XXII:

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Acordo sozinha na cama, não me lembro de nada da noite de ontem. Eu não acredito que eu bebi, estou com muita ressaca. Isso que dá você nunca beber e do nada você bebe.

Tomo um banho para eu me acalmar, mas minha cabeça dói, muito, as vezes parece que tudo está girando, mas é só eu me segurar em algo, sinto que alguém já me disse isso, provavelmente a Mari, meu Deus, eu dei trabalho para ela. Coitada.

Vou na cozinha, como uma fatia de melancia e subo até a sala:

- Finalmente acordou.

- Shiiiiu. - Boto a mão na cabeça. - Minha cabeça dói.

- Desculpa. Ressaca? - Ela fala baixo.

- Sim. - Me sento ao seu lado.

- Não quer descansar mais um pouco?

- Não, eu estou bem, obrigada.

- Ainda quer ver A Culpa é das Estrelas?

- Pode ser. Mari, eu te dei trabalho ontem?

- Não, foi divertido ontem. - Ela sorri, deve estar se lembrando de algo. - Você não lembra de nada?

- Não. Que pena que eu perdi. Não quer me contar?

- Você não perdeu nada de mais. - Ela me parece um pouco triste. - Vamos ver o filme?

- Vamos, sério que não aconteceu nada?

- Nada de mais. Vamos ver o filme. - Ela liga a TV e coloca o filme. - Vou pegar os lenços. - Ela sai da sala.

Fico sozinha na sala vendo o filme, vejo que ela está demorando e desço para ver se está tudo bem:

- Mari?

Vejo ela no banheiro dela procurando os lenços embaixo da pia:

- Achou? - Ela se assusta e bate a cabeça. - Mari! - Corro até ela e tiro ela de lá. - Você está bem? - A ajudo a levantar.

- Estou. - Ela bota a mão onde bateu a cabeça. - Dói.

- Vou fazer um curativo.

Tiro a mão dela da cabeça, não está sangrando. Pego gelo, boto em dois sacos, corro até o quarto dela e boto o gelo em sua cabeça:

- Vai melhorar.

- Obrigada. Eu já estou melhor, vamos ver o filme.

- Você quer mesmo ver esse filme e não ficar comigo? - Ela se vira para mim.

- Não é isso. Faz tempo que eu não assisto, quero ver o filme.

- Então tá né. Ninguém está te impedindo. - Ela desvia o olhar.

- Deixa. - Pega em seu queixo e faço ela me olhar.

- O que aconteceu ontem?

- Você quer mesmo saber?

- Quero. Me canta, por favor, se você não consegue contar me mostra, eu fiz algo que você não gostou? - Ela riu.

- Não. Eu te mostro. - Ela me beija. - Ainda quer ver o filme?

- Só se você estiver ao meu lado. - Pego em sua mão.

- Sempre. - Ela sorri e me dá um selinho.

Subimos lá na sala e ficamos assistindo o filme abraçadas. Nunca pensei em começar gostar de uma garota, será que eu estou me apaixonando? Não. Isso não.

Minha Melhor Amiga.Onde histórias criam vida. Descubra agora