Capítulo 18

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Hank iniciou o culto da manhã de domingo com um hino vibrante, o qual Mary tocava

particularmente bem ao piano. Ambos estavam alegres e sentiam-se encorajados; a despeito

dos sons da batalha que se aproximava, sentiam que Deus, em sua infinita sabedoria, estava de

fato operando um plano muito poderoso e eficaz para o restabelecimento do seu reino na

cidade de Ashton. Vitórias grandes e pequenas estavam em preparação, e Hank sabia que tinha

de ser a mão de Deus.

Em primeiro lugar, esta manhã ele estaria ministrando a uma congregação quase nova;

pelo menos parecia assim. Muitos dos antigos dissidentes haviam saído da igreja e levado

consigo sua amargura, e a disposição e estado de ânimo do lugar haviam subido diversos

graus. Claro, Alf Brummel, Gordon Mayer e Sam Turner permaneciam, um bando carrancudo

que fazia lembrar o esquadrão da morte, mas nenhum deles estava presente esta manhã.

Numerosos amigos e conhecidos, alguns casais, alguns solteiros, e alguns estudantes tinham

seguido o exemplo dos Forsythes. Vovó Duster estava presente, forte e saudável como sempre

e pronta para uma luta espiritual; John e Patty Coleman estavam de volta, e John não podia

deixar de dar largo sorriso de alegria e entusiasmo.

Dos demais, Hank conhecia apenas uma pessoa. Ao lado de Andy e June Forsythe,

parecendo um tanto acanhado, estava Ron Forsythe, junto da namorada, uma estudante de

segundo ano da faculdade, baixinha e muito pintada. Hank teve de sufocar uma emoção muito

forte quando viu os Forsythes entrarem acompanhados do filho: era um milagre, um autêntico

ato de graça da parte do Deus vivo. Ele teria gritado aleluia ali mesmo, mas não queria

afugentar o rapazinho; esse poderia ser um daqueles casos de luvas de pelica.

Após o primeiro hino, Hank achou melhor tratar da situação que o defrontava.

— Bem — disse ele informalmente — não sei se devo chamá-los de visitantes,

refugiados ou o quê.

Todos riram e trocaram olhares. Hank continuou:

— Por que não tiramos alguns momentos para nos apresentar? Acho que vocês

provavelmente sabem quem sou; meu nome é Hank Busche, e sou o pastor, e aquela florzinha

sentada ao piano é Mary, a minha esposa. — Mary ergueu-se depressa, sorriu humildemente, e

sentou-se de novo. — Por que não vamos de um em um dizendo quem somos...

E a primeira chamada do Remanescente ocorreu enquanto os anjos e demônios

vigiavam: Krioni e Triskal em seus postos ao lado de Hank e Mary, enquanto Signa e seu

pelotão, agora com dez, mantinham um cerco em torno do prédio.

Novamente Lucius havia discutido amargamente com Signa, tentando ser admitido. Mas

ele sabia que era melhor não forçar muito a situação, como se não bastasse Hank Busche, este

Este Mundo Tenebroso - Volume 1Onde histórias criam vida. Descubra agora