Capítulo 16

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Natã e Armote voavam a grande altura sobre a linda paisagem de verão, seguindo o

veloz automóvel. As coisas estavam definitivamente mais quietas ali, longe da cidade dividida

por contendas que era Ashton. Mesmo assim, nenhum dos dois se sentia perfeitamente à

vontade com relação aos dois passageiros do carro que seguiam; embora os acompanhantes

celestiais ainda não estivessem certos, tinham a impressão de que Rafar e seus guerrilheiros

poderiam estar realizando uma conspiração velada. Marshall e sua atraente e jovem repórter

formavam uma combinação crítica demais para aqueles demônios deixarem de lado.

O antigo deão da faculdade, Eldon Strachan, morava num sítio simples e despretensioso

de pouco mais de quatro hectares a uma hora de distância de Ashton. Ele não cultivava o

lugar, apenas o usava, e quando o carro atingiu a longa entrada de pedriscos, Marshall e

Berenice viram que seus interesses não se estendiam além das imediações da casa branca. O

gramado era pequeno e cuidado, as árvores frutíferas, podadas, produziam, a terra dos

canteiros de flores havia sido recentemente revirada e os canteiros desmatados. Algumas

galinhas ciscavam o chão. Um collie saudou os recém-chegados com latidos furiosos.

— Um ser humano normal para entrevistar desta vez — disse Marshall.

— É por isso que ele se mudou de Ashton — disse Berenice. Strachan saiu à varanda, o

cão correndo e latindo ao seu lado.

— Alô! — gritou ele para Marshall e Berenice quando eles desceram do carro. —

Quieta, Lady — acrescentou ele, dirigindo-se à collie. Lady jamais obedecia essas ordens.

Strachan era um sujeito saudável, de cabelos brancos, que conseguia bastante exercício

desse lugar, e o demonstrava. Trajava roupas de trabalho e ainda trazia na mão um par de

luvas de jardinagem.

Marshall estendeu a mão para um bom e firme aperto. Berenice fez o mesmo. Trocaram

apresentações, e a seguir Strachan convidou-os a darem a volta em torno de Lady, que ainda

latia, e entrarem na casa.

— Doris — chamou Strachan — o Sr. Hogan e a Srta. Krueger estão aqui.

Dentro de minutos, Doris, uma doce, rechonchuda e pequena senhora com aparência de

avó, havia enchido a mesinha de centro com chá, café, pãezinhos e doces, e eles discorriam

agradavelmente sobre o sítio, a região, o tempo, a vaca do vizinho. Todos estavam cientes de

que essa parte era obrigatória e, além disso, os Strachans eram pessoas muito agradáveis e de

boa prosa.

Afinal Eldon Strachan introduziu a sentença de transição:

— Sim, suponho que as coisas em Ashton não estejam tão boas quanto aqui.

Berenice tirou o bloco de anotações, enquanto Marshall dizia:

— É, e detesto trazer tudo aquilo para cá conosco. Strachan sorriu e disse,

Este Mundo Tenebroso - Volume 1Onde histórias criam vida. Descubra agora