Entre erros e acertos

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Quando Marco saiu de casa, ele estava completamente tomado pelo ciúme. Ele pensara que Elisabete tinha o traído. Marco, com sua falta de sabedoria foi direto para um bar. Marco se irritara tanto que a única coisa que queria era esquecer o que ouviu. Marco sabia que não passava de suposições, mas mesmo assim, deixou que o ódio falasse mais alto e foi para o bar sabendo que poderia cometer uma grande besteira.
Marco chegou ao bar e sentou-se de frente para a bancada e pediu a bebida mais forte que o bar man tivesse. Quando a bebida chegou Marco por um minuto parou e pensou, mas a única coisa que vinha em sua cabeça era a voz de George dizendo que a rizada de Elisabete era bonita. E um dos motivos para ele pensar era seu pai que era alcoólatra e sua mãe sofrera muito com Luís. Em vida, ele só a fizera sofrer. Até que dona Julieta se cansou e pediu divórcio. Casou-se com outro cara que a fez completamente feliz.
Portanto, Marco lembrou dessas marcas e quando se virou para ir embora, deu de cara com ela. Tantas mulheres poderiam aparecer naquele momento, mas apareceu ela, logo ela: Estela.
Marco não reagiu e pensou que era uma alucinação. Abriu e fechou os olhos para confirmar o que havia visto.

_ Marco, você aqui? _ Estela sorriu.

Estela não esperava encontrar Marco em um bar, por isso, se surpreendeu, mas logo imaginou que para ele estar em um bar, só poderia ser problemas em seu casamento, por isso se alegrou.
Marco continuou sem reação, e quando a viu, assustou-se pois ela estava muito mais linda do que há 5 anos atrás. Ela vestia um vestido listrado, justo, até o joelho, mas que marcara bem seu quadril. Ele se surpreendeu, mas em seguida pensou em Elisabete. Por mais linda que Estela fosse, nunca chegaria aos pés das qualidades de Elisabete.
_ Estela, eu não esperava te encontrar. _ Marco gaguejou.

Estela não perdeu a oportunidade e o abraçou.
_ Então, o que te traz aqui? _ Questionou ela.
_ O que traz um homem ao bar? _ Marco respondeu rapidamente.
_ coração partido? _ Estela sorriu.
_ Você me conhece bem.
Estela sorriu.

_ Já estava de saída, eu percebi, mas vamos sentar e conversar um pouco.

Marco não negou o convite de Estela, e mesmo sabendo o quanto isso poderia afetar seu casamento continuou, pois, estava tomado pela raiva. Eles ficaram ali à noite toda bebendo muito e conversando. Estela, claro, não perdia a oportunidade de jogar seu charme para cima de Marco, porque tudo que ela queria era uma oportunidade de se aproveitar da situação. Dizem que o primeiro amor a gente nunca esquece, talvez, seja por isso que Estela continuasse obcecada por ele mesmo depois de tanto tempo.

Enquanto isso, Elisabete saiu e foi ao encontro de George. Ela estava desesperada sem saber o que fazer e sem saber aonde o marido havia ido.

_ George! _ Elisabete correu e o abraço.

Elisabete não o abraçou por malicia ou por puro charme, mas porque precisa de um abraço.
_ Ei. _ A abraçou de volta. _ Pensei que não viria, você desligou na minha cara.
_ Foi o meu marido que atendeu. _ Elisabete lamentou.
_ Marido? Vocês não estavam.

Elisabete o interrompe.
_ A gente se resolveu George.
_ Posso ver sua aliança.
_ Você não deveria ter me ligado. Por que não pediu pra Noêmia me ligar?
_ Porque assim iria parecer que estamos fazendo algo errado, e não estamos. Nós somos amigos. Não creio que nossa amizade acabe com seu casamento.
_ Olha, não costumo ter amizade com homens solteiros. Eu só topei sair com você porque precisava espairecer e hoje estou aqui justamente para isso. Você pode me escutar? Vamos sair daqui, quero ir pra praia.
_ Vamos.
Chegaram à praia, sentaram em um banco e Elisabete desabafou. Depois que Elisabete explicou tudo o que acontecera ficaram em silencio por alguns minutos, até George se manifestar.
_ Eu não sou solteiro. Quer dizer, eu não sou casado, mas eu tenho algo com alguém. Não sei o que temos, mas a gente se encontra de vez em quando.

