Capítulo 38

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Hank e Marshall saíram pela porta do porão do tribunal e se acharam sozinhos. Seus

amigos ainda estavam congregados à porta do departamento de polícia, cantando,

conversando, orando, demonstrando.

— O Senhor seja louvado! — foi tudo o que Hank pôde dizer.

— Oh, eu acredito, acredito — respondeu Marshall.

Foi John Coleman quem primeiro os viu e soltou um viva. Os outros todos volveram as

cabeças e ficaram chocados e exultantes. Saíram correndo na direção de Hank e Marshall,

como galinhas à ração.

Mas abriram caminho para Mary, chegando mesmo a dar-lhe empurrõezinhos carinhosos

quando ela passava por eles. O Senhor era tão bom! Ali estava a querida Mary de Hank,

chorando e abraçando-o e sussurrando-lhe que o amava, e ele mal podia acreditar que isso

estava realmente acontecendo. Jamais se sentira tão separado dela.

— Você está bem? — perguntava ela repetidas vezes, e ele respondia:

— Estou bem, muito bem.

— É um milagre — disseram os outros. — O Senhor respondeu às nossas orações. Ele

os tirou da prisão da mesma forma que a Pedro.

Marshall compreendeu quando praticamente o ignoraram. Aquela era a hora de Hank.

Mas o que estava acontecendo ali adiante? Através das cabeças, ombros e corpos,

Marshall notou Alf Brummel escapulindo rapidamente pela porta da frente, entrando no carro

e partindo a toda. Aquele nojento. Se eu fosse ele, faria o mesmo.

E ali vinha... Não! Não, não podia ser! Marshall pôs-se a abrir lentamente caminho entre

a multidão, espichando o pescoço a fim de certificar-se de que os passageiros no carro que

acabava de chegar eram quem pareciam ser. Sim! Berenice até lhe acenava! E lá estava Weed,

vivo! Aquela outra moça, a que estava dirigindo... não podia ser! Mas tinha de ser! Nada

menos que Susan Jacobson, voltando dentre os mortos!

Marshall conseguiu passar por entre os admiradores de Hank e caminhou com passos

rápidos, o rosto aberto em largo sorriso, ao local onde Susan estava acabando de estacionar o

carro. Minha nossa! Quando essa gente ora, Deus escuta!

Berenice explodiu do carro e jogou os braços em torno dele.

— Marshall, você está bem? — disse ela, quase chorando.

— Você está bem? — revidou ele. Uma voz atrás deles disse:

— Oh, Sra. Hogan, queria muito conhecê-la.

Era Hank. Marshall fitou o homem de Deus, parado ali todo sorrisos, com a esposa do

lado e todo o povo de Deus atrás de si, e sentiu o ímpeto do abraço deixar-lhe os braços.

Berenice deslizou flacidamente do abraço.

— Hank — disse Marshall com o tom quebrantado que Berenice jamais o ouvira usar

antes — esta não é a minha esposa. É Berenice

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