Capítulo 27

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Sempre acontecia no apartamento da professora Juleen Langstrat, na sala de estar

escurecida, iluminada por uma única vela na mesinha de centro, sentada no macio e

confortável sofá. Langstrat era sempre a mestra e guia, instruindo em voz calma e clara. Shawn

estava sempre presente para dar apoio moral e também participar. Sandy nunca estava sozinha.

Eles se tinham encontrado dessa maneira regularmente, e cada vez era uma aventura

totalmente nova. As excursões calmas, repousantes a outros níveis do consciente eram como o

abrir de uma porta totalmente nova a uma realidade superior, ao mundo de experiências e

poderes psíquicos. Sandy estava completamente fascinada.

O metrônomo sobre a mesinha batia, em ritmo lento, repousante, constante, inspire,

expire, relaxe, relaxe, relaxe.

Sandy estava ficando perita na arte de mergulhar abaixo dos níveis superiores do

consciente, níveis esses nos quais todos os seres humanos normalmente operam, mas que são

os mais perturbados e atravancados por estímulos externos. Em algum lugar abaixo deles

encontravam-se os níveis mais profundos, onde se podiam encontrar verdadeiras capacidades

e experiências psíquicas. A fim de atingir esses níveis era preciso descontração, meditação e

concentração cuidadosas e metódicas. Langstrat havia-lhe ensinado todos os passos.

Enquanto Sandy permanecia assentada imóvel no sofá e Shawn observava atentamente,

Langstrat fazia uma lenta e contínua contagem regressiva, na cadência do metrônomo.

— Vinte e cinco, vinte e quatro, vinte e três...

Em pensamento, Sandy se encontrava num elevador, descendo aos níveis mais profundos

do seu ser, descontraindo-se, desligando os níveis superiores de atividade cerebral, movendose

através dos planos inferiores.

— Três, dois, um, nível Alfa — disse Langstrat. — Agora, abra a porta.

Sandy visualizou-se abrindo a porta do elevador e entrando numa linda campina verde

cercada de árvores recobertas de flores brancas e rosadas. O ar era cálido e soprava uma leve

brisa, como uma delicada carícia. Sandy olhou em redor.

— Você a vê? — perguntou Langstrat suavemente.

— Ainda estou procurando — respondeu Sandy. Então seu rosto se iluminou. Aí vem

ela! Como é linda!

Sandy podia vê-la caminhando em sua direção, um linda jovem de loiros cabelos

cascateantes, toda vestida de tremeluzente linho branco. Seu rosto resplandecia de felicidade.

Vinha de mãos estendidas em saudação.

— Olá! — chamou Sandy feliz.

— Olá! — respondeu a moça na voz mais linda e melodiosa que Sandy jamais ouvira.

— Você veio para me guiar?

A moça loira tomou nas suas as mãos de Sandy e olhou em seus olhos com tremenda

Este Mundo Tenebroso - Volume 1Onde histórias criam vida. Descubra agora