Descobertas

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Para o casal, eles estavam vivendo o melhor momento do casamento. Elisabete havia realizado seu sonho de construir uma escola e ser mãe. Marco estava sentindo o que nunca sentiu na vida, a felicidade de ser pai. Ele demonstrava isso o tempo todo.

_ Meu amor, eu estou tão feliz. É um sentimento que pensei que nunca sentiria na vida. _ Disse Marco a abraçando.

Elisabete sorriu. Ela não esperava uma reação tão agradável do marido. Por anos eles nunca falaram sobre ter filhos, ela pensou que seria um choque para ele, e que ele não teria uma reação tão positiva. Para ela, ele iria agir negativamente dizendo que ainda não era a hora de ter filhos pois eles haviam acabado de reatar o casamento.


_ Como foi a aula hoje, meu amor? _ Perguntou Elisabete.
Logo veio na cabeça de Marco o ocorrido com Acélia, mas não sabia se deveria falar agora, logo agora que acabara de descobrir que vai ser pai, portanto se calou sobre o assunto.
_ Foi normal meu amor. As crianças sentiram sua falta. Como não sentir né? _ Marco passou a mão carinhosamente em seu rosto.

Marco e Elisabete decidiram ir até a igreja para contar sobre a gravidez para o padre. Quando chegaram, o padre não estava na igreja, e perceberam uma movimentação nas ruas, pessoas conversando secretamente, como se alguém tivesse morrido. Quando viram que a aparentemente não estava nada certo, perguntaram o que estava acontecendo e se alguém sabia do padre. Responderam que o padre estava na casa de Acélia, mas hesitaram ao dizer o que havia acontecido de fato. De tanto Elisabete insistir, disseram que Zé Augusto havia sumido. Elisabete e se desesperaram pois sabiam exatamente o que o menino sofria em casa. Muitas coisas horríveis veio na cabeça de Elisabete sobre o que realmente teria acontecido para o menino sumir. Quando Elisabete soube do fato, perdeu a cor. Ficou pálida como um fantasma, todos perceberam sua reação.

_ Ô sinhora, o que aconteceu com ocê? Quem vê a sinhora pensa que ocê é a mãe do minino._ Disse uma das moradoras do povoado.

_ Zé Augusto é meu aluno. _ Disse Elisabete.

Elisabete e Marco foram até a casa de Acélia. Elisabete estava extremamente preocupada, ela se apagou a Zé Augusto como se fosse seu filho. Por ele ter um histórico de violência em casa, ela sempre cuidava para amenizar o trauma da criança. Marco também estava preocupado, mas precisava se manter firme para ajudar sua esposa. Quando chegaram na casa de Acélia, ela estava sentada de frente para o padre que tentava conversar com ela.
Quando ela viu Marco, rapidamente se levantou e o abraçou. Elisabete estranhou a atitude de Acélia, e estranhou ainda mais a atitude de Marco, que não a abraçou de volta, mas também não a impediu.

_ Ainda bem que ocê veio. _ Disse Acélia enquanto ainda estava abraçada com Marco.
Marco não disse nada, apenas a afastou. Elisabete não gostou do que viu, mas ignorou e perguntou Acélia o que havia acontecido de fato.

_ Acélia o que houve com Zé Augusto?

_ Ele sumiu. Desde cedo não vejo esse menino.
_ Mas você fez alguma coisa que o chateou.
_ Ocê sempre querendo saber de tudo. O que acontece na minha casa sinhora, fica na minha casa.

Acélia adorava tratar Elisabete mal. Era como se sustentasse seu ego com essa atitude. E ela sabia o quanto irritava Elisabete dessa forma. Acélia não era tão má, apenas carente de atenção. Apesar de ser bonita, se sentiu inferior quando viu a beleza de Elisabete. E quando viu que aparentemente o casamento dela era feliz e o seu não sentiu um pouco de inveja.
_ Acélia, você não se faça de sonsa _ Sussurrou Elisabete a olhando nos olhos.
Acélia apenas a ignorou e segurou nas mãos de Marco.
Elisabete estava se irritando cada a vez mais. A vontade de Elisabete era de lhe dar um tapa na cara para ela acordar pra vida.

A busca por um casamento felizOnde histórias criam vida. Descubra agora