Lidando com a dor

4.7K 295 9
                                    

         Lidando com a dor

"Now, maybe there's a God of love

As for me, all I ever learned from love

Is to how to shoot at someone who

Outdrew you

But it's not a crime that you're here tonight

It's not some pilgrim who claims to have seen she light, no

It's a cold and it's a very broken Hallelujah."

_ Leornad Cohen

" Bem, talvez haja um Deus de amor

Mas por mim, tudo o que eu aprendi sobre o amor

É como atirar em alguém que te ultrapassou

E não é um crime você estar aqui essa noite

Não é um peregrino qualquer que diz ter visto a luz, não

É um Aleluia frio e muito sofrido"

- Tradução

No dia seguinte Elisabete não havia melhorado. O trauma que passara fora forte demais. Uma mulher gravida muita das vezes fica mais frágil do que o normal, os hormônios ficam a flor da pele e os sentimentos ampliados. Mesmo não tendo sido a morte de um ente querido, ela estava sofrendo pois nunca esperou que passasse por isso algum dia. Desde então se calou, não dissera uma palavra se quer.

***

Marco estava exausto. Não havia conseguido descansar, vendo sua mulher daquela forma o deixara ainda mais abalado. Apesar de estar sofrendo Marco não passava o sofrimento dele para ninguém pois sabia que tudo que Elisabete precisava naquele momento era de segurança. Elisabete era uma mulher incrível e muito caridosa, mesmo odiando Acélia por tudo que causara em seu casamento, ela jamais desejou sua morte, e isso a deixava muito abalada, além de morrer, morreu em seus braços, no quintal de sua casa. Era um trauma muito grande para ser superado de um dia para o outro, e Marco entendia isso.

Tulipa estava ajeitando a cozinha quando Marco a interrompeu.

_ Tulipa, eu não estou bem. Estou muito preocupado com ela, ela não fala nada. Está deitada no quarto desde ontem quietinha.

_ Foi um trauma muito grande pra ela senhor. Dá um tempo pra ela digerir tudo isso.

_ É, talvez ela precise. O quintal já está limpo?

_ Sim, senhor.

_ Tulipa você é a única pessoa que tenho para conversar então por favor, não responda com palavras curtas.

_ Desculpa senhor, é que eu também muito abalada.

_ Eu sei que sim, mas precisamos ser fortes juntos, Elisa precisa da gente.

_ O senhor tem razão.

_ Zé Augusto vai morar com a gente a partir de agora, mas o padre ainda não contou sobre a morte da mãe, devemos contar?

_ É melhor você e dona Elisabete decidirem isso juntos.

_ Como?

_ Tenta falar com ela agora, acabei de preparar esse chá, leva para ela.

_ Vou tentar, obrigada Tulipa.

_ O senhor quer que eu dê um banho nela antes?

_ Pode deixar Tulipa, eu mesmo faço isso, obrigada.

A busca por um casamento felizOnde histórias criam vida. Descubra agora