Natã e Armote voavam a grande altura sobre a linda paisagem de verão, seguindo o
veloz automóvel. As coisas estavam definitivamente mais quietas ali, longe da cidade dividida
por contendas que era Ashton. Mesmo assim, nenhum dos dois se sentia perfeitamente à
vontade com relação aos dois passageiros do carro que seguiam; embora os acompanhantes
celestiais ainda não estivessem certos, tinham a impressão de que Rafar e seus guerrilheiros
poderiam estar realizando uma conspiração velada. Marshall e sua atraente e jovem repórter
formavam uma combinação crítica demais para aqueles demônios deixarem de lado.
O antigo deão da faculdade, Eldon Strachan, morava num sítio simples e despretensioso
de pouco mais de quatro hectares a uma hora de distância de Ashton. Ele não cultivava o
lugar, apenas o usava, e quando o carro atingiu a longa entrada de pedriscos, Marshall e
Berenice viram que seus interesses não se estendiam além das imediações da casa branca. O
gramado era pequeno e cuidado, as árvores frutíferas, podadas, produziam, a terra dos
canteiros de flores havia sido recentemente revirada e os canteiros desmatados. Algumas
galinhas ciscavam o chão. Um collie saudou os recém-chegados com latidos furiosos.
— Um ser humano normal para entrevistar desta vez — disse Marshall.
— É por isso que ele se mudou de Ashton — disse Berenice. Strachan saiu à varanda, o
cão correndo e latindo ao seu lado.
— Alô! — gritou ele para Marshall e Berenice quando eles desceram do carro. —
Quieta, Lady — acrescentou ele, dirigindo-se à collie. Lady jamais obedecia essas ordens.
Strachan era um sujeito saudável, de cabelos brancos, que conseguia bastante exercício
desse lugar, e o demonstrava. Trajava roupas de trabalho e ainda trazia na mão um par de
luvas de jardinagem.
Marshall estendeu a mão para um bom e firme aperto. Berenice fez o mesmo. Trocaram
apresentações, e a seguir Strachan convidou-os a darem a volta em torno de Lady, que ainda
latia, e entrarem na casa.
— Doris — chamou Strachan — o Sr. Hogan e a Srta. Krueger estão aqui.
Dentro de minutos, Doris, uma doce, rechonchuda e pequena senhora com aparência de
avó, havia enchido a mesinha de centro com chá, café, pãezinhos e doces, e eles discorriam
agradavelmente sobre o sítio, a região, o tempo, a vaca do vizinho. Todos estavam cientes de
que essa parte era obrigatória e, além disso, os Strachans eram pessoas muito agradáveis e de
boa prosa.
Afinal Eldon Strachan introduziu a sentença de transição:
— Sim, suponho que as coisas em Ashton não estejam tão boas quanto aqui.
Berenice tirou o bloco de anotações, enquanto Marshall dizia:
— É, e detesto trazer tudo aquilo para cá conosco. Strachan sorriu e disse,
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Este Mundo Tenebroso - Volume 1
SpiritualEste livro conta a história de uma das maiores batalhas espirituais já travadas pelos anjos de Deus contra os principados e potestades deste mundo tenebroso. O episódio tem seu início sob o céu e entre os habitantes da cidadezinha de Bascon, propaga...