Descobertas parte 2

4.2K 314 19
                                    


Às vezes, no silêncio da noite
Eu fico imaginando nós dois
Eu fico ali sonhando acordado
Juntando o antes, o agora e o depois
Por que você me deixa tão solto?
Porque você não cola em mim?
Tô me sentindo muito sozinho!
Não sou nem quero ser o seu dono
É que um carinho às vezes cai bem
Eu tenho os meus segredos e planos secretos
só abro pra você, mais ninguém
Por que você me esquece e some?
E se eu me interessar por alguém?
E se ela, de repente, me ganha?
Quando a gente gosta
É claro que a gente cuida
Fala que me ama
Só que é da boca pra fora
Ou você me engana
Ou não está madura
Onde está você agora?
_ Caetano Veloso

E lá estava Elisabete, devastada por sua dor. Na verdade Elisabete sempre parecia dramática, mas seu coração era repleto de medo. Demorou tanto tempo para se sentir viva outra vez, e quando de fato se sente feliz, alguma coisa acontece para a entristecer. E como todas as pessoas que sofrem, colocou Caetano Veloso e foi se afogar em seu mar de dores, como uma adolescente. Mas Elisabete sabia que naquele momento não havia mais tempo para suas dores e precisava ligar para saber de Zé Augusto. Elisabete se levantou, pegou o telefone e ligou para o padre. O padre explicou que estava tudo bem e que Zé Augusto já estava em casa. Porém o fato de Marco ter saído durante a noite a deixou bem intrigada e triste. Elisabete não suportava mentiras, as únicas mentiras suportáveis era as que se tratavam de festas surpresas, mas mentir sobre onde esteve e com quem esteve era demais para ela, e mesmo angustiada, não perguntou, pois queria ouvir do seu próprio marido.

Depois de perder tanto tempo pensando para onde seu marido havia ido, ela tinha que seguira vida normalmente, por isso, foi trabalhar na escola como se nada tivesse acontecido. Mesmo morando no interior, Elisabete não perdia seu jeito clássico de ser. Sempre usando suas belas roupas e sempre com seus belos sapatos. Estava sempre linda, e Zé Augusto a admirava. Quando chegou na escola, correu e abraçou. Em seguida a deu um beijo no rosto e a elogiou. Zé Augusto confiava nela, os carinhos que não podia fazer na própria mãe, fazia na querida tia Elisabete. Logo que recebeu o abraço perguntou o que tinha acontecido de fato.

_ Zé Augusto, meu amor, o que aconteceu ontem? Você deixou todos preocupados. _ Elisabete passou suas mãos em seu rostinho.
_ Não tia Elisa, eu num sumi não. Minha mãe me deixou ir na casa do meu amigo Léandro; (Leandro)

Elisabete se assustou. Acélia literalmente não tinha atitudes de uma pessoa normal. Ela sabia aonde o filho estava o tempo todo, e mesmo assim deixou que todos pensassem ao contrário. Essa atitude de Acélia a deixou ainda mais intrigada. Algo não estava se encaixando. Primeiro Acélia abraça Marco na frente de Elisabete, depois Marco sai no meio da noite e agora isso, Zé Augusto nunca sumiu. Elisabete ficou completamente intrigada com essas fatos.
_ Tudo bem Zé Augusto, vamos entrar.
Marco não sabia se deveria contar o que houvera na noite passada, para ele, ela não tinha o visto, e ele poderia evitar alguns problemas se não contasse, porém, sabia que a qualquer momento Acélia poderia contar da maneira dela, inventando mais mentiras. Com todos esses fatos, Marco se calou. Não se comunicava muito, falava só o que era necessário. Eles mal haviam trocado uma palavra. E mais uma vez, se passou na cabeça de Elisabete que o inferno silencioso havia voltado. As aulas acabaram, o dia não foi tão produtivo, pois os dois professores estavam abalados, cada um por seu motivo.

A noite chegou e com ela, a tristeza também. A distância já estava a incomodando, pois sabia que era exatamente o que os afastou antes. É como cometer o mesmo erro duas vezes, mas para a felicidade deles, Elisabete havia aprendido com o passado e iria fazer diferente. Estavam na mesa jantando, um silencio insuportável, acreditem, não da pra suportar um silencio quando se tem palavras entaladas.

A busca por um casamento felizOnde histórias criam vida. Descubra agora