_ George, você se encontrou comigo tendo alguém? _ Elisabete colocou as duas mãos em seu rosto demonstrando surpresa.
_ Não vem Elisa, você ainda nem tinha se divorciado.
_ Mas esse não é o ponto. Eu não fui naquele encontro para ter algo com você. _ Respondeu rapidamente.
_ E quem disse que eu fui pra ter algo com você? Porque se foi a Noêmia ela mentiu.
Elisabete se calou.
_ Desculpa, eu entendi mal. Ai meu Deus, que vergonha. Nem sei o que dizer. _ Elisabete respondeu pausadamente.
_ Confesso que você é extremamente linda, mas eu sei até onde eu posso ir gatinha.

E os dois riram do momento que haviam vivido. Quebraram o clima chato que havia ficado.
_ Você me faz bem, obrigada. _ Disse Elisabete deitando sua cabeça no ombro de George.
_ Você também me faz bem. E eu quero conhecer seu marido, e também quero apresentar minha namorada pra vocês. Quer dizer, a pessoa que me encontro às vezes.
_ Pode me levar pra casa? _ Pediu Elisabete.
_ Claro, vamos.

Elisabete foi para casa e quando chegou não encontrou seu marido. Portanto pegou seu celular e ligou, mas infelizmente só caia na caixa postal. O que Elisabete não sabia era que enquanto ela se acertava com George, Marco errava com Estela. Além de ser linda, era uma pessoal a qual ele compartilhou vários momentos bonitos, e além de tudo estavam enchendo a cara juntos. Elisabete ficou extremamente chateada por não conseguir falar com ele, subiu tomou um banho e deitou.
Elisabete estava perdida em seus próprios pensamento, pensava que as coisas poderiam não ter acabado daquele jeito se seu marido não fosse tão agressivo e impaciente. Mil coisas se passaram na sua cabeça, mil lugares a qual ele poderia estar naquela hora, mas não esperava que o pior estivesse por vir. Estava com seu olhos fechados quando escuta o barulho da porta do carro batendo e as risadas. Rapidamente levanta da cama, abre as portas que dão acesso a varanda e ver o que ela menos queria ver, o que ela nem esperava ver. Marco estava completamente bêbado e apoiado em Estela. Era como se Estela estivesse consciente de tudo que estava acontecendo e Marco não. O coração de Elisabete acelerou e por um momento ela pensou que seus batimentos iam parar de bater. Sentiu um nó no estômago. Quase não conseguia respirar. "Meu Deus, ele não está nos braços de um mulher qualquer, ele está nos braços de alguém que ele já amou, e o pior, bêbado." Seus pensamentos eram esses. Era como se sua alma estivesse desfalecendo. Ela tirou a calma da onde não tinha, respirou fundo e desceu.

_ O que está acontecendo aqui? _ Elisabete abriu as portas.
_ Boa noite. Você deve ser a esposa do Marco. Prazer, Estela.

O tom abusivo de Estela só aumentou o nível de estresse de Elisabete.
_ Sim, sou eu. O que está fazendo com o meu marido?
_ Pergunta pra ele, quer dizer, quando ele acordar amanhã. _ Estela sorriu.

Elisabete respirou fundo mais uma vez.
_ Me dá ele aqui. Pode ir embora agora. _ Elisabete o pegou e o apoiou em seus ombros.
_ Nossa meu amor, você deve ter muitas qualidades, só não tem educação né? _ Disse Estela com um tom abusivo.
_ Eu disse que você pode ir.

Elisabete ia fechando a porta quando Estela a impediu.

_ De nada linda.
Elisabete a encara com um olhar mortal. Pega Marco pelo braço e entra fechando a porta na cara de Estela.

Elisabete pegou Marco e o jogou no sofá.
_ Marco, você não tem vergonha na cara? Por que você fez isso? Nem sequer me ouviu.

Mais uma vez seu coração havia sido partido. Marco estava tão bêbado que não escutou uma só palavra. Elisabete o deixou lá e foi para o quarto.
Claro que depois de tanta frustração ela não iria conseguir dormir. Elisabete imaginou cada coisa que poderia ter acontecido naquela noite, e cada imaginação devorava um pouco do seu coração. Pior do que a mentira, pode ser a verdade, mas as vezes a duvida é pior do que as duas. Elisabete nunca imaginou que o casamento dela chegaria a esse ponto. Ao ponto de outra mulher levar o marido dela em casa. Não só outra mulher, mas a ex dele. Ela ficou tão angustiada que só sabia chorar. E novamente, todo o ódio que ela havia esquecido, ressuscitou em seu ser. Então, Elisabete estava decida que não o escutaria e nem iria mais nas terapias, que o casamento dela tinha acabado ali. Pobre Elisabete, parece que nasceu para sofrer.

A busca por um casamento felizOnde histórias criam vida. Descubra agora