A busca por um casamento feliz

O Amor existe?

Já era bem a tarde quando a sogra de Elisabete chegou. Marco ainda não havia chegado. Elisabete tinha uma expressão triste, pois não era feliz. Mesmo quando sorria, sua expressão declarava a angustia. A dor estava cravada em seu olhar.

Quando Julieta chegou, havia uma mesa de café da tarde enorme para ela, com muitas coisas gostosas. Então sentaram e conversaram um pouco. Julieta era mais velha, portanto, mais experiente e percebia as coisas. Não era boba e por mais que Elisabete tentava esconder sua tristeza com sorrisos, Julieta percebia que aquilo não passava de uma farsa.

_Elisabete, você está bem? _ Perguntou Julieta enquanto pegava um pedaço de bolo.

_ Sim, eu estou! _ Respondeu Elisabete dando uma golada na xicara de café.

_ Você aparenta estar triste minha querida. O que houve? _ Insistiu Julieta.

"Era por isso que eu não queria que a senhora viesse, exatamente porque não quero explicar o quanto dói." Pensava Elisabete.

_ Eu estou bem! _ Prevaleceu com a primeira resposta ignorando a sogra. _ Então me diz como vão as coisas por lá?

Julieta morava a 7 horas da casa do seu filho.

_ As coisas estão ótimas. Estamos querendo fazer outra festa da família. Tenta carregar o Marco dessa vez. _ Deu uma golada na xicara de chá. _ Que chá gostoso! _ Acrescentou ela.

_ É difícil dona Julieta! _Pigarreou_ Nas últimas três festas que teve eu fui sozinha porque Marco trabalha demais. Eu não sei se vai dar pra eu ir na próxima. Estou pensando em voltar a dar aula.

Dona Julieta percebeu angustia no tom de voz de Elisabete quando dissera "Marco trabalha demais." E aos detalhes Julieta percebia que havia algo de errado.

Se levantaram da mesa e como sempre, Elisabete foi arrumar tudo.

Elisabete já estava cansada desse casamento. O espirito dela estava exausto. É incrível como a área sentimental meche com todas as áreas. Se estamos mal com a vida emocional, todo o resto fica mal. Ela não era feliz. Já não se lembrava qual fora a última vez que Marco tinha a beijado. Não lembrava como era receber carinho ou dormir abraçada com alguém. Nos primeiros dois anos eles eram felizes, mas Marco abriu a empresa e decidiu se dedicar somente a ela. Esqueceu que tinha uma esposa e que talvez deveria construir uma família.

Já eram 21:00 quando Elisabete serviu o jantar. Julieta achou estranho o fato de Marco ainda não ter chegado e começou a questionar Elisabete.

_ Elisabete, vocês não querem ter filhos? _ Disse Julieta se sentando a mesa.

Elisabete não esperava por aquela pergunta, portanto ficou parada olhando pra ela por um tempo e respondeu:

_Eu não sei! _ Hesitou em falar. _ Nunca conversamos sobre isso. _ Elisabete colocava o prato na mesa.

_ Você não quer? _ Continuou Julieta sem hesitar.

_ Eu não sei! _ Elisabete respirou fundo. _ Não depende só de mim dona Julieta.

_ Marco não fala sobre isso? _ Colocou um pouco de arroz em seu prato.

_ Não dona Julieta, Marco passa mais tempo na empresa do que aqui. _ Elisabete sentou-se.

_ Ah! _ Exclamou Julieta. _ Entendi.

Mais uma vez dona Julieta percebeu Angustia na voz de Elisabete.

Terminaram de jantar e Elisabete se levantou para tirar os pratos da mesa.

_ Pode deixar filha. Eu arrumo tudo. _ Disse Julieta.