele poderia me dar. Ele empurrou sua boca contra a minha.

Me beijando! Ele está me beijando!

TEM A PORRA DE UM HOMOFÓBICO ME BEIJANDO!