Capítulo 21

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(Hospital)

- Olá mãe! - cumprimentou Scott, mostrando um sorriso e dando-lhe um abraço. O coração de Simmons aqueceu com aquela demonstração de afeto.

- Leopold Fitz, muito prazer. - disse Fitz apertando a mão de Melissa e sorrindo, desviando logo a seguir o olhar para o seu tablet. Algo não estava bem naquele hospital.

- Melissa McCall, prazer. - respondeu ela com a mesma energia de Fitz, ela tinha achado piada a maneira como se apresentou.

- Olá, Jemma Simmons! - apresentou-se com um sorriso envergonhado no rosto.

- Mãe, tu sabes onde está aquele corpo que trouxeram para cá ontem? Era de um jovem, encontraram-no na floresta.

- Sim... penso que sim... venham comigo! - todos a seguiram. Fitz continuava a olhar para o tablet. As frequências pareciam estranhas.

Enquanto estavam a caminhar em direção a morgue as luzes começaram a piscar e a falhar. Pfftt. Pfft. Trsck. Trsck. As lâmpadas começaram a fundir devido a sobrecarregamento, mas algumas continuavam a piscar. Scott deu um passo em frente e afastou a sua mãe, Simmons e Fitz do caminho. Pediu-lhes para a levarem para um sítio seguro e ficarem lá, mas Simmons não obedeceu. Ela não ia deixá-lo sozinho no meio de perigo iminente. Fitz puxou-a e avisou-a que ela não podia fazer nada e que ele queria que ela estivesse em segurança. De repente por entre o piscar das luzes Scott começou a ver silhuetas humanas. Chimeras. Ele lançou as suas garras para fora e os seus olhos mudaram de cor. Com a voz transmutada devido a transformação gritou: Vão! Agora!

Quando se apercebeu já estava um muito perto de si. Era uma rapariga. Ela empurrou-o contra a parede antes de ele poder reagir. Abanou a cabeça e quando abriu os olhos ela já estava a proferir o próximo soco. Ele esquivou-se para o lado e prendeu-lhe o braço. Torceu-o, o que a fez baixar-se. Pegou nela e lançou-a contra a outra parede, o que a fez permanecer imóvel no chão. Ouviu um grito. Olhou e era Simmons. Ela tinha ficado lá e outro chimera, que lembrava um canibal já se encontrava em cima dela. Estava quase a mordê-la, quando Scott rosnou e a atirou para a outra ponta do corredor. Pegou nela, que estava a escorrer sangue da zona abdominal. Ela parecia estar a sofrer. Como é que ele pode deixar aquilo acontecer. Levou-a a correr para a sala onde tinha mandado a sua mãe ir com eles.

- Simmons! - gritou Fitz em desespero quando viu o sangue a escorrer da barriga dela.

- Deita-a aqui Scott! Eu trato dela! - exclamou Melissa. Scott pousou-a numa mesa de metal que estava agora fazia.

- Vai Scott e apanha-os... - sussurrou Simmons enquanto Melissa rasgava as suas roupas.

Scott voltou ao corredor. As luzes continuavam a piscar mas não se via ninguém. Começou a cheirar algo. Estava lá alguém. O rapaz invisível. Scott inspirou mais uma vez, para ter a certeza do sítio onde se encontrava e deu-lhe um soco em cheio na cara, o que o neutralizou e o fez voltar ao seu estado normal. Scott agarrou-o pelo pescoço e perguntou pelo paradeiro dos seus amigos. Estavam na morgue. Scott correu até lá. Já não estavam lá eles ou o corpo. Voltou ao corredor e as luzes também já tinham voltado ao normal. Mas agora já sabia qual era o cheiro do rapaz invisível. Já o podia apanhar. E ao esconderijo.

( Floresta )

Derek, Hunter e Mack tinham que procurar na floresta por algum sinal do morto. No início houve um silêncio constrangedor pois Hunter tentava fazer conversa, mas como Derek é um homem de poucas palavras, acabaram por desistir.

- Grumpy cat... - sussurrou Hunter para Mack.

Continuaram a conversa até que Derek fez um gesto para eles os dois pararem. Hunter, como estava distraído bateu contra o seu braço. Pigarreou durante uns momentos esperou por uma resposta de Derek.

- Meu, o que é qu... - começou Hunter quando foi interrompido por Derek.

- Shh!

Derek, depois de uns segundos de concentração, começou a correr. Mack e Hunter olharam um para o outro e começaram a correr também. Passado um pouco acompanharam-no. Derek parou nesse preciso momento. E, para grande espanto de Mack, começou a olhar fixamente para Hunter. Tinha um olhar bastante sério, de quem lhe apetecia bater. Mas Derek sabia que isso não seria prudente.

- AHR! Fogo! Eu estava a senti-lo! Porque é que tinham que me seguir?! - perguntou retoricamente. Os seus olhos cuspiam raiva.

- Eu sei lá meu, começaste a correr do nada! - começou Hunter.

- Mas afinal qual foi o problema? - disse Mack, tentando acalmar a conversa.

- Eu comecei a sentir um cheiro invulgar, a morte e sangue. - começou Derek - afastei-me de vocês para ver de onde vinha. Quando o "menino perfumado" chegou, perdi tudo.

- Hei! Mais um pouco de perfume não é demais, nunca se sabe quando... - tentou desculpar-se Hunter.

- RRRRR - rosnou Derek, meio transformado em lobisomem.

Hunter deu um salto para trás, com uma expressão de raiva na cara.

- Pronto, está bem! Eu afasto-me! Mas vê lá lobinho, não te distraias com o cheiro de um gatinho que anda por aí.

Hunter começou a descer a encosta, acompanhado por Mack, que também não queria ter a companhia de Derek.

- Qual é problema dele? - perguntou Mack.

- Oh, eu sei lá. Deve achar-se só porque é um bloody-lobisomem. - disse Hunter, cuspindo as palavras. - queria vê-lo a...

Hunter não conseguiu acabar a frase, pois Mack tropeçou em algo que o fez rebolar pela encosta. Hunter teve que se conter muito para não se rir. Mas não foi muito difícil, pois logo percebeu no obstáculo que fez o seu amigo tropeçar. Era um braço. Hunter susteve a respiração de uma forma brusca e olhou para o Mack. Ele tinha a exata expressão. Tinha caído num buraco que apenas continha corpos.

Hunter levantou-se e apressou-se a chamar o Derek.

- Derek! Dereeeek! - não se ouviu um único som - Grumpy caaaaat!

Derek apareceu à sua frente, de repente. Se ele não soubesse da super-velocidade dos lobisomens, diria que ele se tinha desmaterializado.

Levou-o até ao local. Apesar de ele não mostrar qualquer reação por fora, Hunter sabia que ele a mostrava por dentro.

É ConfidencialWhere stories live. Discover now