Muitos anos antes...
A carroça deu um tranco e parou no meio da floresta. O cocheiro desceu e a porta da cabine se abriu. Um homem de vestes elegantes e finas desceu.
- O que houve?
- A roda da carroça quebrou, meu senhor.
Mais uma vez a porta da cabine se abriu e dessa vez uma bela mulher de vestidos longos desceu.
- O que houve, marido?
- A roda da carroça quebrou, meu amor. - o homem de trajes finos acariciou o rosto de sua esposa. - Mas não se preocupe, nosso cocheiro irá concertá-la para nós. - sorriu.
- Está certo! - a mulher assentiu.
Uma flecha cortou o ar e acertou o coração do cocheiro. A mulher deu um grito horrorizada, enquanto o corpo do cocheiro ia ao chão. Seu marido olhou em volta e viu quando um grupo de homens montados em cavalos e trazendo arcos e flechas se aproximou.
- Não temos nada de valor, fizemos uma viagem curta, não trazemos joias, nem ouro. - o homem levantou as mãos e se colocou na frente de sua esposa.
- Como não senhor? É claro que tens algo de valor. - um dos homens no cavalo sorriu e usando seu arco apontou para a mulher. - É muito jovem e bonita, sabia?
- Não se atrevam a tocar nela, muito menos machuca-la.
O homem que havia elogiado a mulher saltou do cavalo, o grupo atrás dele fez o mesmo. A mulher agarrou as vestes de seu marido assustada, ele tentou lhe proteger dando alguns passos atrás.
- Segurem este homem, eu quero desfrutar desta mulher.
O homem de vestes elegantes gritou, enquanto aqueles homens selvagens o seguravam e o arrastavam pra longe de sua esposa. Ele foi amarrado a uma árvore e impotente e aos berros presenciou quando os homens rasgaram as roupas de sua mulher. O homem que havia falado com ele, o qual ele tinha reconhecido como lidar daquele grupo, derrubou sua esposa no chão.
Ela gritou, chorou, implorou, mas o homem não lhe deu ouvidos e sem misericórdia alguma a possuiu, como só um marido deveria possuir sua mulher.Quando o líder do grupo terminou, ele deixou a mulher chorando encolhida num canto e escolheu dois de seus homens de maior confiança. Primeiro um e depois o outro, eles também possuíram a mulher.
Quando os dois terminaram, a mulher soluçava baixinho, machucada, com medo, completamente traumatizada. Era uma experiência tão horrível que mulher nenhuma deveria passar por aquilo.
- Eu vou mata-lo, um por um, todos vocês quando sair daqui. - o marido daquela pobre mulher gritou.
O líder do grupo zombou dele e num ato final de crueldade, puxou a mulher, forçando-a a ficar de pé e cravou seu punhal no coração dela. A mulher sem forças deu um grito agoniado, enquanto seu marido gritou desesperado, as lágrimas queimando em seus olhos.
- Não! Malditos!
O grupo subiu em seus cavalos, um deles se aproximou da árvore e libertou o homem, antes de sair em disparada com seu cavalo.
- Voltem aqui desgraçados! - ele gritou.
Ao ver que sua mulher agonizava e ainda estava viva, o marido correu até ela, a cobriu e a acolheu em seus braços.
- Estou aqui, meu amor!
A mulher o encarou, sorriu e tentou lhe dizer algo. Sem forças, ela apenas conseguiu acariciar seu rosto, antes de morrer em seus braços.
O homem inconformado com tal destino pediu ajuda aos Deuses, prometeu sua alma em troca de vingança. Seu corpo sem vida, ficou ali junto ao da esposa e do cocheiro, até ser encontrado dias depois.
Ele obteve sua vingança, com a ajuda dos Deuses conseguiu roubar a vida de todo aquele bando que tanto mal fez à sua esposa, mas sua alma permaneceu tomada por ódio e continuou matando aqueles que eram ruins sem a permissão dos Deus, tornando-se incapaz de receber o merecido descanso.
Castigado pelos Deuses, sua alma ficou presa entre este mundo e o outro. Todos os dias ele era obrigado a caminhar pela floresta na forma do homem que um dia foi, e à noite ele se apossava do corpo de um lobo cinzento, protegendo aquele lugar de maus feitores. Todas as noites ele uivava pela floresta, tentando se comunicar com os Deuses, desejando ter sua alma libertada para poder ficar com sua esposa outra vez.
Dizem que sua alma se alimenta das almas de viajantes desavisados, que passam pela floresta. Com o passar do tempo ela se tornou amaldiçoada, proibida de ser pisada durante a noite. Aqueles que ousarem desobedecer terão suas almas capturadas pelo homem que se torna lobo e cairão na maldição que nunca se quebra, que nunca termina!
- Conta de novo, conta de novo! - os dois meninos pediram ao mesmo tempo.
Anahí sorriu encarando seus sobrinhos, os gêmeos de 06 anos, Enzo e Alec, filhos de sua irmã mais velha.
- Nada disso, é hora de dormir! - sorriu e se levantou da cama de casal onde os dois dormiam.
- Promete que amanhã você conta de novo? - Alec pediu.
- É claro, prometo que conto, agora vocês vão dormir. - Anahí os cobriu, beijou a testa de um, depois a do outro. - Amo vocês!
- A gente também te ama tia. - os dois responderam juntos, numa sincronia perfeita que Any desconhecia.
Sorrindo, ela acariciou os cabelos dos dois antes de sair do quarto deles e fechar a porta. Cansada ela resolveu ir para seu quarto e também se deitar.
- Meninos e sua fascinação por lobos e maldições. - sorriu acariciando o pingente de seu colar.
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Apaixonada Por Meu Raptor ✔
FanficJovens entre 20 e 28 anos estão sendo misteriosamente raptadas. O mais estranho de tudo é que assim como somem misteriosamente, elas reaparecem para suas famílias. A polícia investiga o caso, mas nenhuma dessas mulheres consegue revelar que...