É Confidencial

Capítulo 16

(Casa Assombrada)

O Liam e a Lydia já estavam no andar de cima há umas duas horas, mas não tinham encontrado nada. Só folhas e mais livros, que não pareciam ter nenhum interesse. Lydia estava a começar a ficar irritada, tanto tempo gasto ali, sem encontrar nada. Pessoas continuavam a morrer e eles continuavam a seguir pistas que iam dar a becos sem saída. Para adicionar a isso, os seus poderes não estavam a ajudar em nada. Supostamente ela conseguiria encontrar pistas ou ter sensações que a levariam a algum resultado. Mas nada acontecia. Nada.

Liam também nutria os mesmos sentimentos que Lydia. Ele não queria desiludir Scott, tinha de o deixar orgulhoso, mas ele mal sabia controlar os seus poderes e era o membro com menos conhecimento do sobrenatural do grupo. Enfim, na sua mente ele, não contribuía com nada. Até Stiles, que não tinha poderes, ajudava com o seu poder de dedução. Mas até a lutar ele perdia. Ele tinha de arranjar maneira de se tornar mais útil. Então decidiu não desistir e continuar a procurar.

Lydia começou a sentir uma sensação estranha. Um som agudo invadiu a sua cabeça. Tão agudo, que parecia estar a perfurar o seu crânio. As pernas dela começaram a ficar fracas e o seu corpo estava todo a tremer, mas ela sabia para onde tinha de ir. Em direção ao som.

Liam estava noutro quarto, ouvindo apenas os gritos dela agonizantes. Ele foi a correr, preocupado. Mas agora também com uma dor nos ouvidos. Ela estava a sangrar pelo nariz. Parecia que era comandada por uma força maior, nem olhou para Liam. Continuou a andar lentamente, até abandonar o quarto e descer umas escadas que iam dar a uma sala. Ele seguiu-a. Não sabia bem o que estava a acontecer, mas pensou que tinha a ver com o facto de ela ser uma banshee. Ela dirigiu-se a uma porta que estava trancada e encostou a cabeça, com um ar assustado mas ainda vago. Parecia que estava a ouvir alguém a falar.

Liam percebeu que ela queria entrar, então afastou Lydia e abriu a porta, aplicando toda a sua força no seu pé, que partiu a fechadura e a porta abriu-se. Lydia voltou a caminhar lentamente, com a mesma expressão.

Aquele escritório parecia estar quase vazio, só tinha uma mesa no meio e uns armários abertos, que só aparentavam ter material de trabalho normal. Ela dirigiu-se novamente, lentamente até à mesa. Encostou o ouvido a esta e puxou uma gaveta que parecia ser falsa. Lá dentro encontrava-se uma navalha com umas iniciais gravadas. Acordou do transe e, com um ar aluado, ficou a analisar a faca:

- Estás bem ? Estavas meia estranha. Parecia que queiras encontrar algo...

 - Sim..... Comecei a ouvir um som e de repente fui levada até esta faca, pensei que iria encontrar algo importante, normalmente encontro sempre que isto acontece, mas desta vez foi diferente... - disse ainda analisando a faca.

 - Pode ser importante, vamos ter com os outros pode ser que eles tenham encontrado alguma coisa! - disse Liam, agora esperançoso.

 - Se calhar...

( Esconderijo da casa assombrada)

Coulson encontrou um gênero de um diário que pertencia a alguém da Hydra com ligação aos Dread Doctors, o que confirmou mais uma vez o relacionamento entre os dois.

Bobbi e Kira aproximaram-se logo dele, aquilo era uma pista muito importante e podia levá-los a descobrir quem estaria por trás de todas as operações. Kira encontrava-se surpreendia, por ele ter descoberto aquele livro. Eles tinham vasculhado tudo e não havia sinal daquilo ou até de algo que se demonstrasse valioso. Naquele momento apercebeu-se que eles sabiam mesmo o que faziam e ganhou maior confiança no seu trabalho.

Coulson abriu o diário, que estava submerso em olhares penetrantes e atentos. Qual foi a sua desilusão quando descobriu que estava tudo escrito em códigos. Mas não ficou nesse estado muito tempo, afinal já tinham decifrado milhares de códigos, e aquele não seria diferente, provavelmente até estaria na base de dados. Apesar de este código parecer diferente dos outros, eles tinha a sensação que o reconhecia, o que também não era difícil visto que já tinha lidado com a Hydra tantas vezes.

Estavam todos a tentar decifrar algum símbolo que se apresentava no livro quando Liam e Lydia aterram no chão disparados pelo túnel. Levantaram-se e sacudiram-se e antes de poderem dizer alguma coisa. Coulson olhou para Liam, que estava a rodar a navalha por entre os dedos, divertido. Mas o primeiro, agora muito sério, exclamou de forma quase bruta, retirando-lhe a navalha:

 - O que é que estás a fazer com essa navalha?! Onde é que a encontraram?! - Coulson reconhecia muito bem essa navalha e não tinha sensações nada agradáveis em relação a ela.

Liam ficou assustado mas ao mesmo tempo com raiva. Ele ainda não tinha essa parte muito bem controlada, então mostrou logo as suas garras e os dentes, recolhendo-os um instante depois, ao aperceber-se do que estava a acontecer. Respirou fundo. Bobbi preparou-se logo para defender Coulson, ficando defensiva mas parou, mal viu que ele não o ia atacar.

 - Lá em baixo. Porquê?! - perguntou Lydia ao ver que Liam estava ainda a compôr-se.

 - Eu sei a quem pertence, e essa pessoa pode ser a responsável por tudo. Garret. - disse agora mais calmo, já não via aquela navalha há muito tempo, Garrett tinha-o atacado com ela, andava sempre no seu bolso.

Lydia, Kira e Liam ficaram contentes com a novidade mas ao mesmo tempo não percebiam quem era esta pessoa, mas sabiam que devia ser muito má, para conseguir pôr um homem, do que eles tinham visto, tão calmo e concentrado, assim.

Bobbi pegou no diário e disse:

 - Será que isto também não pode ser dele ? - disse numa conclusão rápida.

 - Pode muito bem ser dele, eu reconheço essa escrita.

 - Mas senhor, se ele está morto como é que pode ter organizado isto?

 - Ele está morto?! - exclamou Liam confuso.

 - Não sabemos ao certo mas tenho a sensação que vamos descobrir. - disse Coulson, misteriosamente.